O que dizer sobre a doutrina da prosperidade e de seus disseminadores, como Benny Hinn, Valnice Milhomens, T. L Osborn e outros?
Resposta: Nossa posição, com relação à prosperidade, é que muitos estão usando a Bíblia como um tipo de escudo para suas cobiças e ambições. Usam a Palavra de Deus para somente extrair dinheiro. Hoje em dia, muitos querem os privilégios do Reino e não querem os deveres. Querem o Reino, mas não querem um Rei, é assim que enxergamos a doutrina da Prosperidade. A prosperidade é bíblica, mas não da maneira que se prega. O cristão é prospero no seu relacionamento com Deus na santificação, e a prosperidade tem servido de uma espécie de isca para atrair as pessoas de fora, que mediante a situação que o país atravessa, se aproveitam da fé alheia para enriquecer. Veja bem, quem está realmente próspero, Benny Hinn e sua turma, que pregam a prosperidade, eles estão ricos, às custas dos que seguem seu conselho, que compram seus livros. Jesus Cristo nunca nos ensinou a avaliarmos a fé da pessoa pelo que ela tem, mas sim pelo que ela é. Em Mc. 12.41-44 a viúva pobre não depositou grandes quantias, para Deus o que importa é a motivação que leva a contribuir. O que nos leva a contribuir é receber em dobro, esperando ser rico, ou será que a nossa intenção é contribuir para depois cobrar de Deus a prosperidade? Quando contribuímos, a nossa motivação deve ser de que o Reino de Deus possa crescer, com missões, ou mesmo com a manutenção de algum trabalho já estabelecido. Deus não precisa do nosso dinheiro, como muitos dizem acertadamente. Ele é dono do ouro e da prata, porém Deus nós dá o privilégio de cooperarmos com ele em sua obra. A contribuição não deve ter este sentimento de esperar de Deus ser rico. Jesus não prometeu um mar de rosas a quem o seguisse, pelo contrário, ele disse que teríamos aflições (Jo. 16.33). Vale ressaltar também o texto de Fp. 4.13, que diz “tudo posso naquele que me fortalece”, interpretando-o de maneira deturpada. Quem cita este texto, e geralmente são os pregadores da prosperidade, se esquecem do verso anterior, o verso 12. E os homens citados no texto de Hb. 11.35-38? Seriam homens prósperos, ricos, ou tinham algum problema com a sua fé? Creio que não, pois no verso 38 diz que o mundo não era digno deles. E fico pensando esses pregadores pregando em Moçambique, Guiné-Bissau, ou mesmo nos tempos de perseguição. Isso é um abuso e deve ser combatido.
Pensemos agora um pouco: seria a fé um tipo de moeda do céu, como se Deus estivesse do outro lado do balcão e você chegasse com uma quantidade de fé, e a fé que você apresenta não é o suficiente para se obter o milagre. Muitos têm transformado a fé em uma espécie de dinheiro do céu, onde o milagre depende da fé que se apresenta. Então vem a seguinte desculpa, se por acaso o milagre não acontece: “é irmão, você precisa de mais fé”. A Bíblia diz que muitos dos nossos pedidos não são atendidos por causa da nossa motivação ou cobiça (Tg. 4.1-5). Muitas vezes só pensamos em nosso próprio bem estar. As orações de intercessão estão cada vez mais raras, parece que o mundo gira em torno delas, não é bem assim que a Bíblia ensina. A nossa motivação sempre deve ser dar e não em receber nada por dar.