A Lei e a Graça de Jesus Cristo

– O SIGNIFICADO DA PALAVRA “LEI”

A palavra lei é encontrada na Bíblia por mais de 400 vezes. Os sabatistas dividem a lei em duas leis. É costume entre eles dizer ao encontrar um texto que menciona a abolição da Lei que dito texto se refere a Lei de Moisés, que, segundo eles, era composta de sacrifícios e outros ritos. Mas, quando encontram algum texto que aparentemente fala a favor da permanência da lei, então eles costumam dizer que o texto em dado caso se refere à Lei de Deus, ou a Lei Moral, que, ainda segundo eles, consiste dos dez mandamentos.

– DIVISÃO ARTIFICIAL DA LEI

Dizem eles: “Seria útil classificarmos as leis do Velho testamento em várias categorias: 1. Lei moral: 2. Lei Cerimonial: 3. Lei Civil, 4. Estatutos e Juízos; 5. Leis de saúde. Esta classificação é em parte artificial.” (Lições da Escola Sabatina, Lição n. 2, p. 18, de 8-1-1980). A Lei Moral é a lei dos dez mandamentos e é a eterna Lei de Deus. A Lei Cerimonial, consiste de “preceitos, holocaustos, ofertas, formalidades sacerdotais, ritual do santuário, festas anuais, luas novas, abluções, manjares, sábados.” (Subtilezas do Erro, p. 70 – Edição 1965 – CASA), foi abolida na cruz.

III- RESPOSTA APOLOGÉTICA

É antibíblico ensinar que os dez mandamentos constituem a Lei Moral de Deus e que a Lei Cerimonial é a Lei de Moisés. A teoria das duas leis distintas é claramente contraditória: é certo que a Bíblia fala da Lei de Deus, a qual, às vezes, devido ao fato de ter sido dada por Deus por intermédio de Moisés, é chamada de Lei de Moisés. Não, porém, que sejam duas leis distintas, mas porque o Legislador Supremo a entregou a Israel por meio de Moisés. Uma só lei embora vários títulos: Ne 8.1,3, 8, 18: aparecem expressões distintas referindo-se ao livro da lei: lei de Moisés (v.l), livro da lei (v.3); lei de Deus (v.8); no livro da lei de Deus (v.l8).

Ao contrário do raciocínio dos sabatistas, a Bíblia ensina que há uma só lei, a qual consiste de 613 mandamentos constantes do Livro da Lei ou Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). O Legislador dessa lei é Deus. Assim que, na Bíblia, expressões Lei de Deus, Lei do Senhor e Lei de Moisés, são intercambiáveis e não se aplicam como os sabatistas querem fazer-nos crer, em duas leis distintas. Em Gl 3.10 lemos, “Todos aqueles pois que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.” O texto em apreço não afirma que é maldito quem não guardar os dez mandamentos, mas que é maldito quem não guardar tudo o que está escrito no livro da lei. Isso se tornou uma impossibilidade. “E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus.” (Gl 3.11). Dada a impossibilidade de se guardar todos os 613 mandamentos, a Bíblia declara que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo e que depois que a fé veio já não estamos mais debaixo do aio (ou da leij. “Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se. De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados pela fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio.”(GI 3.23-25).

– A GRAÇA OU A LEI DE CRISTO

Não estamos sob a lei de Moisés, mas sob a lei de Cristo (1CO 9:19) “Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais.” (1CO 9:20) “E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei.”(1CO 9:21) “Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei.” A lei de Cristo constitui tudo o que ele ensinou (Mt 5.1-3; 28.19,20). Paulo se referiu aos seus escritos como mandamentos de Deus (1 Co 14.37); dados pelo Senhor Jesus (1 Ts 4.2)

– OS MANDAMENTOS DE JESUS

Reiteradamente encontramos na Bíblia a recomendação de Jesus para guardarmos seus mandamentos. As seguintes passagens assim indicam:

“Se me amardes guardareis os meus mandamentos.”(Jo 14.15)

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama.”

(Jo 14.21)

“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que guardo os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor.” (Jo 15.10). %

“E nisto sabemos que o conhecemos se guardarmos os seus mandamentos.

“(1Jo2.3);

“Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos.” (1 Jo 5.3).

– A NATUREZA DOS MANDAMENTOS DE JESUS

A que Jesus se referia quando falava de seus mandamentos? Os ASD logo que encontram a palavra ‘mandamentos’ no Novo Testamento associam a palavra aos dez mandamentos. Não é, porém, correto esse modo de pensar. Jesus foi bem específico quando falou de seus mandamentos. Vejamos a que Jesus se referia quando falava de mandamentos: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.” ( Jo 13.34); “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.”(15.12);

“O seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo seu mandamento.” (1 Jo 3.23); “E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão.” (1 Jo4.21);

“E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros.” (2a Jo 5) (o grifo é nosso) Notou o leitor que nada se fala de guardar o sábado?

– ABOLIÇÃO DO SÁBADO

Muito embora o resmungo dos ASD que não tolera ouvir falar em abolição do sábado, a profecia concernente à abolição do sábado semanal é indicada em Os 2.11: E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas e os seus sábados; e todas as suas festividades, (o grifo é nosso) O cumprimento da profecia de Os 2.11 se deu quando Jesus bradou na cruz, “Está consumado.”(Jo 19.30). Lê-se que, nesse momento, houve o rompimento do véu do santuário, E/s que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo. (Mt 27.51) dando fim a todo o cerimonialismo da lei. Entre as coisas que foram abolidas a partir de então, a Bíblia torna claro que se incluía a guarda do sábado semanal. É o que lemos em Cl 2.14-17:

“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo. Portanto ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da luz nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.”

– CONTESTAÇÃO SABATISTA

Dizem os sabatistas que: Os termos sábado, sábados e dia de Sábado ocorrem sessenta vezes no Novo testamento, e em cada caso exceto um, refere-se ao sétimo dia. Em Col. 2.16 e 17 faz-se referência aos sábados anuais relacionados com as três festas anuais observadas por Israel antes do primeiro advento de Cristo. ( ESTUDOS BÍBLICOS p. 378 – CASA, edição de 1984).

– RESPOSTA APOLOGÉTICA

Os termos “sábado, sábados e dia de sábado” aparecem 60 vezes e sempre se referem ao sétimo dia com exceção de um – o de Cl 2.16. Se dermos à palavra ‘sábados’ o sentido de sábado semanal teremos em apoio da nossa interpretação 59 casos, reconhecidos pelos próprios ASD como sábados semanais. Se os ASD derem o sentido de sábado anual ou cerimonial à palavra ‘sábados’ de Cl 2.16 só terão em apoio de sua interpretação um único caso. Logo, a nossa interpretação é a correta. E por quê? Porque é regra de hermenêutica que a Bíblia com a própria Bíblia se interpreta. Se duas pessoas se candidatam a um cargo eletivo e um deles alcançar 59 votos e outro só um. Quem é o vencedor?

Assim os dias sagrados anuais são conhecidos pela expressão ‘dias de festa’, dias sagrados mensais, indicados pela expressão ‘lua nova’; dias sagrados semanais pela expressão, ‘sábados’.

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