Uma das mais poderosas indicações de que a Bíblia não vê contradição alguma entre a predeterminação divina e a livre-escolha dos homens é encontrada em Atos 2.23. De um lado, ela declara que a morte de Jesus foi decidida “por propósito determinado e pré-conhecimento de Deus” (NTLH: “Deus, por sua própria vontade e sabedoria, já havia resolvido..,”; BV: “seguindo seu plano já estabelecido…”).
Todavia, embora tenha sido estabelecido e determinado desde toda a eternidade que Jesus haveria de morrer, a decisão foi do próprio Cristo:
“Eu dou a minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas, eu a dou por minha espontânea vontade” (Jo 10.17,18).
Nada poderia ser mais claro. Deus determinou a morte na cruz desde toda a eternidade, e, todavia, Jesus entregou-se à morte livremente.
Se isso pode ser verdadeiro para as escolhas livres de Jesus, não há nenhuma contradição em asseverar que nossas ações livres são tanto determinadas quanto livres. No que diz respeito à Bíblia, não há nenhuma contradição entre a predestinação divina e a livre-escolha dos homens.
Extraído do Livro “Eleitos, Mas Livres”, Ed. Vida, Norman Geisler