A Congregação Cristã no Brasil (CCB) não reconhece o batismo efetuado por ministros do evangelho de outras denominações, mesmo que seja por imersão, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.19). Não condenamos a fórmula adotada pela CCB para batizar os seus adeptos. É verdade que não concordamos com a maneira pela qual ela ministra o batismo nas águas, ou seja, o candidato ao batismo não recebe nenhum preparo teológico ao se batizar. Há pessoas que se batizam ainda com vícios e que não tiveram uma experiência de novo nascimento, ficando à mercê do sentimentalismo. Acreditam que se Deus tocar na pessoa na hora do batismo, ela pode naquele momento ser batizada e salva. Fazem isso devido a uma exegese estereotipada do texto bíblico de Atos 2.38. Acreditam que as águas do batismo podem purificar os homens de pecados.
A problemática toda recai nos argumentos levantados pela CCB, para não reconhecer o batismo de outras denominações. Analisemos os principais:
O batismo de outras comunidades cristãs evangélicas está errado, porque utilizam a expressão “eu te batizo”. A CCB entende que ao dizer “eu te batizo” é a carne que opera no homem, colocando-se na frente de Deus.
O batismo só é valido se efetuado com está formula: “Em nome do Senhor Jesus te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
O batismo da CCB purifica o homem do pecado.
RESPOSTA: O primeiro argumento da CCB é pueril. Ora, qual a diferença entre a expressão “eu te batizo” e a da CCB “te batizo” ? Na primeira expressão o sujeito está explícito; na segunda o sujeito está oculto. Das duas, uma: ou a CCB pensa que no ato batismal não é o homem que batiza, mas Deus, ou eles não conhecem a língua portuguesa ! É claro que é o homem que efetua o batismo, pois Jesus mandou que os discípulos assim o fizessem. Além disso, se, pelo fato de utilizar a expressão “eu te batizo”, estivéssemos errados e ofendendo a Deus, então João Batista não estaria certo tampouco quando batizou Jesus. Naquela ocasião João usou a seguinte expressão: “Eu vos batizei em água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo” (Mc 1.8) e “Eu, na verdade, vos batizo em água” (Mt 3.11). Será que a CCB acha que João Batista também estava errado ?
O segundo argumento da CCB acerca da fórmula batismal é uma prova factual de que essa denominação não conhece a Bíblia. Eles criaram uma fórmula que não existe nas Escrituras. A menção do batismo em nome de Jesus (Atos 2.28; 8.16; 10.48 e 19.5) encontra-se em passagens que não tratam da fórmula batismal, e, sim, de atos ou eventos feitos em nome de Jesus. Tudo o que é feito na vida da Igreja orbita em torno do nome de Jesus. Veja o que diz o apóstolo Paulo em Colossenses 3.17: “E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”. O cristão, quando se reúne no templo, se reúne em nome de Jesus. Quando louva a Deus com cânticos, louva em nome de Jesus. Quando uma criança é apresentada, apresentamos em nome de Jesus… E quando realizamos um batismo, realizamos em nome de Jesus, mas de acordo com a fórmula dada por Cristo: “Em nome do Pai, Filho e Espírito Santo” (Mt. 28.19). Os textos do livro de Atos só nos mostram essa realidade e não uma fórmula batismal fora da contextualização ensinada por Jesus.
Vejamos o que nos dizem algumas passagens: Atos 2.38 – “Em nome de Jesus Cristo”; Atos 8:16 – “em nome do Senhor Jesus”. Se essas passagens revelassem a fórmula batismal, seriam iguais, pois qualquer fórmula é padronizada. O que a Palavra está dizendo é que as pessoas eram batizadas sob a autoridade do nome do Senhor Jesus. Mesmo porque não é possível que Pedro, pouco tempo depois da ordem de Jesus em Mateus 28.19, agisse de modo tão diferente ao mandamento.
O terceiro argumento é de que o batismo na CCB purifica o homem do pecado. Tal afirmação é desprovida de base bíblica. Basta somente um pequeno versículo bíblico como o de I João 1.7 para lançar por terra essa heresia medieval: “…e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado”. O que nos purifica é somente “O SANGUE DE JESUS CRISTO”. Em Marcos 16.16 é dito que: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”. Não é dito que “quem não crer e não for batizado será condenado”, mas apenas “quem não crer”. O ladrão da cruz não teve tempo para se batizar, mas creu no Senhor, recebeu a remissão dos seus pecados pelo seu sangue e foi salvo (Lc 23.43).