Na atualidade, temas sobre tolerância, combate ao preconceito e combate a formas de discriminação são assuntos frequentemente discutidos na mídia, ambientes acadêmicos e espaços políticos. Na busca pelo respeito a liberdade de pensamento, de crença e de expressão, muitos grupos que se sentem em situação de desvantagem passaram a chamar a atenção da mídia para suas causas e comunidades, em muitos casos, de forma extremamente bem sucedidas. Criaram-se termos que identificam situações de discriminação específicas relacionadas a determinadas comunidades como forma de denuncia. Surgem, assim, termos como islamofobia, homofobia, dentre outros.
É plenamente legítimo que determinados grupos procurem conscientizar as pessoas sobre situações periclitantes pelas quais seus membros estão passando. Independentemente de pertencer a grupos perseguidos, a ética obriga-nos a repudiar todas as formas de discriminação, contra quem quer que seja.
Da mesma forma, se os cristãos forem perseguidos, a lógica não pode ser diferente.
Vale ressaltar que, se somos cristãos, temos a responsabilidade de mostrar ao mundo o caráter particularmente intenso e cruel da perseguição anticristã, pois, lamentavelmente, comprovaremos por dados que a maioria dos atos de intolerância religiosa que ocorrem no mundo, em nosso tempo, são praticados diretamente contra cristãos.
Aproximadamente 75% da perseguição religiosa no mundo são contra vítimas cristãs. A cada 5 minutos um cristão morre por conta de sua fé. Foram 105 mil cristãos mortos por sua opção religiosa apenas no ano de 2012. O jornalista Reinaldo Azevedo, em apenas uma frase, resumiu toda essa realidade tão atual: ” No mundo, nenhuma escolha pessoal, é, hoje em dia, tão mortal como o cristianismo”.
É lógico que pessoas de outras religiões, e inclusive, pessoas que não tem religião são perseguidas também, e é claro que é um dever ético protestar contra esse tipo de discriminação. Muitas vezes essas pessoas são perseguidas pelos mesmos que perseguem o cristianismo.
Embora a perseguição religiosa no mundo não seja exclusivamente anticristã, o Pew Forum on Religion and Public Life relata que os cristãos sofrem perseguição pelo Estado e/ou pela sociedade em 133 países, o que significa que o cristianismo sofre perseguição em mais de dois terços das nações. Nenhum outro grupo religioso sofre um perseguir tão maciça e difundida como essa.
Seria possível, inclusive ampliar essa constatação de perseguição global a religião cristã. Temos que considerar três aspectos que tem gerado muita hostilidade ao cristianismo, mesmo no Ocidente, tradicionalmente visto como cristão.
O primeiro aspecto: Fanatismo Secularista- Temos que analisar este aspecto secularista que tenta a todo instante eliminar a cultura cristã no ocidente. Confundindo a laicidade do Estado ( que não adota uma religião oficial) com o laicismo Estatal ( que tem aversão a religião). Dentro da perspectiva que J.L. Talmon denominou de “democracia totalitária;” em nome de uma visão cega de democracia legitima-se uma total intolerância a presença, por exemplo, de símbolos do cristianismo , mesmo que isso venha a ferir a própria cultura dos países. Nesta dita ” democracia “, há até demissões de empregos pela utilização de símbolos religiosos, a exemplo de uma funcionária demitida em uma empresa aérea na Inglaterra simplesmente por usar uma singela cruz no pescoço. Os dois últimos aspectos adiante são descritos pelo autor Rupert Shortt, em seu livro ” Chistianophobia : a Faith Under Attack”.
O segundo aspecto está relacionado ao frequentemente fato de os cristãos serem alvo de zombaria e caricaturização de uma mídia irreverente e agressiva onde a blasfêmia anticristã é muito comum.
O terceiro aspecto. Trata dos estabelecimentos acadêmicos que facilmente se alinham com a política da moda e condenam os que fogem da ortodoxia secular multiculturalista.
Se juntarmos esses três aspectos, se considerarmos discristianizar o ocidente também como uma forma de perseguição, então se pode dizer que o cristianismo, com raríssimas exceções, passa por perseguição em qualquer lugar no mundo. A diferença será apenas quanto ao grau ou estágio que essa perseguição está se concretizando.
Apesar dos inúmeros atos de descriminação, violência e morticínio de cristãos serem tão expressivamente grandes, não existe um impacto honesto da mídia abordando as muitas pessoas vitimadas, ou mesmo qualquer mobilização prioritária por conta de governos do ocidente, visando deter a perseguição veraz que oprime e ceifa vidas de cristãos do mundo inteiro.
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Resumo extraído do livro : A Cristofobia no Século XXI – Entendendo a perseguição aos cristãos no terceiro milênio ( Daniel Chagas Torres)
Via Fabiana Ribeiro