Um dos ensinamentos chaves do movimento Nova Era, uma doutrina virtualmente essencial a todo o seu conceito de “salvação”, é a doutrina da transmigração da alma — ou, como é conhecida popularmente no mundo ocidental, reencarnação. Não está dentro do escopo deste volume apresentar uma refinação completa desse conceito. Norman Geisler, Robert Morey e outros bons pesquisadores já refutaram detalhadamente e com competência a reencarnação; mas não posso escrever sobre a Nova Era sem discuti-la.
Várias pesquisas feitas por todos os Estados Unidos nos últimos vinte anos indicaram que os americanos têm ficado progressivamente mais sensíveis e mesmo mais cordiais à idéia da reencarnação. Isso pode ser atribuído diretamente à penetração de nossa cultura pelo hinduísmo e outras religiões que têm exercido poderosa influência. A última pesquisa sobre reencarnação indica que mais de 58 por cento dos americanos questionados acreditavam nela ou acreditavam ser ela uma distinta possibilidade.
O movimento Nova Era, conforme observamos, depende fortemente do conceito do renascimento cíclico operando segundo a lei do carma (o que você semear, colherá em proporções idênticas). A justiça é satisfeita pelo fato de que não importa quanto tempo demore e quantas reencarnações sucessivas sejam necessárias, a pessoa continua pagando suas más ações até que “seu carma ruim seja equilibrado pelo carma bom”.
A conhecida escritora da Nova Era, Marilyn Ferguson, cita a reencarnação como um dos pilares do movimento Nova Era; e no livro Aquarian Gospel of Jesus the Christ (O Evangelho Aquariano de Jesus, o Cristo), lemos que o próprio Senhor Jesus ensinou a reencarnação após ter aprendido sobre ela com os iogues da índia. Lemos também que teólogos desonestos da igreja e concílios eclesiásticos removeram o ensinamento da reencarnação tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, mas que agora o movimento Nova Era o está restaurando à proeminência apropriada.
A igreja Universal e Triunfante, que é liderada por Elizabeth Clare Prophet, publicou todo um volume que trata do que chama de anos ocultos de Jesus e os ensinos secretos que ele transmitiu aos seus discípulos, mas que foram censurados por autoridades eclesiásticas posteriores.
Revisamos esse trabalho e achamos a falta de genuína erudição estarrecedora, sem nem falar nas detalhadas inexatidões e interpretações errôneas das Escrituras e outras fontes históricas dignas de crédito. Ele faz do silêncio um argumento que cai por seu próprio peso.
É suficiente apontar que não existe um fiapo sequer de evidência de que a reencarnação fez parte da teologia do Antigo ou do Novo Testamento. Isso, e o fato de podermos reproduzir mais de 90 por cento do Novo Testamento de fontes conhecidas de manuscritos a partir de citações existentes dos Pais da Igreja durante os quatro primeiros séculos, estabelecem a confiabilidade do texto. Simplesmente não há evidência de que quaisquer concílios alteraram o texto das Escrituras.
A Reencarnação e a Bíblia
As passagens bíblicas que se seguem são citadas com freqüência por defensores da reencarnação a fim de substanciar seu ponto de vista. Embora nem todos os reencarnacionistas utilizem as mesmas passagens bíblicas como textos de prova, esses versículos que dou são continuamente citados em quase todo livro que já li sobre o assunto.
Passagens do Antigo Testamento
Nu sai do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. (Jó 1:21)
Os reencarnacionistas argumentam que Jó estava sugerindo um futuro retorno ao ventre da mãe para renascer.
A Resposta Cristã: Uma compreensão apropriada do conceito do Antigo Testamento sobre o ventre é muito revelador. Os hebreus equiparavam o ventre ao pó da terra (Gênesis 3:19). Eles raciocinavam que assim como o homem veio do pó da terra na criação, também voltaria ao pó na morte. Uma ilustração disso é vista claramente no Salmo 139:13-15, onde “ventre” e “profundezas da terra” são equivalentes. Portanto, o contexto da declaração de Jó se referia ao destino do corpo na morte, seu apodrecimento e desintegração final no pó de onde tinha vindo, não a uma futura encarnação.
O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos, antes de suas obras mais antigas… Desde a eternidade fui ungida, desde o princípio, antes do começo da terra… Antes que os montes fossem firmados… Eu estava lá quando ele preparou os céus… Quando compôs os fundamentos da terra. Então eu estava com ele, e era seu arquiteto. Eu era cada dia as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo. (Provérbios 8:22-31)
Os reencarnacionistas argumentam que essas passagens se referem à pré-existência da alma, e, portanto, uma alusão óbvia às almas pré-encarnadas que aguardam o renascimento.
A Resposta Cristã: Primeiro, a pré-existência da alma não prova que a reencarnação seja verdadeira. Segundo, não se segue necessariamente que a crença na pré-existência da alma requeira a crença na reencarnação. Argumentando dessa maneira, os reencarnacionistas presumem o que estão tentando provar. Terceiro, o contexto de Provérbios 8 não se refere à pré-existência literal de almas ou reencarnação. Antes, o contexto se refere à Sabedoria de Deus como tendo existido desde toda a eternidade como guia daqueles que a buscam no Senhor. Ademais (e a maioria dos comentários modernos corroborarão isto), o escritor de Provérbios está comunicando (em poesia hebraica) uma Sabedoria personificada mais antiga do que a criação — algo que a mente judaica compreendia com clareza.
Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Antes que eu te formasse no ventre, te conheci, c antes que saísses da madre, te santifiquei… (Jeremias 1:4-5)
Aqueles que acreditam na reencarnação dizem que essa passagem prova que Deus literalmente conhecia os indivíduos antes que eles nascessem. Portanto, Jeremias havia vivido antes.
A Resposta Cristã: O contexto da passagem indica que Deus não se estava referindo à vida passada de Jeremias ou à pré-existência literal, mas à presciência e vocação de Jeremias como profeta às nações, mesmo antes de ele ter nascido. Em outras palavras, a vocação e o nascimento de Jeremias existiam na mente de Deus antes de terem de fato ocorrido. Ademais, a presciência de Deus é um tema que nada tem de incomum em todo o Antigo e o Novo Testamento. (Ver: Isaías 46:9-10; Gaiatas 1:15; Romanos 4:17). Visto ser Deus onisciente, tendo conhecimento de todos os eventos (passados, presentes e futuros), seria uma conclusão lógica o fato de ele poder falar de indivíduos ou eventos que ainda não fossem fisicamente uma realidade. Paulo confirma isso em Romanos 4, ao observar que Deus “chama à existência as coisas que não são como se já fossem” (4:17).
Passagens do Novo Testamento
E, se quiserdes dar crédito, ele [João Batista] é o Elias que havia de vir. (Mateus 11:7-14)
Os reencarnacionistas alegam que Jesus estava declarando claramente que João Batista era a reencarnação do profeta Elias.
A Resposta Cristã: O argumento que João Batista era a reencarnação de Elias pode ser contestada simplesmente apontando-se que o papel ou ministério de João Batista era “no espírito e poder” do ministério de Elias (Lucas 1:17). Em parte alguma o texto declara que João Batista era literalmente Elias reencarnado. O fato é que João Batista, quando lhe perguntaram se era Elias, negou (João 1:21). Jesus estava apenas declarando que João Batista estava cumprindo de modo funcional e profético o ministério do profeta Elias como a “voz do que clama no deserto”.
Jesus e seus discípulos partiram para as aldeias de Cesaréia de Filipe. No caminho perguntou-lhes: Quem dizem os homens que eu sou? Responderam-lhe eles: João Batista; outros: Elias; e ainda outros: Um dos profetas. Então lhes perguntou: Mas vós quem dizeis que eu sou? (Marcos 8:27-30)
Os reencarnacionistas presumem que, por ter pedido aos discípulos que o identificassem, Jesus estava intencionalmente indicando que havia vivido antes.
A Resposta Cristã: Conquanto seja verdade que os outros estavam enganados com relação à identidade de Jesus, os discípulos (especificamente Pedro) o identificaram com exatidão como o Cristo, o Messias (v.29). Jesus confirma a confissão de Pedro advertindo-os a que não falassem a ninguém sobre a sua identidade naquela ocasião. Portanto, longe de indicar a reencarnação, tanto Pedro quanto Jesus concordam: Ele (Jesus) era o Messias que os judeus esperavam, o cumprimento das escrituras proféticas.
Em verdade, em verdade te digo que quem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. (João 3:3)
Os reencarnacionistas argumentam que Jesus se estava referindo ao renascimento cíclico quando disse que é preciso nascer de novo.
A Resposta Cristã: O contexto de João 3:1-12 se refere claramente ao renascimento espiritual, não ao renascimento físico. Jesus mostrou isso no versículo seis quando falou: “O que é nascido da carne, é carne, mas o que é nascido do Espírito, é espírito”. Ademais, a frase “nascido de novo” é freqüentemente traduzida por “nascido de cima”, mantendo-se fiel à linguagem original. Implícita nessa declaração está a doutrina bíblica da regeneração ou conversão, evento que ocorre apenas uma vez e nada tem remotamente a ver como o renascimento cíclico. Pedro declara a mesma idéia quando escreveu: “Tendo sido regenerado, não de semente corruptível, mas de incorruptível, pela palavra de Deus, a qual vive e é permanente” (1 Pedro 1:23).
Quando Jesus ia passando, viu um homem, cego de nascença. Os discípulos de Jesus perguntaram: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? (João 9:1-2)
Os reencarnacionistas acreditam que esse homem nasceu cego por causa de más ações que havia cometido na vida anterior — uma óbvia referência à lei do carma.
A Resposta Cristã: O argumento é refutado prontamente ao se ler mais adiante o texto. O versículo três diz: “Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais, mas isto aconteceu para que se manifestem nele as obras de Deus.” Se essa tivesse sido uma situação envolvendo um mau carma, Jesus claramente não teria falado o que falou, nem teria curado o homem de sua enfermidade. A teologia da reencarnação proíbe alguém de interferir com o carma de outra pessoa.
Este Melquisedeque, rei de Salém… ou seja, rei de paz. Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo principio de dias, nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus… (Hebreus 7:1-3)
Os reencarnacionistas argumentam que Melquisedeque foi uma encarnação anterior de Jesus Cristo.
A Resposta Cristã: Embora os detalhes da vida de Melquisedeque sejam um tanto incompletos, a maioria dos comentários indica ter sido ele um protótipo, ou modelo, de Cristo que havia de vir. Ele é chamado de homem, e não poderia ter sido Cristo porque houve apenas uma encarnação (Ver João 1:1, 14, 18). Ademais, mesmo uma leitura superficial de Hebreus 7:17 indicará que Cristo é um sumo sacerdote “segundo a ordem” ou à semelhança de Melquisedeque, não que ele foi Melquisedeque numa vida anterior.
Argumentos em Favor da Recordação de Vidas Anteriores
Os advogados da reencarnação argumentam que a reencarnação é verdadeira porque muitas pessoas já experimentaram recordação de vidas anteriores. As experiências de recordação de vidas anteriores se classificam em diversas categorias. Quatro tipos principais são (l)recordação intuitiva, (2) recordação espontânea, (3) recordação psíquica e (4) regressão hipnótica.
Recordação Intuitiva
A recordação intuitiva ou, déjà vu, é a experiência de uma sensação ou forte impressão de que já se viu a mesma coisa antes ou se conheceu alguém antes, embora a pessoa possa estar vendo algo ou encontrando alguém pela primeira vez. Os reencarnacionistas argumentam ser isso uma indicação de que a pessoa de fato já conheceu a outra ou visitou aquele lugar numa vida anterior.
A Resposta Cristã: A recordação intuitiva pode ser explicada ao se mostrar que, quando a pessoa sente que já esteve em algum lugar antes, ou acha que já conheceu a outra pessoa antes, está simplesmente experimentando uma tentativa do subconsciente de relacionar a presente experiência a algo no passado. Por exemplo, a pessoa pode ter visto uma figura ou fotografia daquela pessoa ou lugar e, embora não possa conscientemente lembrar-se de ter visto, sua mente subconsciente relaciona o encontro à figura ou fotografia, fazendo com que ela pense ter estado lá antes, ou ter conhecido a outra pessoa numa vida anterior.
Recordação Espontânea
A recordação espontânea geralmente, mas nem sempre, ocorre em crianças que insistem que são outra pessoa que viveu numa vida anterior. Os reencarnacionistas argumentam que alguns desses casos já foram comprovados cientificamente e são, portanto, irrefutáveis.
A Resposta Cristã: A despeito das reivindicações dos reencarnacionistas, esses casos envolvendo crianças que alegam ser outra pessoa que viveu antes não foram cientificamente comprovados. De fato, a maioria dos casos documentados que parecem demonstrar características genuínas de supostas vidas passadas são explicados por um dos itens seguintes: (1) fraude consciente ou inconsciente, (2) criptomnésia, (3) memória genérica, ou (4) comunicação de espíritos. Satanás se interessaria em contradizer as passagens que declaram peremptoriamente que vivemos apenas uma vida (Hebreus 9:27).
Recordação Psíquica
A recordação psíquica é lembrar-se de vidas anteriores por meio de sessões, médiuns, ou experiências de percepção extrasensorial. Os reencarnacionistas argumentam que, visto o conhecimento adquirido através desses meios ser sobrenatural, deve, portanto, ser verdadeiro.
A Resposta Cristã: Informação adquirida por meios ocultistas não levarão a pessoa à verdade, mas ao erro. Embora a experiência possa ser real, ou mesmo sobrenatural, se não foi alicerçada na verdade, levará a pessoa a maior engano. Informação adquirida através de experiências com sessões, médiuns ou percepção extra-sensorial é de natureza ocultista e, portanto, fraudulenta. Visto a Bíblia ensinar que a participação em qualquer atividade ocultista é proibida (Êxodo 22:18; Levítico 19:31; Deuteronômio 13:1-5), e que o verdadeiro poder por trás de tais práticas é satânico e maligno, os que buscam validar suas experiências através desses meios estào sendo levados ao engano de acreditar que já viveram antes.
Regressão Hipnótica
A regressão hipnótica é a recordação de vidas passadas mediante a hipnose. Os reencarnacionistas argumentam que se a pessoa se lembra da vida anterior sob hipnose, então deve tê-la experimentado.
A Resposta Cristã: Esse é o argumento mais popular dado para sustentar a recordação de vidas anteriores, mas ainda se encontra sob suspeita da parte de muitos hipnotistas profissionais. A natureza do estado hipnótico ainda é vastamente desconhecida. Além disso, o assunto é altamente susceptível a sugestões, e outras transmissões mentais ou psico-espirituais, e portanto não confiáveis. Os casos que envolvem regressão hipnótica estão derivando sua informação de lembranças da mente subconsciente ou de fontes ocultistas genuínas. Nenhum caso é suficiente para provar que a reencarnação é verdadeira.
A Salvação Desesperançada da Reencarnação
Ao lermos as múltiplas referências por escritores da Nova Era à reencarnação e ao carma, vemos um fio passando por virtualmente todas elas. O propósito da reencarnação é de, com efeito, expiar as más ações (pecados pessoais no contexto cristão). Cada renascimento na roda reencarnacionista da vida proveria a oportunidade de corrigir os erros de vidas passadas, de forma que a redenção ou absorção final da alma pela alma mundial divina (nirvana) removeria qualquer necessidade de um salvador para os pecados.
Tornamo-nos nossos próprios salvadores. A doutrina da reencarnação é um ataque sutil e mascarado contra a salvação que Jesus Cristo comprou para a igreja na cruz. O escritor de Hebreus declara:
Pois Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, perante a face de Deus. Nem também entrou para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote entra, de ano em ano, no Santo dos Santos com sangue alheio. Doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.
E, como aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez, para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que esperam pela salvação. (Hebreus 9:24-28)
É-nos relembrado que “com uma só oferta aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados” (Hebreus 10:14). O escritor de Hebreus não deixa de nos relembrar repetidamente que Cristo fez “por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade nas alturas” (Hebreus 1:3).
A figura do servo sofredor retratada em Isaías 53 e cumprida no Calvário quando o Senhor Jesus bradou “está consumado” é totalmente estranha aos reencarnacionistas. E da mesma forma que eles não precisam que Cristo morra por seus pecados, não precisam aceitar a sua ressurreição dos mortos para selar a aliança de redenção divina. A reencarnação na seita Nova Era é um meio de evitar a cruz e substituir a nossa ressurreição, não por um corpo imortal ou glorificado, conforme ensina o Apóstolo Paulo em 1 Coríntios 15:51-54, mas por uma procissão infinita de corpos corruptíveis, nos quais precisamos tentar operar a nossa salvação final pela lei do carma.
Jamais deve ser esquecido que na teologia bíblica, a salvação é dom de Deus (Romanos 6:23), e, se o dom for rejeitado, é seguido pelo julgamento. A reencarnação contradiz a autoridade apostólica e o ensinamento direto do próprio Cristo. Disse Jesus, profetizando sua ressurreição corporal dentre os mortos: “Destruí este templo, e em três dias o levantarei de novo.” João nos relembra que Jesus estava falando do “templo do seu corpo” (João 2:19-21).
O Deus da Bíblia selou a validade da aliança que havia feito com o homem através de seu Filho, ressuscitando Cristo dentre os mortos, e sem isso não há validade no cristianismo. Esse é um fato que Satanás sabe bem demais, daí a tentativa de substituição da salvação e ressurreição pela reencarnação.
É-nos ordenado morrer “uma só vez”, mas ao reencarnacionista em seu ensinamento é ordenado morrer quase infinitamente, e no fim sem proveito. Como soam verdadeiras as palavras da Escritura: “Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé — e isto não vem de vós, é dom de Deus — não das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9).
A Bíblia repetidamente adverte sobre o juízo pelo pecado após a morte do corpo. Lemos em 2 Pedro 2:9: “Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados.” Devemos observar ainda que o juízo é um evento (Atos 17:31), não um ciclo infinito.
A seita Nova Era torna-se vítima de sua própria teologia: não pode escapar ao ciclo do carma, portanto seu conceito de redenção é ilusório. O Príncipe da Vida quebra todos esses ciclos de escravidão, pois somente ele pode dizer: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim, nunca morrerá” (João 11:25-26). Jesus Cristo prometeu na glória triunfal de sua própria ressurreição: “Porque eu vivo, vós também vivereis” (João 14:19).
As palavras de Cristo fluem como oxigênio puro na embrulhada poluída da teologia da reencarnação. Elas nos relembram sempre que um dia Jesus ressuscitará aqueles que colocam nele a sua fé (João 6:40), não em sua própria capacidade de expiar seus pecados por esforços humanos. Fomos gerados por Deus “para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos”, e é mais do que significativo que aqueles que ensinam a reencarnação não apenas não ressuscitam dentre os mortos, mas simplesmente jamais conheceram a vida de Deus nem seu perdão (1 Pedro 1:3; João 3:36).
A Agonia do Erro
A reencarnação não pode responder a questões práticas. Ela não consegue enfrentar o fato de que, enquanto tem estado a falar de fazer o bem para a humanidade, dezenas de milhões de pessoas passaram fome e sofreram e suportaram horríveis perseguições sob o sistema de castas da índia simplesmente porque a reencarnação os prendia numa casta particular, ciclo após ciclo, de forma a ser impossível jamais escapar. Mesmo hoje na índia e em outras terras, pessoas que acreditam nessa doutrina permitem que seus filhos passem fome enquanto ratos e vacas sagradas vivem. Que tipo de reflexo traz isso sobre o Deus que disse: “Deixai os pequeninos, e não os impeçais de vir a mim, pois dos tais é o reino dos céus”? (Mateus 19:14).
A reencarnação elimina a dignidade do homem ao reduzi-lo a uma origem impessoal. Ao invés de sermos uma imagem singular de Deus, descobrimo-nos nada mais do que um único estágio num ciclo constante repetido de eternidade em eternidade, sem encontrar descanso ou paz. Para aqueles que crêem na reencarnação, o evangelho de Jesus Cristo fala vigorosa e persuasivamente: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mateus 11:28-29).
Extraído do livro “Como Entender a Nova Era” de Walter Martin