A médium de Endor chamou mesmo a Samuel?

ISAMUEL 28.7-20 – DEUS PERMITIU QUE A MÉDIUM DE ENDOR FIZESSE SAMUEL VOLTAR DOS MORTOS?

O problema aqui é a médium parece ter sido bem sucedida na tentativa de contatar Samuel, o que parece dar validade aos poderes da feitiçaria, que a Bíblia tão severamente condena. Os espíritas (todas as facções) citam muito essa passagem como suporte à sua religião.

Outros têm sugerido que a feiticeira não fez realmente que subisse Samuel dentre os mortos, mas simplesmente forjou ter feito isso. Sustentam essa afirmação referindo-se aos demônios que enganam as pessoas que procuram contato com os mortos (Lv. 19.31; Dt. 18.11; ICr. 10.13), e também usam o argumento de que os demônios algumas vezes falam a verdade (At. 16.17). As objeções a essa visão incluem o fato de que a passagem parece dizer que Samuel retornou de entre os mortos, que ele entregou uma profecia como sendo Samuel, e esta se cumpriu, e que não seria comum que demônios tivessem declarado a verdade de Deus, uma vez que o diabo é o pai da mentira (Jo. 8.44).

Um outro ponto de vista é que a feiticeira não teria trazido Samuel de entre os mortos, porém o próprio Deus teria intervindo para repreender Saul por seus pecados:

  1. a) Samuel parecia ter realmente voltado de entre os mortos (vv. 14,20), mas
  2. b) nem humanos nem demônios possuem o poder de trazer alguém de volta de entre os mortos (Lc. 16.24-31; Hb. 9.27);
  3. c) A própria feiticeira pareceu ter ficado surpresa com a aparição de Samuel de entre os mortos (v. 12);
  4. d) Existe uma condenação direta à feitiçaria no verso 9 — é fora do comum que o mesmo texto desse crédito à feitiçaria, divulgando que feiticeiras são capazes de trazer pessoas de volta da morte;
  5. e) Deus algumas vezes fala em lugares inesperados, através de meios não usuais (vide o episódio envolvendo a jumenta de Balaão no livro de Números 22).

Alguns ainda creem que a feiticeira fez um milagre através de poderes demoníacos, e realmente trouxe Samuel de volta dos mortos. Em apoio a essa visão, citam passagens que indicam que demônios têm poder para fazer milagres (Mt. 7.22; IICo. 11.14; IITs. 2.9-10; Ap. 16.14).

RESPOSTA APOLOGÉTICA: As objeções a essas opiniões incluem o fato de que a morte é final (Hb. 9.27). Os mortos não podem retornar (IISm. 12.23), porque existe um enorme abismo fixado por Deus (Lc. 16.24-26), e demônios não são capazes de usurpar a autoridade de Deus sobre a vida e a morte (Jó 1.10-12). A Bíblia condena severamente a feitiçaria e a comunicação com os mortos (Êx. 22.18; Lv. 20.6,27; Dt. 18.9-12; Is. 8.19). No Antigo Testamento, aqueles que praticassem tais atos receberiam a punição capital. O rei Saul conhecia esse fato, e até mesmo havia expulsado todos os feiticeiros da terra (ISm. 28.3). Contudo, em desobediência a Deus, dirigiu-se à feiticeira em En-Dor, pedindo-lhe que contatasse o finado profeta Samuel (ISm. 28.11-19).

Temos também que o texto não diz explicitamente que Deus fez esse milagre de trazer Samuel dos mortos, e a moradia de uma feiticeira seria um lugar estranho para tê-lo feito. Deus é soberano para decidir quando e onde Ele mesmo intervém, contudo, nem todos os milagres são classificados como tais (Mt. 3.17 e 17.1-9). Um ato miraculoso é capaz de falar por si próprio.

A Palavra de Deus deixa bem claro que o verdadeiro profeta seria medido pela veracidade. Não há motivos para crer que o suposto “Samuel” fosse o profeta, e que teria retornado dentre os mortos, visto que sua profecia não se cumpriu quando:

Dessa forma, percebe-se pela profecia do suposto “Samuel” que ele não pôde falar a verdade, sendo, portanto, um demônio, e não o espírito do profeta.

Além do mais, a Bíblia não diz que Saul viu o “profeta”, mas sim que a feiticeira viu “um ancião envolto numa capa” (v.14). A capa de Samuel tinha um significa especial e traumático para Saul (ISm. 15.27). Portanto, temos que Satanás, e não o profeta Samuel, falou através da feiticeira.

Fonte: Resposta Às Seitas, Norman L. Geisler e Ron Rhodes, CPAD, 2000 – Texto compilado e adaptado pelo Pr. Edison Miranda da Silva.

Bíblia Apologética, ICP, 2000.

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