Novas Descobertas Sobre a Primeira Visão de Joseph Smith
Relato Oficial De Joseph Smith da Primeira Visão
“No decorrer do segundo ano após nossa mudança para Manchester, houve, no lugar onde morávamos, uma agitaçao anormal sobre questoes religiosas. Começou entre os metodistas, mas logo se generalizou entre todas as seitas naquela regiao do país. . . . e grandes multidoes se uniam aos diferentes partidos religiosos. . . . Uns lutavam pela fé metodista, outros pela presbiteriana e outros pela batista. . . . minha mente tornou-se um tanto favorável à seita metodista . . . mas tao grande era a confusao e a contenda entre as diferentes denominaçoes, que era impossível . . . chegar a uma conclusao certa acerca de quem estava certo e de quem estava errado. . . . Assim, de acordo com esta minha resoluçao de pedir a Deus, retirei-me para um bosque, a fim de realizar o meu intento. Foi na manha de um lindo e claro dia, nos primeiros dias da primavera de mil oitocentos e vinte . . . . ajoelhei-me e comecei a oferecer o desejo de meu coraçao a Deus. . . . vi uma coluna de luz acima de minha cabeça. . . . Quando a luz repousou sobre mim, vi dois Personagens, cujo resplendor e glória desafiam qualquer descriçao. . . . Um Deles falou-me, chamando-me pelo nome, e disse, apontando para o outro: “Este é o Meu Filho Amado. Ouve-O” . . . perguntei aos Personagens que estavam na luz acima de mim, qual de todas as seitas era a verdadeira e a qual deveria unir-me. Foi-me respondendo que nao me unisse a nenhuma delas, porque todas estavam erradas. . . . Percebi logo que a narraçao da história havia provocado uma enorme animosidade contra mim, entre os mestres da religiao, e foi a causa de grande perseguiçao que continuava a aumentar e, embora eu fosse um obscuro menino, de pouca idade, com apenas catorze para quinze anos . . . homens de altas posiçoes preocupavam-se o bastante em excitar a opiniao pública, criando-me uma perseguiçao amarga. E isso era comum entre todas as seitas, todas se uniram para me perseguir.” (“Pérola de Grande Valor”, Joseph Smith – História 1:5-8, 14-19, 22)
A estória da Primeira Visão de Joseph Smith — citada acima — é uma das alegações de fundamentação da verdade da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons). Sua importância foi descrita como sendo a “segunda depois da crença na divindade de Jesus de Nazaré”. (James B. Allen, professor da Brigham Young University, em “The Significance of Joseph Smith’s First Vision in Mormon Thought,” Dialogue: A Journal Of Mormon Thought, Outono 1966, pág. 29. Allen era um bispo dos SUD na época)
O Apóstolo Mórmon Hugh B. Brown declarou:
“A Primeira Visão do Profeta Joseph Smith constitui a base da Igreja que mais tarde foi organizada. Se esta Primeira Visão foi apenas uma ficção da imaginação de Joseph Smith, então a Igreja Mórmon é o que seus caluniadores declaram ser – uma impostura ímpia e deliberada” (The Abundant Life [A Vida Abundante], pp. 310-311).
Se existe uma chance, ainda que remota, de que este ponto central na história Mórmon seja uma invenção, qual o “Santo dos Últimos Dias” (SUD) não quereria saber todos os fatos pertinentes? Este folheto fornece evidência histórica que coloca A Primeira Visão de Joseph Smith sob uma nova luz. Muitos Santos dos Últimos Dias hoje continuam desconhecendo detalhes históricos significantes que foram intencionalmente omitidos ou suprimidos, inclusive os seguintes fatos:2
(1) De acordo com a evidência histórica, o fato de Joseph Smith ter se perguntado qual era a igreja verdadeira não poderia ter sido movido por um reavivamento em 1820, já que não houve reavivamento em 1820 em nenhum lugar próximo a Manchester, Nova York, onde ele estava vivendo. Um reavivamento, como descrito por Joseph Smith, ocorreu lá, sim, em princípios de 1824. Contudo, isto vem então destruir seriamente toda a história de Joseph, porque não há tempo suficiente entre a Primeira Visão e a publicação, em 1830, do Livro do Mórmon, para todos os acontecimentos descritos na estória da Primeira Visão.
(2) Existem outros relatos anteriores à Primeira Visão, inclusive um manuscrito do próprio Joseph Smith, que não faz nenhuma menção à aparição do Pai e do Filho. Pelo contrário, estes relatos anteriores se referem a um anjo, um espírito, muitos anjos, ou o Filho. A estória na forma atual, com o Pai e o Filho, não aparece até 1838, muitos anos depois que Joseph alegou ter tido a visão.
(3) Os detalhes agora conhecidos sobre o começo da vida de Joseph contradizem sua alegação de que ele foi perseguido em 1820 por contar a estória da Primeira Visão. Como jovem, ele participou de encontros Metodistas, e mais tarde entrou para uma classe de aula da Igreja Metodista. Nenhuma perseguição foi registrada.
Nenhum Reavivamento Em 1820
A vizinhança de Joseph Smith não experimentou nenhum reavivamento em 1820 como ele descreveu, no qual “grandes multidões” teriam entrado para as igrejas Metodista, Batista e Presbiteriana. De acordo com fontes anteriores, inclusive relatórios de conferências de igrejas, jornais, informativos eclesiásticos, registros de presbíteros e entrevistas publicadas, nada ocorreu em 1820-21 que se encaixe com a descrição de Joseph. Não houve ganhos significativos no número de membros das igrejas dentro da área de Palmyra-Manchester, Nova York,3durante o período de 1820-1821 tais como sucedem em grandes reavivamentos. Por exemplo, em 1820 a Igreja Batista em Palmyra somente recebeu 8 pessoas através de profissão de fé e batismo; a Igreja Presbiteriana foi acrescida de 14 membros, enquanto que o circuito Metodista perdeu 6 membros, caindo de 677 em 1819 para 671 em 1820 e descendo para 622 em 1821.4
Em seu relato de 1838, Joseph Smith afirmou que sua mãe, irmã e dois irmãos foram levados a entrar para a Igreja Presbiteriana local como resultado desse reavivamento de 1820. Entretanto, a mãe de Joseph, Lucy, nos conta que o reavivamento que a levou a entrar para a igreja aconteceu depois da morte de seu filho, Alvin. Alvin morreu em 19 de novembro de 1823, e em seguida àquela perda dolorosa Lucy Smith relata que:
“. . . nessa época houve um grande reavivamento na religião, e a vizinhança inteira ficou muito entusiasmada com o assunto; e nós, em meio ao resto do pessoal, nos arrebanhamos para a casa de reuniões para ver se havia uma palavra de consolo para nós, que pudesse aliviar nossos sentimentos sobrecarregados” (Primeiro esboço de Lucy Smith’s History [“A História de Lucy Smith,”] pág. 55, Arquivos da Igreja SUD).
Lucy acrescenta que embora seu marido somente houvesse participado das primeiras reuniões, ele não fazia objeção de que ela ou as crianças “fossem à igreja ou se tornassem membros.”
Existe bastante evidência adicional de que o reavivamento ao qual Lucy se refere tenha mesmo ocorrido no começo da primavera de 1824. Foi relatado em pelo menos uma dúzia de jornais e informativos religiosos (veja por exemplo, uma carta de George Lane, datada de 25 de janeiro de 1825, no Methodist Magazine 8, [abril de 1825]: 159, e uma nota num jornal de Palmyra, o Wayne Sentinel 1 [15 de setembro de 1824] :3).5 Registros de igrejas dessa época mostram relevantes acréscimos no número de membros devido ao recebimento de novos convertidos. A Igreja Batista recebeu 94, a Igreja Presbiteriana 99, enquanto que a obra Metodista aumentou mais 208 membros. Nenhum reavivamento trazendo “grandes multidões” ocorreu em 1820 na área de Palmyra-Manchester, como Joseph alegou. Fica claro, a partir destas evidências, que o reavivamento que Joseph Smith descreveu não ocorreu em 1820, mas em 1824. Quando Joseph Smith escreveu a versão de 1838 de sua história, ele arbitrariamente mudou o reavivamento quatro anos para trás e o fez parte de uma estória da Primeira Visão que nem sua mãe nem outros associados próximos tinham ouvido falar naqueles dias. (Para mais detalhes veja: Dialogue: A Journal of Mormon Thought [Diálogo: Um Jornal de Pensamento Mórmon], Primavera 1969, págs. 59-100.)
Uma discrepância de quatro anos causa algum problema maior para a estória de Joseph? Certamente que sim! Joseph descreveu uma seqüência de 10 anos de acontecimentos que começa com a Primeira Visão e termina com a publicação do Livro de Mórmon em 1830. Se esta seqüência não começa até 1824, sobra apenas seis anos para se encaixar a seqüência dos dez anos que Joseph alega que ocorreram antes do Livro de Mórmon ser impresso. Como aparece na estória da escritura Mórmon, Joseph diz que em 1823, três anos depois da Primeira Visão de 1820, ele foi visitado pelo anjo Moroni. Moroni fala para Joseph sobre as tábuas de ouro, mas diz que ele deveria esperar quatro anos até obtê-las. Em 1827 Joseph consegue as tábuas de ouro e três anos mais tarde (1830) publica o Livro de Mórmon.
Entretanto, lembre-se que Joseph ligou a Primeira Visão a um grande entusiasmo na área de Palmyra-Manchester. Como documentado acima, agora sabemos que este reavivamento ocorreu, não em 1820 mas em 1824. Isto significa que a visita inicial do anjo Morôni três anos depois da Primeira Visão teria que ser datado em 1827. Quando nós acrescentamos os quatro anos adicionais que Joseph disse que tinha que esperar para conseguir as tábuas, ele não as poderia ter recebido até 1831. A esta altura o Livro de Mórmon já estava impresso. A seqüência de 10 anos de acontecimentos que Joseph desvenda nesta estória da Primeira Visão simplesmente não se encaixa no período de tempo entre 1824 e a data de publicação do Livro de Mórmon em 1830.
Como é que a estória das origens dos Mórmons se torna tão confusa? Parte da resposta é encontrada no fato de que o próprio Joseph Smith contou a estória de várias maneiras diferentes.
Uma Estória Em Constante Mudança
Por volta de 1832, Joseph Smith começou um relato da origem da Igreja Mórmon (o único escrito por sua própria mão) que é consideravelmente diferente da estória oficial da Primeira Visão que ele ditou uns seis anos mais tarde. Este relato de 1832, que foi referido como a “estranha estória” de Joseph, nunca foi terminada e por muitos anos permaneceu inacessível ao público. Foi publicada em BYU Studies [Estudos da Universidade de Brigham Young], Primavera de 1969, pág. 278ff, e também está incluída em The Personal Writings of Joseph Smith [Escritos Pessoais de Joseph Smith] de Dean C. Jesse (Salt Lake City: Deseret Book, 1984).
Nesta versão, Joseph se apresenta como um garoto que, entre a idade de 12 e 15 anos, era um leitor da Bíblia perceptivo e comprometido. Ele alega que foram seus estudos das Escrituras que o levaram a compreender que todas as denominações estavam erradas. Ele escreveu:
“. . . buscando nas Escrituras, descobri que a humanidade não se achegou ao Senhor, mas que apostatou da verdadeira fé viva, e que não havia sociedade ou denominação que se tivesse construído sobre o Evangelho de Jesus Cristo, como registrado no Novo Testamento” (Personal Writings [Escritos Pessoais] pág. 5).
Seis anos mais tarde, quando Joseph lançou seu relato oficial da Primeira Visão, ele mudou sua estória e não mais alegou que seu estudo pessoal da Bíblia o tivesse levado à conclusão de que todas as igrejas estavam erradas. Pelo contrário, ele disse que o Pai e o Filho lhe disseram que todas as igrejas estavam erradas e que “ele não deveria entrar para nenhuma delas” (ironicamente, os historiadores Mórmons documentaram o fato de que Joseph Smith entrou para uma classe de aula da Igreja Metodista em 1828).( Linda King Newell e Valeen Tippetts Avery, Mormon Enigma, Emma Hale Smith, University of Illinois Press, 2a ediçao, 1994, pág. 25.) Ele alegou estar surpreso de seu pronunciamento, pelo que acrescentou entre parênteses que “nessa época nunca tinha passado por seu coração que todas fossem erradas”. Joseph, porém, se contradiz a si mesmo, pois em alguns parágrafos anteriores, nesse mesmo relato, ele afirmou: “Eu freqüentemente dizia para mim mesmo . . . Qual de todos esses grupos está certo? Ou estão todos errados de uma vez?” Esta declaração aparece no manuscrito original (veja o Brigham Young University Studies [Estudos da Universidade de Brigham Young], citado anteriormente, pág. 290); mas uma contradição tão séria assim não poderia ser permitida a continuar sendo parte da versão oficial, e depois da morte de Joseph, então, as palavras embaraçosas foram tiradas fora da edição.
Mesmo sem a contradição, o relato de 1838 se conflitua com a versão de 1832. No relato de 1832, é a leitura da Bíblia de Joseph que o move a buscar a Deus, enquanto que na estória de 1838 é um reavivamento (não-existente em 1820) que o motiva. Na versão de 1832, Joseph somente menciona a aparição de Cristo, enquanto que na de 1838 ele alega que tanto o Pai como o Filho apareceram. No relato de 1832, ele já sabe que todas as igrejas estão erradas, enquanto que na estória de 1838 diz que nunca lhe ocorreu que todas fossem erradas até que as duas deidades o informaram deste fato.
A mãe de Joseph, da mesma forma, não sabia nada de uma visão do Pai e do Filho no Bosque Sagrado. No seu relato não-publicado, ela põe a origem do Mormonismo numa visita de um anjo ao quarto. Joseph, nessa época, estava “ponderando sobre qual das igrejas era a verdadeira.” O anjo lhe disse: “não há uma igreja verdadeira na Terra; não, nenhuma” (Primeiro esboço de “Lucy Smith’s History” [“A História de Lucy Smith”], pág. 46, Arquivos da Igreja SUD).
Ainda uma nova versão da Primeira Visão foi publicada em 1834-35 no informativo Messenger and Advocate [Mensageiro e Advogado] dos Santos dos Últimos Dias (vol. 1, págs. 42, 78). Este relato foi escrito pelo líder da SUD, Oliver Cowdery, com a ajuda de Joseph Smith. Conta como um reavivamento em 1823 fez com que o jovem Joseph Smith de 17 anos de idade7 se motivasse ao assunto de religião. De acordo com Cowdery, Joseph “desejava saber por si mesmo a certeza e a realidade da religião pura e santa” (pág. 78). Ele também orava que “se um Ser Supremo realmente existia, ele pudesse ter a certeza de que Ele o aceitava” e que por “alguma forma de manifestação sentisse que seus pecados estavam perdoados” (id. 78, 79). De acordo com este relato, um anjo (não uma deidade) apareceu no quarto de Joseph para lhe dizer que seus pecados estavam perdoados.
Os conflitos produzidos por este relato são numerosos. Primeiro, a data do reavivamento é dada como sendo 1823, ao invés de 1820. Segundo, se Joseph já tinha tido uma visão do Pai e do Filho em 1820, por que precisava orar em 1823 sobre a existência ou não de um Ser supremo? Terceiro, quando o reavivamento o incitou a orar, o personagem que aparece é um anjo, não o Pai e o Filho. Quarto, a mensagem do anjo é mais um perdão de pecados do que um anúncio de que todas as igrejas estavam erradas.
Estes relatos amplamente divergentes levantaram sérias questões sobre a autenticidade da estória da Primeira Visão de Joseph Smith. Pessoas distintas podem ter distintos pontos de vista sobre o mesmo acontecimento; mas quando uma pessoa conta uma estória contraditória sobre o mesmo acontecimento, temos razão para questionar tanto a pessoa como o acontecimento.
Perseguição ou Aceitação?
Hoje a estória da Primeira Visão não apenas enfrenta um problema com relação à data, historicamente verificada, do reavivamento de Palmyra, Nova York, e com relatos anteriores de Joseph sobre o acontecimento, mas também entra em conflito com o que nós sabemos sobre seus primeiros anos em Palmyra. Em sua versão oficial, Joseph Smith alega que foi perseguido por todas as igrejas nessa área “porque eu continuava a afirmar que tinha tido uma visão.” Entretanto, isto contradiz um dos associados de Joseph na época. Orsamus Turner, um aprendiz de impressor em Palmyra em 1822, estava num “clube de debates de jovens” com Joseph Smith. Ele se lembrou que Joseph “depois de captar uma centelha de Metodismo . . . se tornou um exortador muito tolerável nas reuniões noturnas” (History of the Pioneer Settlement of Phelps and Gorham’s Purchase [História do Assentamento Pioneiro de Phelps e a Compra de Gorham], 1851, pág. 214). Assim, ao invés de ter oposição e perseguição como seus relatos de 1838 alegam, o jovem Joseph era bem-vindo e permitido a exortar durante a pregação noturna Metodista. Este ponto é sustentado pelo historiador da Brigham Young University [Universidade de Brigham Young] e bispo dos SUD, James B. Allen. Allen não encontrou praticamente nada para sustentar a alegação de Joseph de que ele contou a estória da Primeira Visão logo depois dela ter acontecido em 1820, e que sofreu perseguição como resultado; ou inclusive de que Joseph estava contando sua estória dez anos mais tarde.
“Há pouca ou quase nenhuma evidência, entretanto, de que no começo de 1830, Joseph Smith estivesse contando a estória em público. Pelo menos, se é que ele a estava contando, ninguém parecia considerá-la importante o suficiente para tê-la registrado na época, e ninguém estava criticando-o por aquilo. Nem mesmo em sua própria estória Joseph Smith menciona ter sido criticado no período em que contava a estória da Primeira Visão” (“The Significance of Joseph Smith’s First Vision in Mormon Thought.” [“A importância da Primeira Visao de Joseph Smith no Pensamento Mórmon], Dialogue: A Journal of Mormon Thought [Diálogo: Um Jornal de Pensamento Mórmon], Outono de 1966, pág. 30).
Conclusao
De todas as linhas disponíveis de evidência, portanto, a versão “oficial” de 1838 da estória da Primeira Visão de Joseph Smith parece ser mito e não história:
Não houve reavivamento em nenhum lugar na área de Palmyra-Manchester, Nova York, em 1820.
Os acontecimentos conforme contados por Joseph Smith não se encaixariam num período de tempo entre o reavivamento de 1824 e a publicaçao de 1830 do Livro de Mórmon.
Joseph era bem-vindo, e não perseguido pelos Metodistas.
Em seu relato de 1832, Joseph disse que foi por estudo pessoal da Bíblia que ele determinou que todas as igrejas eram apóstatas, enquanto que em seu relato de 1838 ele disse que “nunca passou por seu coração que todas estivessem erradas”.
Em sua versão de 1832, Joseph alegou ter tido apenas uma visão de Cristo e em sua versão de 1835 Joseph contou sobre a visita de um anjo, enquanto na estória de 1838 a mensagem veio do Pai e do Filho.
Ninguém conheceu a versão de hoje da Primeira Visão até depois que Joseph a tivesse ditado em 1838, e nenhuma fonte de publicação a menciona até 1842 (id. pág. 30ff).
Os conflitos e contradições trazidos à luz pela evidência histórica precedente demonstram que a estória da Primeira Visão, conforme apresentada pela Igreja Mórmon hoje, deve ser considerada como sendo invenção da mente muito imaginativa de Joseph Smith. Os fatos históricos e as próprias palavras de Joseph a desacreditam.
— Wesley P. Walters
Este trabalho é apresentado com a oração de que o leitor possa perceber o engano e o perigo do Mormonismo e não se tornar emaranhado por ele, e que os Mórmons sinceros, que infelizmente estejam enganados por ele, possam ser recuperados e encontrem o verdadeiro Caminho de salvação na Bíblia e no Salvador que ela revela.
Notas
1. James B. Allen, professor da Brigham Young University, em “The Significance of Joseph Smith’s First Vision in Mormon Thought,” Dialogue: A Journal Of Mormon Thought, Outono 1966, pág. 29. Allen era um bispo dos SUD na época.
2. Por exemplo: a revista da igreja Mórmon the Ensign [A Insígnia], abril de 1995, apresenta um artigo de seis páginas sobre a importância da Primeira Visao, intitulado “‘Oh, How Lovely Was The Morning!’: Joseph Smith’s First Prayer and The First Vision” [“O, Quao Bela Foi A Manha!: A Primeira Oraçao de Joseph Smith e a Primeira Visao” – nao dá nenhuma pista dos sérios conflitos entre a estória da Primeira Visao e a evidência histórica.
3. Palmyra e Manchester eram cidades adjacentes.
4. Veja os “Records” [“Registros”] da Igreja Presbiteriana da área de Geneva, Presbyterian Historical Society [Sociedade Histórica Presbiteriana], Philadelphia, PA; “Records for the First Baptist Church in Palmyra” [“Registros da Primeira Igreja Batista em Palmyra”], American Baptist Historical Society [Sociedade Histórica Batista Americana], Rochester, NY; Ata da Conferência Anual [Metodista], Circuito de Ontario , 1818-1821, págs. 312, 330, 346, 366.
5. Lane escreveu que a obra do Senhor em Palmyra e circunvizinhança “começou na primavera, e progrediu moderadamente até o tempo da reuniao quadrimestral, que foi realizada nos dias 25 e 26 de setembro de 1824. O artigo da Wayne Sentinel declara: “A reforma está continuando nesta cidade em grande extensao. O amor de Deus tem sido derramado nos coraçoes de muitos, e o derramamento do Espírito parece ter conquistado uma fortaleza
6. Linda King Newell e Valeen Tippetts Avery, Mormon Enigma, Emma Hale Smith, University of Illinois Press, 2a ediçao, 1994, pág. 25.
7. Na página 78, Cowdery corrige um erro de impressao com relaçao à idade de Joseph. Quando Cowdery começa a relatar as origens dos Mórmons na página 42, ele menciona o reavivamento e a idade de Joseph como sendo quatorze. No segundo assunto, quando ele continua a estória na página 78, ele data o reavivamento como sendo em 1823 e corrige a idade de Joseph para dezessete anos de idade.