Como a Trindade, a Encarnação com frequência é considerada logicamente incoerente. Embora a encarnação possa transcender nosso entendimento humano, não transgride as leis da lógica.
Primeiro, por Deus ter criado a humanidade à sua própria imagem (Gênesis 1.27), as propriedades essenciais da natureza humana (racionalidade, livre-arbítrio, caráter moral e vontade) não são incompatíveis com sua natureza divina. Apesar de a ideia de Deus se tornar um molusco ser absurda, o fato de que Ele tornou-se homem não é.
Além disso, é fundamental mostrar que embora o Deus-Homem seja completamente humano, não é apenas humano. Embora Ele tenha assumido todas as propriedades essenciais da natureza humana, Ele não assumiu as não-essenciais (exemplo, inclinações pecaminosas). Na verdade, assim como Adão foi criado sem uma propensão para pecar, o segundo Adão não era manchado pelo pecado original. Assim como sua perfeição moral, outros atributos divinos de Jesus (onisciência, onipotência, onipresença e assim por diante) não foram enfraquecidos na Encarnação.
Finalmente, embora Jesus Cristo voluntariamente tenha se abstido de colocar em prática certos atributos de divindade, não se despiu de um só atributo divino (João 1.14; Filipenses 2.1-11; Colossenses 1.15-20; Hebreus 2.14-18). A respeito de sua onisciência, por exemplo, sua natureza humana pode ter servido como um filtro, limitando seu conhecimento como homem (exemplo, Marcos 13.52). Todavia, a onisciência divina de Jesus sempre estava acessível à vontade do Pai. Em suma, não há incoerência no ensinamento bíblico de que Jesus tornou-se e permanecerá para sempre uma pessoa com duas naturezas distintas, nem misturando suas naturezas nem se tornando duas pessoas.
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1.14).
Pr. Hank Hanegraaff