O Prof. Arthur Noble, membro do Conselho Protestante Unido da Grã Bretanha, um cristão bíblico, defensor do país contra as investidas do Vaticano, aconselhando os britânicos a ler e obedecer a Bíblia King James, escreve um artigo que pode ser lido (em Inglês) no site “www. ianpaisley.org” , do Dr. Ian Paisley, um dos escritores bíblicos mais respeitados do Reino Unido. Vamos dar (numa tradução livre) a palavra ao Prof. Noble, o qual tem muito o que nos contar sobre como o Vaticano está agindo no sentido de limpar completamente o seu passado repleto de crimes hediondos.
A demonstração pública de arrependimento feita pelo Papa JP2, no dia 12/03/2001, durante sua visita a Israel, não passa de enganosa contravenção. O mundo está sendo levado a crer que o líder da Igreja Católica está pedindo perdão pela perseguição, tortura e assassinato de centenas de milhões de inocentes seres humanos – crimes que ele mesmo descreveu, durante uma missa especial na Basílica de S. Pedro, como “violência a serviço da verdade”.
Contudo, um analista observador da Igreja de Roma logo reconhecerá que o engodo já se faz presente na linguagem escolhida, pois o termo “verdade” tem aí a conotação de “fé”, isto é, da fé católica, fora da qual, segundo Roma, não há salvação. Isso quer dizer que o papa, realmente, não admitiu, até hoje, um grama de culpa com relação à sua igreja, atribuindo essa culpa somente ao excesso de zelo por parte de alguns dos seus filhos e filhas no passado.
Realmente, essa pretensão de arrependimento não é novidade alguma (Roma nunca muda). Em 1542, o Papa Paulo III (1534-1549), quando colocado sob o foco da Reforma Protestante, foi também forçado a apresentar um inquérito oficial do Vaticano sobre os excessos da Inquisição Medieval e da Inquisição Espanhola, inauguradas, respectivamente, pelo Papa Gregório IX, em 1231, e Sisto IV, em 1478, Do mesmo modo, Paulo III recusou-se a condenar a “única igreja verdadeira”, atribuindo os excessos praticados a alguns extremistas. Naquele tempo, o corpo de investigação era conhecido como “Congregação da Inquisição”, o qual, longe de se arrepender dos horrores praticados, foi simplesmente encarregado de justificar o que havia sido feito, conforme a suposta “fé cristã”. Não foi uma admissão de culpa, nem uma expressão do desejo de mudar. Foi apenas uma farsa destinada a dar a impressão de ambas. Nesse caso, esse inquérito se tornou, na prática, o terceiro estágio da Inquisição.
O Papa Paulo III foi o papa da Contra-Reforma, o mesmo que instigou o Concílio de Trento a ratificar e fortalecer as doutrinas da Igreja Católica Romana, afirmando que se tratava de uma reforma na Igreja. Contudo, ele jamais condenou a Inquisição como tal, do mesmo modo como o atual Papa JP2 tem feito agora. O propósito de Paulo III era reverter a Reforma Protestante e reaver o que Roma havia perdido no Século XVI. Este é exatamente o objetivo do Movimento Ecumênico, o qual, de modo nenhum, está interessado no diálogo entre fés e deve ser observado como uma nova edição do Concílio de Trento em nossos dias.
A Inquisição jamais foi rejeitada ou abandonada pela Igreja Católica. Ela continua viva e atuante, em pleno funcionamento, nos dias atuais. Ela simplesmente tem se mascarado com outro nome. Quem não quiser acreditar em minhas palavras, leia o Modern Catholic Dictionary (Dicionário Católico Moderno), editado em 1980 pela Doubleday e lá vai descobrir, pela boca da própria Roma, a verdadeira razão pela qual o papa anda circulando pelo mundo inteiro, nos últimos anos. Assim declara o artigo referente à Inquisição:
“Em sua forma atual, estabelecida pelo Papa Paulo VI, em 1965… Ela começou em 1542, sob o Papa Paulo III, como “Congregação da Inquisição” , para defender a Igreja contra a heresia. Em 1908, o Papa Pio X reorganizou a Inquisição, mudando o nome para “Congregação do Santo Ofício”, anexando à mesma a Seção de Indulgências. Em 1965, Paulo VI, mais uma vez, reafirmou o objetivo do “Santo Ofício”, mudando o nome do mesmo para “Congregação para a Doutrina da Fé”. Disse o papa: ´Agora nos armamos melhor para a defesa da fé, promovendo a doutrina´.
A competência da “Congregação” engloba uma vasta área, incluindo tudo que possa interessar à fé católica, tais como teorias teológicas, escritos contrários à fé católica, o privilégio da fé em caso de matrimônio e o julgamento de crimes contra a fé. Sessões preliminares da “Congregação” decidem as principais questões através do voto deliberativo e são propostas à aprovação do papa”.
O ano de 1965 foi então descrito, conforme o Moderno Dicionário Católico, como o ano do estabelecimento da forma atual, isto é, do 4o. estágio da Inquisição, o qual coincidiu com as últimas sessões do Vaticano II (1962-1965), convocado por Paulo VI e concluído por João XXIII. Significativamente, foi o Decreto de Paulo VI sobre o Ecumenismo nesse Concílio que instalou o “diálogo e a unidade” , com o termo “irmãos separados”, substituindo o termo “hereges”. Enquanto isso, o Concílio persistia, obstinadamente, na observação de que “o Cristo da única igreja verdadeira é o único meio de salvação”. (Documento do Vaticano II, Londres, Chapman, 1967, p. 346).
Essa nova “Congregação da Inquisição” de Paulo VI nada tem a ver com o diálogo genuíno e foi formada a fim de “defender a Igreja contra a heresia”, ou seja, com o mesmo propósito da Inquisição. O que aparece é apenas uma graciosa camada de verniz aplicada com o nome de Movimento Ecumênico, o qual ocupa todas as características de um sutil subterfúgio inquisitorial.O homem que lidera a “Congregação para a Doutrina da Fé” (o novo nome da Inquisição atual), é o cardeal Joseph Ratzinger [atual papa Bento XVI], cujo título oficial é “Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé”. Ele é o moderno inquisidor-mor, sucessor de monstros abomináveis como Jimenez Cisneros, o qual forçou a conversão dos mouros espanhóis e promoveu as cruzadas para conquistar a África do Norte, e do maligno Cardeal Fernando Niño de Guevara (modelo da famosa pintura de El Greco).
Significativamente, Ratzinger é também o presidente da Comissão Teológica Internacional, a qual tem propagado vigorosamente o Romanismo no mundo inteiro, mascarado de compromisso ecumênico. O objetivo declarado do Vaticano é subjugar o mundo inteiro à autoridade do papa. O que está fazendo o Papa JP2? Está posando, como Paulo III, de Reformador, ao mesmo tempo em que procura atrair os não católicos ao papado, sem mudar sequer um til da doutrina romanista. Os arcebispos de Canterbury e Amagh, em sua recente declaração sobre a autoridade do papa em todos os assuntos de fé e moral, ou estão redondamente enganados ou são colaboradores dessa farsa diabólica.
No dia 07/05/2000, o “Roman Catholic Zenit News Service” registrou um documento escrito pela Comissão Teológica Internacional, apresentada por Ratzinger, intitulado “Memória e Reconciliação” , cujo tema, “A Igreja e as Faltas do Passado” diz que “o mea culpa do papa […] não representa uma interrupção radical na tradição da Igreja”. O documento contém ainda um ataque à Reforma Protestante, afirmando: “O Protestantismo criou uma nova historiografia da Igreja com o propósito de demonstrar que a Igreja Católica não apenas carrega a mancha do pecado, como é totalmente corrupta e destruída. Portanto, ela não é mais um instrumento de Cristo, mas do Anticristo, não sendo uma igreja, mas uma anti-igreja”.
O documento prossegue, então, fazendo uma limpeza completa da história sangrenta da Igreja, recusando-se a condenar os seus crimes do passado, “Sem propósito algum, uma historiografia católica emergiu por meio do contraste (isto é, para o protestantismo) para mostrar que apesar dos pecados da Igreja, ela continua sendo a Igreja dos santos: a Santa igreja. […] A Igreja atual não pode se constituir em tribunal que passe sentenças sobre o passado.”
Roma, com sua própria linguagem dobre, acaba de condenar a si mesma. Ela está preparando uma limpeza completa do seu passado sangrento, a fim de ludibriar os protestantes, levando-os a crer que tem admitido sua culpa. Esta farsa foi criada para engodar os tolos, no sentido de que Roma mudou…Mas Roma nunca muda!