A inspiração das Escrituras Sagradas

A Bíblia é a palavra de Deus, a revelação divina para o homem, a in­falível regra de fé e conduta. É supe­rior à consciência e à razão, sem ser, todavia, contrária a esta.

II Timóteo 3:15, 16; I Pedro 2:2.

Cada grande avivamento originou-se à raiz do pro­fundo desejo de homens e mulheres de desfrutar uma comunhão mais intima com Deus, de entender melhor sua Palavra e de participar de uma experiência que cor­respondesse exatamente com o modelo do Novo Testamento. Foi a reação contra o formalismo, a frieza e a incredulidade prevalentes da hora. O crente espiritual, como nenhum outro, tem experimentado o poder sobre­natural em sua vida e proclama em uníssono sua fé na Bíblia, considerando-a um livro sobrenatural, a qual, na qualidade de Palavra infalível é inspirada por Deus, subscreve e apoia com todo o vigor.

Ao dizer a inspiração das Sagradas Escrituras, referimo-nos ao seguinte: “Uma influência especial divi­na, exercida sobre a mente dos escritores da Bíblia, em virtude da qual seus escritos, aparte dos erros de transcrição, e quando foram interpretados corretamente, constituem juntos a regra infalível de fé e conduta”. -A. II. Strong.

O apóstolo Paulo disse em certa oportunidade a Timóteo: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. II Tim. 3:16.

O apóstolo Pedro afirma que “homens falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo”. II Pedro I : 21. Em Hebreu 1: 1, 2 se nos diz que Deus primeira­mente falou por intermédio dos profetas e logo por seu Filho. Ninguém poderá ler a Bíblia detidamente sem notar que todos os escritores afirmam que escre­vem e falam por autoridade divina, debaixo da direção do Espirito de Deus. A inspiração divina faz então da Bíblia o Livro de Deus por excelência, fundamentalmente distinto de todos os demais livros do mundo. Consideremos brevemente a razão porque nós subscre­vemos o ensino relativo à inspiração ampla e total da Bíblia.

O Senhor Jesus sancionou, sem reserva algu­ma, as escrituras do Antigo Testamento. O Mestre acei­tou o Antigo Testamento como a Palavra infalível de Deus. Com efeito disse o seguinte: “Porque em ver­dade vos digo: Até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cum­pra”, Mal. 5: 18.

O livro é o produto de uma mentalidade de mestre. Os sessenta e seis livros da Bíblia foram escri­tos por uns quarenta escritores distintos, os quais vi­veram em lugares diferentes, procediam de diferentes ambientes e abarcaram com suas obras um período de 1.600 anos. Cada um deles, sem sabê-lo, contribuiu com uma parte essencial do todo, acrescentando às vezes aos escritos dos demais, esclarecendo outros, mas nunca contradizendo-os. Tal milagre só se pode explicar pelo fato de que existiu uma mentalidade mestra que dirigiu a pena destes autores. I Pedro 1: 10, 11; Apoc. 19: 10; João 5 : 39, 46; Lucas 24:27.

 Os tipos, símbolos e cerimônias constituem pro­vas da Inspiração. As profecias relativas a Cristo são maravilhosas; contudo mais extraordinária é a história de Jesus refletida na biografia dos patriarcas, na cons­trução do tabernáculo e do templo, nos serviços religiosos, nos sacrifícios e cerimônias e em outros tipos e símbolos diversos.

 As profecias Bíblicas corroboram a divindade do livro. Ninguém senão o Deus Todo-poderoso, que conhece perfeitamente o futuro, poderia haver capaci­tado aos profetas para formularem com tanto luxo de detalhes predições relativas a indivíduos, cidades, na­ções e especialmente no que respeita ao nascimento do Senhor Jesus, seu ministério, sua mensagem, sua morte e ressurreição e finalmente sua glória futura. I Pedro 1: 10, 11.

 O nível moral da Bíblia demonstra sua divinda­de. Os ensinos da Bíblia proclamam o mais elevado nível moral de conduta que o homem conhece. Em rea­lidade é tão elevado e santo que o homem jamais poderá alcançá-lo sem a ajuda divina. Os deuses das religiões pagãs são imorais, amam as trevas, mas o Deus da Bí­blia habita “na luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver”. I Tim. 6: 16. Nosso Deus é santo e por isso nos pode dizer autorizadamente: “Sede santos porque eu sou santo”. I Pedro 1: 16. Nosso Deus jamais estará satisfeito até que haja, criado em nós sua santidade, e possamos assim apresentar- nos ante Ele sem mancha, nem ruga, nem coisa seme­lhante. Efésios 5: 27. O homem carnal jamais poderá alcançar esse nível.

 O criador do homem é o autor do livro. A Bí­blia revela o homem ao homem mesmo, e penetra até as partes mais recônditas de seu ser, mais que qualquer outro livro. “Porque a palavra de Deus é viva e efi­caz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”. Hebreus 4: 12.

 A Bíblia revela o único meio da salvação. So­mente Deus pode ensinar ao homem como obter o per­dão e a purificação dos pecados e livrar-se dos maus hábitos e do poder demoníaco. O plano da salvação é delineado em forma tão simples nos evangelhos que ain­da a pessoa mais ignorante saberá como chegar-se a Deus, enquanto que, por outro lado, as inteligências mais preclaras jamais poderão sondar as profundida­des da sabedoria de Deus, expressa no plano divino da salvação. Rom. 11: 33-36.

O mundo reconhece a divindade do livro. Todos os pensadores colocam a Bíblia numa classe separada, e reconhecem seu caráter sobrenatural. É o Livro por excelência, como seu nome o indica em idioma grego. Tem sido traduzido para mais idiomas e dialetos que qualquer outro livro e é o que goza de maior venda e circulação. Foram escritas bibliotecas inteiras para in­terpretar suas páginas sagradas, e os sábios mais ilus­tres da terra se inclinam em reverência, ante ela.

 Sabemos que o livro é divino por seus resulta­dos. Em todo lugar onde se lê, pregai e obedece os pre­ceitos bíblicos, tem se observado não somente a trans­formação de indivíduos, mas de nações inteiras. Os ensinos da Bíblia são bons e edificantes, pois incitam à virtude. A desobediência à Palavra divina conduz ao pecado, ao sofrimento e à dor.

 A Bíblia sobreviverá ao universo. As Sagradas Escrituras tem resistido ao assalto brutal de seus ini­migos, e pior ainda, deverão suportar as interpretações errôneas de seus adeptos. As forças da infidelidade têm atacado a Bíblia em numerosas oportunidades, mas nem ainda a menor torrezinha deste poderoso castelo da verdade tem sido derribada. Salmo 119: 89; Mateus 5: 18.

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LIVRO DOUTRINAS BÍBLICAS, P.C.NELSON

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