A Lei de Cristo

Onde exatamente a Bíblia diz de modo direto, claro e objetivo que a “Lei de Cristo”, tomou o lugar da “Lei de Deus”?

Jesus veio cumprir os mandamentos (Leis, preceitos, ordenanças, estatutos, decretos, conselhos) do Pai ao quais nunca, nenhum homem, foi capaz de guardar. Uma vez tendo cumprido estes mandamentos Jesus foi feito Senhor e Cristo, glória eterna lhe foi dada e foi entronizado tendo-lhe sido concedida pelo Pai a prerrogativa de governar os seus não segundo os mandamentos já cumpridos, mas segundo novo(s) mandamento(s)… É o que nos revela João:

(Jo 13.34) Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.

(Jo 14.15) Se me amais, guardai os meus mandamentos.

(Jo 14.21) Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama;  e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.

(Jo 15.10) Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor.

(Jo 15.12) O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.

Aquele que está em Cristo é uma nova criatura (Nova Criação) e as coisas velhas (más ou boas) já passaram. De fato aquele que está em Cristo, aos olhos de Deus (segundo a visão jurídica celestial) morreu e agora vive em ressurreição. Quem morreu está desobrigado de guardar qualquer lei que seja pois a lei foi decretada para os que vivem:

(Rm 7.1) NÃO sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?

(Rm 7.2) Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido.

(Rm 7.3) De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido.

(Rm 7.4) Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.

De que Lei Paulo fala aqui? De leis cerimoniais?  Tradições rabínicas?

De jeito nenhum.

Para não ficar dúvida sobre de qual Lei Paulo diz que “morremos para a Lei”, fica esclarecido no mesmo contexto por meio de um exemplo:

Rm 7.7 Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: NÃO COBIÇARÁS

Qual Lei que diz: “NÃO COBIÇARÁS?”

É a lei dos 10 mandamentos, escrita nas tábuas de pedra:

(Ex 20.17) Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.

Paulo então defende que morremos para a Lei, a velha lei dos mandamentos, dados pelo Pai e jamais cumpridos por homem algum, excetuando-se Cristo:

(Gl 2.19) Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus.

Temos daí que vivendo em ressurreição esperamos diretamente de Cristo por meio de seu Espírito que nos guia qual seja o seu mandamento vivo. Sua lei viva, pulsando em nossos corações, sendo gravada em nossa mente a cada instante. Não na forma de letras impressas ou gravadas fixas em pedras, mas na forma de um constante falar do Espírito Santo ao nosso coração. Sempre nos dizendo a cada momento qual deve ser nossa atitude em cada situação – enfim, aquilo que Paulo chama de andar no Espírito, ser guiado pelo Espírito, viver no Espírito e cumprir assim a Lei de Cristo que é em vida e em novidade de espírito.

(I Co 9.21) Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas (debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei

(Gl 6.2) Levai as cargas um dos outros, e assim cumprires a lei de Cristo

A Lei de Cristo é a Lei da Liberdade

(Tg 1.25) Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.

(Tg 2.12) Assim falei, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade

Num maravilhoso texto bíblico Paulo esclarece sobre esta lei viva da liberdade no Espírito Santo mostrando como ela substitui a velha aliança e o velho testamento escrito na pedra, ministério da condenação, ministério da morte e Paulo magnificentemente nos conduz até nos fazer ver que a Liberdade onde entramos por meio do Espírito se refere a contemplar a Cristo, de modo espiritual, constantemente, ao ponto de sermos transformados, sim mudados, momento a momento, mudando e sendo transformados interiormente mediante este contemplar em fé.

Veja como Paulo caminha desde o que era antes (letras, véus, ministérios humanos, capacidades humana) até o que é agora (contemplar a Cristo, ter liberdade no Espírito, não ser capaz sequer de pensar algo como se procedesse de nós mesmos, mas aguardar perante a face de Cristo, a suficiência, capacitação, que vem de Deus):

(II Co 3.3) Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.

(II Co 3.4) E é por Cristo que temos tal confiança em Deus;

(II Co 3.5) Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus,

(II Co 3.6) O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.

(II Co 3.7) E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória,

(II Co 3.8) Como não será de maior glória o ministério do Espírito?

(II Co 3.9) Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça.

(II Co 3.10) Porque também o que foi glorificado nesta parte não foi glorificado, por causa desta excelente glória.

(II Co 3.11) Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece.

(II Co 3.12) Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar.

(II Co 3.13) E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório

(II Co 3.14) Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido;

(II Co 3.15) E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles.

(II Co 3.16) Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará.

(II Co 3.17) Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.

(II Co 3.18) Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.

O Cristão ainda pode optar por ficar na caducidade da letra e naquilo que era transitório e naquilo de fato foi abolido…

Mas perderá muito em termos de liberdade e de ser transformado de glória em glória.

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