É certo contar gracejos e anedotas no púlpito? Quais são as atitudes impróprias no culto?
Ética é a ciência que nos ensina sobre o que somos obrigados a fazer, o que nos permitimos fazer e o que somos proibidos de fazer. Em suma, é a ciência que trata dos nossos deveres para com Deus, o próximo e nós mesmos. Neste artigo, nosso objetivo é aplicar esses princípios no campo espiritual, relacionando-os com o culto divino no templo.
A primeira coisa a ser dita sobre o assunto é que toda adoração a Deus requer de nós um preço a ser pago. Adoração sem preço, sem renúncia, sem exigência não é verdadeira adoração (2Samuel 24.24). Sempre existiram dois tipos de adoradores: os bons e os maus. Por exemplo: Abel e Caim (Gênesis 4), Judas e Maria (João 12), Ló e Abraão (Gênesis 18). O assunto que vou abordar relaciona-se com o melhoramento do culto divino: sua ordem, decência, reverência e espiritualidade, especialmente no templo.
Esse tipo de matéria é difícil para o articulista, porque leva alguém a pensar que ele é infalível e perfeito, exemplo de tudo o que fala e escreve. Portanto, para mim, que sou grandemente falho em tudo, é-me muito difícil fazer o que estou fazendo.
De qualquer maneira, alguém terá que falar, independente de ser perfeito ou infalível, porque, se fosse assim, teríamos que dispensar todos os juízes, todos os delegados, todos os agentes da lei, porque todos eles são falhos. Mas, quem quer dispensá-los? Cada vez mais precisamos desses agentes da lei, apesar de suas falhas.
É baseado nesse princípio, que resolvi escrever sobre a desordem na casa de Deus, a falta de ética que ocorre no culto divino. Não é que eu seja um espelho, um modelo, um perfeito exemplo. Também não me tenham como um fariseu, sectário, implicante, intransigente. O que ocorre comigo deve ocorrer com você, que ama a casa de Deus. Trata-se do cumprimento do que está escrito em João 2.17: “O zelo da tua casa me devorará”.
Todos os salvos têm uma parcela de responsabilidade na obra de Deus, e isso inclui a cooperação para a boa ordem do culto. Há necessidade que cada um sinta dores de coração, angústia e preocupação pelo estado de coisas por que passa o culto divino em nossas casas de oração atualmente. Ou os irmãos acham que o que está ocorrendo em nossos cultos deveria ficar como está? Não! Está na hora de um BASTA! Em nome de Jesus e através da oração, do jejum, e da cooperação e providências de cada um. É preciso por termo às anormalidades que vêm ocorrendo em todas as fases do culto, na maioria das igrejas, congregações e pontos de pregação.
Atitudes Impróprias no Púlpito
1) Contar gracejos, anedotas ou usar vocabulários vulgares. Não confundir essas coisas com ilustrações adequadas.
2) Falar gritando o tempo todo. Para que serve o microfone? Há crentes e não crentes que já deixaram de frequentar certas igrejas, porque seus ouvidos não suportam mais o barulho louco e constante do pregador, dos hinos e dos instrumentos com todo volume. Isso nunca foi louvor a Deus. Estão muito enganados os que pensam que é.
3) Fazer uma leitura bíblica para a pregação e nunca mais voltar a ela.
4) Emitir cacoetes fônicos como “eh”, “ah” quando fica em dúvida, numa pausa forçada, indeciso ou em dificuldade, ou quando lê mal.
5) Ao subir na plataforma, a pessoa convidada a falar não deve apertar a mão de todos que estão lá. O fato de ser convidado a falar ou cantar, já dispensa o ato de apertar a mão de quem quer que seja. Ao chegar à plataforma, basta um leve aceno respeitoso com a cabeça ou com a mão.
6) Não aplicar truques aos pecadores ao fazer apelo. Pessoas há por aí que hoje não vão aos cultos por causa do vexame sofrido em público por parte do pregador. Por falar em apelo, este deveria ser feito estando os crentes com suas cabeças curvadas em oração.
7) Quem chega à plataforma para falar não deve usar de mecanismos para com os crentes. Exemplo, dizer “A paz do Senhor!” e repetir isso até que haja eco suficiente para agradá-lo. É também o caso do uso indevido, descabido e intempestivo de expressões sagradas, como “Aleluia!”, “Amém!” e “Glória aDeus!”.
8) Não dar oportunidade a desconhecidos para falar ou cantar. Você está sujeito a vexame, o público ficará escandalizado, a igreja ficará envergonhada e tudo isso ocorrerá por sua conta! Sim, por conta de quem está dirigindo o culto.
9) Não conversar no púlpito, não despachar expediente, não sair do seu lugar, a não ser numa emergência.
10) Se você não é o pregador do culto, dose seu tempo quando for convidado a falar. Quando o dirigente do culto convidá-lo para “um testemunho”, isso não deve levar mais do que cinco minutos. Tratando-se de testemunho, não se é obrigado a ler a Bíblia. Se é “uma palavra”, isso não deve levar mais do que dez minutos. “Uma saudação” não deve ir além de cinco minutos. E o ideal é que uma pregação não ultrapasse 45 minutos.
11) Evite o uso de bateria nos cânticos de apelo, que deve ter música suave e em tom brando.
A Conduta da Congregação
1) A eficácia do púlpito para uma mensagem poderosa depende muito da atitude da congregação durante o culto sagrado.
2) O crente deve fazer no púlpito aquilo que pediu ao dirigente para fazer ou para o que foi convidado a fazer. Muitos são chamados para dar um testemunho e acabam pregando e, ainda por cima, cantam mais um hino. Muitos pedem para cantar e acabam pregando também, ou então intercalam testemunho e cântico. Isso é impróprio, sendo uma maneira de iludir a boa fé do pastor. Outros vão cantar, mas não dizem quantos hinos, e então cantam vários hinos. Isso também está errado em se tratando do culto, onde deve haver equilíbrio.
3) Quando o coral ou o conjunto cantar, se você não é corista nem integrante do conjunto, não cante, porque isso prejudica a execução do coral ou conjunto. Se você conhece o hino que o coral ou conjunto está cantando, cante intimamente ou então ingresse no coral ou conjunto. Pior é o que constantemente ocorre com solistas, que sem pedirem nada a ninguém, quando ele ou ela menos espera, está “acompanhado” de um bom número de “auxiliares”, e geralmente desafinados! A mesma coisa acontece com os irmãos que tocam instrumentos. Se o cantor (ou conjunto) quisesse acompanhamento, eles o solicitariam antes.
4) Irmãos chamados para ler a Bíblia (leitura oficial) acabam falando outras coisas também. Se você foi convidado só para ler a Bíblia, faça somente isso. Não tome liberdades. Não se ponha a falar nada mais.
5) Não copie o modelo de outros pregadores, porque isso jamais dará certo. Procurar sempre melhorar, isso sim; mas imitar os outros, não; porque assim você perde a sua individualidade, a sua identidade, que é a sua marca registrada. Quando você tenta ser o que não é, imitando alguém, você perde aquilo que caracteriza você.
Pr.Antonio Gilberto
Paz amado. Grato ao senhor por publicar essas palavras de orientaçao quanto a ordem e reverência no culto.
Pastor, uma outra materia específica que eu gostaria e creio que tantos outros também seria com tema voltado a reverência ao senhor jesus nos cultos. Me refiro ao povo…
“Atitudes Impróprias no Púlpito”, atitude tola é quanto o palestrante mandando o povo que assiste ficar repetindo feito papagaio algo que ele fala. ou mandando cumprimentar a pessoa do lado.
outra safadeza é quando do púlpito o palestrante aproveita para atacar alguém da platéia.
Amei foi assim que aprendir servir a Deus com ordem e descência.