A questão central: O amor e o caráter de Deus

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Como Deus que é amor poderia predestinar alguém ao tormento eterno, muito menos se agradar ao fazer? Como Deus que é amor poderia não amar toda a humanidade quando Ele nos ordena a amar? Como Deus poderia amar aqueles que Ele predestinou à condenação eterna e de quem Ele retém o dom da graça e a vida eterna?

Certamente o amor é o assunto mais importante e mais eletrizante de todos – e nada é mais lindo do que o amor de Deus manifesto em Jesus Cristo. Tragicamente, o Calvinismo furta de nós o que deve ser “a maior história já contada.” O Calvinismo reduz o amor de Deus a uma forma de favoritismo sem sentimento e nega ao homem a capacidade de responder de seu coração, desse modo furtando de Deus a alegria de uma resposta genuína do homem e a glória que somente isso pode trazer.

John MacArthur Jr. escreve que “Deus projetou para alguns de nós cumprir o propósito redentivo e simplesmente apenas sobre esta base nós somos redimidos.”[1] Apenas porque Deus projetou, alguns da humanidade são redimidos? Onde está o amor de Deus que conquista e vence? Deus não “amou o mundo de tal maneira” que Ele enviou Cristo para morrer por nossos pecados? Que “Deus é amor” (1 João 4.8) pode significar apenas que o amor é a própria essência da natureza de Deus. Este é o único atributo do qual é dito que Deus é. Nada mais – nem Sua justiça, santidade, verdade, bondade, graça ou pureza – isso é dito. Todos os atributos de Deus devem ser entendidos em relação ao fato que Ele é amor.

Há uma grande diferença entre acreditar que Deus ama a todos e que Ele ama apenas o eleito. Entre crer que o amor de Cristo o levou a morrer por todos ou que Ele morreu apenas por alguns exclusivos. Entre crer que Deus deseja salvar a todos, providenciou salvação por todos em Cristo (embora os homens devem crer para receber) ou que Ele se agradou em condenar multidões que Ele poderia salvar, mas antes predestinou ao tormento eterno. Entre crer que Deus “não tem prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva” (Ezequiel 33.11) ou que Ele sente prazer em predestinar multidões a destruição. Está completamente claro que Deus é o Deus da Bíblia!

Enquanto muitos Calvinistas são fervorosos na pregação do evangelho por que eles devem estar preocupados pela salvação daqueles que o próprio Deus nunca pretendeu salvar e por quem Cristo não morreu? O eleito se alegra em sua salvação. Mas e aqueles predestinados ao tormento eterno? White diz que muitos foram “deixados a destruição eterna…’segundo a amável intenção da vontade [de Deus].'”[2] Então é a bondade de Deus condenar a tantos!

Uma das coisas mais perturbadoras sobre os Calvinistas é a falta de preocupação pelos perdidos. Eles não ousam estar preocupados! Estar preocupado por aqueles que Deus predestinou a salvação seria duvidar Dele. E estar preocupado por aqueles que Deus predestinou a destruição eterna seria se rebelar contra Ele. Edwin Palmer escreve “Pelo decreto de Deus, para a manifestação da Sua glória, alguns homens e anjos são…preordenados para a morte eterna…para o louvor de Sua gloriosa justiça.”[3] Onde está o amor de Deus neste esquema?

John MacArthur Jr. diz “Deus tem esse conjunto de motivos que no fim deve manifestar a justiça; não em todo caso, mas em alguns, em Seu próprio critério.” Deus que é perfeito em justiça não manifesta justiça em todo caso? Deus requer de nós “que pratiques a justiça e ames a benignidade” (Miquéias 6.8) mas Deus não é justo em todo caso? Devemos ser misericordiosos com todos, mas o próprio Deus não é? Ainda o salmista disse “O Senhor é bom para todos e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras.” (Salmos 145.9).

O próprio Spurgeon reconheceu a importância de entender o que a Escritura revela sobre o caráter de Deus.[4] Ele disse que o que Calvino, White e alguns outros que citamos representam intransigentemente o “ultra Calvinismo” e que:

Vai imensamente além do ensino de Cristo [e] recebe algum suporte de uma visão errada de Deus. Para o ultra Calvinista Sua [de Deus] absoluta soberania é maravilhosamente evidente…Eles…esquecem que Deus é amor. Ele não dá proeminência ao caráter benevolente do Ser Divino.”[5]

White chama a soberania “A Questão Vital”[6] e muitos Calvinistas enfatizam a soberania com a exclusão do amor de Deus.

O Calvinista afirma que tudo, até mesmo o pecado, é obra de Deus. De modo que o amor que devemos manifestar uns aos outros vem de Deus. Com o amor que Deus nos dá nós devemos amar a todos, incluindo os nossos inimigos e devemos perdoar a todos que pecam contra nós – e ainda o próprio Deus não ama a todos e não quer perdoar a todos? O Calvinismo calunia a Deus com sua negação da própria essência de Sua natureza que é amor.

Cristo ordena “Sede, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso” (Lucas 6.36). Aqueles que crêem que “Ele que seleciona aqueles a quem Ele está a visitar em graça e não a concede a todos”[7] precisa apenas ser misericordioso para selecionar alguns. Aqueles que crêem que Deus “usa de misericórdia com todos” (Romanos 11.32) serão movidos pelo amor de Deus a ser misericordioso com todos. Que diferença!

Nossa visão de Deus afeta tanto nossa teologia quanto nosso comportamento e ou trás glória a Deus ou nega a Ele a glória que lhe é devida dos nossos corações. Sproul escreve que “Como nós entendemos a pessoa e o caráter de Deus afeta cada aspecto de nossas vidas.”[8] Ele é chamado “O Deus de amor” (2 Coríntios 13.11). Devemos “andar em amor” (Efésios 5.2) e “Seguir… o amor” (1 Timóteo 6.11). Deus “nos deu o espírito…de amor” (2 Timóteo 1.7). Ele não amaria a todos? Como Ele poderia fazer o contrário?

O primeiro dos Dez Mandamentos é “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças” (Deuteronômio 6.5). A pessoa que Deus predestinou ao inferno eterno deve amá-lO com todo o seu coração? A humanidade é relembrada diversas vezes a amar a Deus. Quatro vezes nos é dito a amar a Deus com todo o nosso coração e mente (Deuteronômio 6.5; Mateus 22.37; Marcos 12.30; Lucas 10.27). Claramente que o amor deve vir como uma resposta voluntária do coração e isso requer o poder de escolha, mas o Calvinismo nega que o homem tem esta capacidade.

Deus resumiu o restante da Lei assim: “mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu Sou o Senhor.” (Levítico 19.18). Esta ordem é repetida seis vezes: Mateus 19.19; 22.39; Marcos 12.31; Romanos 13.9; Gálatas 5.14; Tiago 2.8. Depois de explicar que sem amor nada nos aproveitaria (1 Coríntios 13.1-3), Paulo descreve o amor que temos que ter por Deus e pelos homens: “O amor é sofredor, benigno…tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha” (1 Coríntios 13.4, 7-8). Que esta abnegação perfeita caracteriza o amor de Deus por cada individuo está claro na admoestação de João: “Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus…Aquele que não ama não conhece a Deus; Pois Deus é amor…se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor” (1 João 4.7-8,12). Em outras palavras, amar os outros é a própria essência da natureza de Deus e aqueles que verdadeiramente o conhecem e em quem o Seu amor habita, não pode deixar de amar como ele ama. E ainda Deus não ama bilhões?

Stanley Gover, um membro da Assembléia de Westminster, disse que não há heresia maior do que sugerir que “Deus ama a todos igualmente.”[9] Loraine Boettner é muito firme: “Nós cremos que desde toda a eternidade Deus pretendeu deixar alguns da posteridade de Adão em seus pecados, e que o fator decisivo … é encontrado apenas na vontade de Deus.”[10] Quando perguntamos “E sobre o amor de Deus?” o Calvinista tenta mostrar que Deus ama aqueles que Ele predestinou a condenação eterna, mas isso não pode ser mostrado.

Existe muita racionalização escolástica e recorrência a “linguagem original” para “explicar” como Deus que é amor poderia predestinar bilhões ao tormento eterno no lago de fogo. Os calvinistas insistem que embora Deus ame a todos, Ele não ama a todos o suficiente para prover uma forma de todos serem perdoados de seus pecados e serem recebidos no céu. Eles justificam esta aparente contradição pelo fato que no Grego existem três palavras para amor e dizem que Deus simplesmente tem um “tipo diferente de amor” por aqueles que ele condena.

I. Parker escreve “Deus ama alguns de todas as maneiras (ou seja…Ele os trás a fé, a nova vida e a glória, segundo seu propósito na predestinação).” Então, para defender o Calvinismo ele afirma que Deus “Ama a todos de alguma forma (todos que Ele cria…recebem muitas boas dádivas imerecidas).”[11] Afinal, Ele os dá a luz do sol e a chuva por meio da chamada “graça comum.” Isso absolutamente não é amor, para Deus predestinar pessoas ao tormento eterno, não importa que “benignidade” temporal Ele mostra a eles!

MacArthur declara que “O amor de Deus ao mundo é ilimitado em extensão (graça comum). Ele os ama o suficiente que o evangelho deve ser pregado a todos eles, mas o amor de Deus pelo mundo é limitado em grau.”[12] Piper concorda: “Toda vez que o evangelho é pregado aos descrentes, isto é a misericórdia de Deus que dá esta oportunidade de salvação.”[13] Isto é razoável?

Isto é uma manifestação do amor e da graça de Deus aqueles a quem não oferece nenhuma esperança porque Ele já os predestinou a não crer e ser destruídos eternamente? Que amor é este? Sproul argumenta que “Se algumas pessoas não são eleitas para a salvação, então parece que Deus não é tão amoroso para com elas. Para elas, parece que teria sido mais amoroso da parte de Deus não ter permitido que elas nascessem.”[15] “Esse amor” com respeito a alguns e “mais amor” com respeito a outros são frases sem sentido no contexto de 1 Coríntios 13. Isto não é amor – por um período – para Deus condenar pela eternidade alguém que Ele poderia salvar.

Fundamental a todos, MacArthur diz em suas series “O Amor de Deus” é sua premissa que Deus não ama a todos igualmente.[16] O amor predestina ao inferno aqueles que ele poderia salvar? Zane Hodges percebe que “Os não eleitos não são amados e estão condenados. A crueldade implícita em tal visão é óbvia a qualquer observador de fora daqueles que cresceram [no Calvinismo] ou que abraçaram este tipo de teologia.”[17]

“Amor” que somente “amar … de algumas formas” não é amor de maneira nenhuma! Ao homem não é permitido por lei ou pela consciência “amar de algumas maneiras”, mas entender que não funciona de todas as maneiras não é o verdadeiro amor. Incrivelmente o Calvinismo retrata a Deus que “é amor” e “o Deus de toda a graça” (1 Pedro 5.10) como menor em amor e graça do que Deus requer que o homem seja.

Quando Jesus foi perguntado “Mestre, qual é o grande mandamento na Lei?”, Ele respondeu:

E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Mateus 22:37-39).

Tentando se justificar, o questionador perguntou “Quem é o meu próximo?” Jesus respondeu com a história bem conhecida do Bom Samaritano para mostrar que todos em necessidade é o nosso próximo. Israel foi ordenado: “Como um natural entre vós será o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-ás como a ti mesmo” (Levítico 19.34). E ainda o próprio Deus negligencia amar multidões em grande necessidade?

Salomão advertiu: “Se tu deixares de livrar os que estão sendo levados para a morte, e aos que estão sendo levados para a matança; Se disseres: Eis que não o sabemos; porventura não o considerará aquele que pondera os corações? Não o saberá aquele que atenta para a tua alma? Não dará ele ao homem conforme a sua obra?” (Provérbios 24.11,12). Ainda o Deus que requer de nós livrar aqueles em perigo de morte não apenas não livra aqueles indo para a condenação eterna, mas os predestina a este destino – e o faz pelo Seu Beneplácito? Isto é convincente? Isto é bíblico?

Cristo falou aos hipócritas “não tendes em vós o amor de Deus” (João 5.42). Se o “Amor de Deus” habitando no homem o faz cuidar abnegadamente daqueles em necessidade, certamente o mesmo amor fluindo do próprio Deus proveria um escape do inferno para todos que aceitassem sobre os Seus termos justos.

Não há dúvida de que as ordens de Deus para amar a Deus com todo o coração e ao próximo como a si mesmo estão escritos em cada consciência. Assim, Tiago fala a todos quando diz: “E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?” (Tiago 2. 15,16). Certamente a explicação de Cristo do “próximo” nos fala que “irmão” e “irmã” significam todos. João formula: “Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? (1 João 3.17). E ainda Deus cerra Sua compaixão sobre bilhões a beira da condenação eterna?

João escreve “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.” (1 João 3.18). O Deus que nos dá esta ordem vê bilhões a caminho do inferno e retém deles a graça que eles precisam para serem salvos e ainda nos condena se nós negligenciarmos uma pessoa em necessidade? Deus não é tão amável como o Samaritano? Ele nos diz para fazer o bem a todos, mas Ele não faz? Nós somos requeridos a sermos mais clementes e amorosos do que Deus? O Calvinista argumenta que isso não é uma contradição, mas um mistério o fato de Deus amar aqueles que Ele predestina à condenação eterna. Quando objetamos que tal teoria ofende a consciência, o Calvinista repete Calvino mecanicamente [feito um papagaio] que afirmou: “Realmente Agostinho mantém que é perverso medir a justiça divina pelos padrões humanos.”[18] Pelo contrário, Deus chama a todos os homens “Vinde e argui-me” (Isaias 1.18). Como Deus raciocinaria com o homem exceto sobre a base da consciência que Ele o deu?

Sim, Deus é perfeito e infinito em amor e justiça, de modo que não podemos o compreender plenamente. Ainda, o próprio padrão de amor e bondade pelo qual nossa consciência dá testemunho, nossos “pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os” (Romanos 2.15) são dados a nós por Deus. Certamente Seus padrões não são mais baixos do que aqueles que Ele nos julga.

Piper se empenha para “mostrar na Bíblia a existência simultânea da vontade de Deus para ‘que todos os homens sejam salvos’ (1 Timóteo 2.4) e sua vontade para eleger incondicionalmente aqueles que na verdade serão salvos…não é um sinal de esquizofrenia divina.”[19] Ele escreve um livro inteiro “para defender a afirmação de que Deus não é injusto em predestinar alguns [de toda a humanidade] para a salvação e alguns para a condenação.”[20] A justiça de Deus não é a questão. Para a minha forma de pensar, Deus seria justo em enviar toda a humanidade ao inferno. Mas Deus é amor e ofereceu salvação a todos e deseja que todos sejam salvos.

Tradução Walson Sales

Fonte: HUNT, Dave. WHITE, James. Debating Calvinism: Five Points, Two Views. Colorado Springs, CO.: Multnomah Books, 2004, pp. 255-264

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[1] John MacArthur Jr., “The Love of God,” Audiotape, parte 4, 1995.

[2] James R. White, The Potter’s Freedom: A Defense of the Reformation (Amityville, N.Y.: Calvary Press, 2000), 177.

[3] Edwin H. Palmer, The Five Points of Calvinism (Grand Rapids, Mich.: Baker, 1999), 124-5.

[4] Iain H. Murray, Spurgeon versus Hyper-Calvinism: The Battle for the Gospel Preaching (Edinburgh: Banner of Trust, 1997), 88-9.

[5] Charles H. Spurgeon, “Even So Father,” em Metropolitan Tabernacle Pulpit, (London: Passmore & Alabaster), 7: 370.

[6] White, Potter’s Freedom, capítulo 1, 33-52.

[7] John Calvin, Institutes of the Christian Religion, tr. Henry Beveridge (Grand Rapids, Mich.: Eerdmans, 1998), 16.

[8] R. C. Sproul, The Holliness of God (Chicago: Tyndale, 1993), 20.

[9] Stanley Gower, na primeira das “Two Attestations” a John Owen, livro 1 de The Death of Death in the Death of Christ (no pub., 1647), em Owen, Ed. William H. Goold, The Works of John Owen (Edinburgh: Banner of Truth Trust, 1978), X: 147.

[10] Loraine Boettner, The Reformed Doctrine of Predestination (Phillipsburg, N. J.: Presbyterian & Reformed, 1932), 32.

[11] J. I. Parker, “The Love of God: Universal and Particular” em Still Sovereign, Ed. Thomas R. Schreiner and Bruce A. Ware (Grand Rapids, Mich.: Baker Books, 2000), 283-4.

[12] MacArthur., “The Love of God,”, parte 4.

[13] John Piper and Pastoral Staff, TULIP: What We Believe about the Five Points of Calvinism (Minneapolis, Minn.: Desiring God Ministries, 1997), 14.

[14] Calvin, Institutes, I: xvii, 17.

[15] R. C. Sproul, Chosen by God (Chicago: Tyndale, 1986), 32.

[16] MacArthur., “The Love of God,”, parte 4.

[17] [2] Zane C. Hodges, “The New Puritanism, part 3: Michael S. Horton, ‘Holy War with Unholy Weapons,’” Journal of the Grace Evangelical Society 7 (Spring 1994): 12, 17-29.

[18] Calvin, Institutes, III: xxiv, 17.

[19] John Piper, “Are There Two Wills In God?” em Still Sovereign, Ed. Thomas R. Schreiner and Bruce A. Ware (Grand Rapids, Mich.: Baker Books, 2000), 107.

[20] John Piper, The Justification of God: An Exegetical and Theological Study of Romans 9: 1-23 (Grand Rapids, Mich.: Baker, 2000), 179.

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