A Igreja Apostólica nunca praticou o movimento celular

O movimento da igreja em células, com toda a sua estrutura bem articulada e planejada, consiste de um artifício moderno que nunca passou pela cabeça dos apóstolos. O método de evangelização proposto por esse movimento também é totalmente estranho à evangelização apostólica. Nos livros dos proponentes do movimento, nada encontramos ali de significativo que prove a originalidade apostólica do movimento em células. Os textos mais comuns usados pelo movimento são At. 2.46 e At. 5.42.

Ainda que Paulo e os demais apóstolos, esporadicamente tivessem usado reuniões em lares, o método apostólico que fez a igreja se multiplicar estrondosamente no primeiro século foi unicamente a pregação da Palavra no templo (na verdade no pátio do templo) e na sinagoga, para grandes concentrações, e não reuniões em lares, (Atos 3:1,11; 5:12,20,21;9:2,20; 11:26; 13:5,14,15,16; 13:42,43; 14:1; 17:1,4; 18:4,19,26; 19:8; 19:9; 19:31).Como o evangelho é poder (Rm 1:16;I Co 1:18,24; 2:4), ele não precisa de acomodações de locais e nem de circunstâncias, nem de persuasão, pois é poderoso para salvar os pecadores onde eles estiverem e como estiverem. Os apóstolos tinham essa visão (I Ts 2.5), e por isso preferiam grandes conglomerados de gente para a pregação do evangelho. O evangelho da igreja em células só funciona nas células porque é comprometido com a bajulação de pecadores e persuasão de sabedoria humana, essa é razão porque eles menosprezam o templo e os grandes conglomerados de gente. Possivelmente o evangelho das células não tem poder para converter pecadores no meio das multidões. O método da bajulação e persuasão é muito mais eficaz em pequenos grupos, corpo a corpo, ou pessoalmente, porque só dessa maneira acontecem os laços sociais que prendem seus fiéis muito mais rápido do que a verdadeira conversão pelo poder da Palavra.

Durante os dias apostólicos havia a necessidade das credenciais apostólicas serem vivenciadas pelo maior número de pessoas que representassem nações e cidades; este era o instrumento do primeiro século para expandir o evangelho por todas as partes do mundo em pouco tempo. É por essa razão que o Pentecostes ocorreu em Jerusalém, bem como essa cidade tornou-se o centro do Cristianismo para o mundo: as multidões convergiam para Jerusalém. Depois das pregações apostólicas em mega reuniões (o que nunca poderia ter ocorrido em lares) acompanhadas por suas credenciais, cada pessoa voltava para seu país de origem com a mensagem do evangelho. Mais tarde, quando os apóstolos chegam a esses lugares, já existe uma base evangélica de poucos cristãos que tiveram contato com a mensagem apostólica. Isto nunca seria possível se o método de evangelização fosse igreja em células.

Pelos dados bíblicos do Novo Testamento, o crescimento espantoso da igreja primitiva nos dias apostólicos se deu exclusivamente pela pregação pública a grandes auditórios, e não em pequeninas reuniões domésticas providas de articulações pré-definidas e modelos enformados. Além do mais, o método apostólico de evangelização pela pregação da Palavra era muito distinto do que o movimento das células propõe. O método apostólico continha apenas a pregação, e nada mais. No Novo Testamento nunca se ouve falar do método “quebra-gelo” antes da pregação de Pedro, nem do método de se tomar refrescos depois da pregação de Paulo, nem tampouco se ouve falar no livro de Atos que os apóstolos fizeram reuniões em lares que consistiam de uma mistura de lazer somado a uma caricatura de culto com participação de pagãos.

O cristianismo primitivo foi incendiado em seus primeiros dias pela simples pregação da Palavra no templo, e depois, continuamente, nas sinagogas. Esse era o método apostólico de evangelização.

O texto é do Rev. Moisés C. Bezerril e o artigo todo está no site www.monergismo.com.

Sair da versão mobile