Na efervescência de um novo milênio, surge no mundo moderno a preocupação com a ética de comportamento. A Bíblia continua sendo o livro de todos os tempos. O apóstolo Paulo, ainda nos primórdios da Igreja, se preocupou com essa questão e escreveu aos Filipenses: “E a paz que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco” (Fp 4.7-9).
A exortação paulina aos filipenses quanto ao comportamento nos mostra que os valores morais e espirituais dos cristãos se chocam frontalmente com os de nossa sociedade.
A igreja evangélica tem papel preponderante, no sentido de influenciar a sociedade e promover mudança de hábitos nocivos. Mostrar Jesus como modelo de vida é trabalho da Igreja.
Entretanto, várias questões nos desafiam e nos levam a pensar seriamente, tais como: aborto, homossexualismo, divórcio, controle de natalidade, manipulação genética, transplante de órgãos, clonagem humana, planejamento familiar, eutanásia, suicídio, pena de morte, ecologia etc. São assuntos largamente discutidos pelos homens e a Igreja não pode omitir-se.
Precisamos, corajosa e ousadamente, despertar consciências, promover reflexões sérias sobre esses assuntos. Tristemente, nosso padrão de ética cristã tem sido comprometido pela absorção do espírito do mundo. Temos permitido o joio crescer livremente no meio de nosso trigal.
Em nome de uma falsa contextualização a ética cristã têm sofrido mudanças e rupturas. Deixamos de influenciar para sermos influenciados. Qual é o papel ético do crente, do testemunho cristão no seu emprego, dentro da família, no meio dos vizinhos? Qual é a influência que exercemos sobre as pessoas que estão ao nosso redor?
O padrão de conduta do cristão está estabelecido na Palavra de Deus. Jesus foi o modelo e exemplo de ética. Ele estabeleceu um modo todo especial para tratar dos problemas morais e sociais de sua gente. Havia, naqueles tempos, a influência de mestres, filósofos gregos e romanos, que baseavam seus ensinos sobre o comportamento com as ideias do utilitarismo, humanismo e hedonismo. Mas a ética de Jesus era a combinação do dever com a prática.
Cristo revolucionou seu tempo e confundiu intelectuais e filósofos da época. Ele estabeleceu um reino espiritual, invisível, para reinar na vida das pessoas, e as convidou para dele participar. Os sistemas mundanos são falíveis e temporais, mas o sistema divino é eterno e inconfundível.
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Pr. Elienai Cabral, AD em Sobradinho/DF
Membro do Conselho Administrativo da CPAD
Artigo publicado no jornal Mensageiro da Paz, 16 a 31 de janeiro de 2001
Sempre toco nesses temas. São urgentes.