O Sr. Ed René Kivitz citou Deuteronômio 22 para afirmar que a Bíblia TOLERAVA a cultura do estupro. Ele começa contando uma historia fictícia de uma jovem que sofreu ESTUPRO e ela chega ate o escritório dele para conversar. Então ele pergunta: Você era noiva ou estava comprometida com alguém antes deste estupro? – A mãe e o pai estão ali por perto e dizem: não, ela não era, ela é muito jovenzinha… Então ele diz: Então não tem problema, eu vou procurar este rapaz que te violentou, ele vai indenizar o seu pai, e vai se casar com você. Fique tranquila, ele vai assumir você. Então ele pergunta: O que você acha disso?… Ele reconhece que o estupro é uma violência inadmissível, mas tolerável segundo o texto utilizado: A moca que for violentada, no meio do campo, se não estiver prometida em casamento, basta que o abusador indenize o pai da moça e case-se com ela. É isso o que a Bíblia orienta. Então ele conclui que o texto sagrado é insuficiente.
Eu então pergunto: QUEM COMETEU ESTUPRO? Foi o jovem do suposto texto de Deuteronômio ou foi o Sr Kivitz que estuprou o texto? O texto seria este:
“Quando um homem achar uma moça virgem, que não for desposada, e pegar nela, (taphas ) e se deitar (shakab) com ela, e forem apanhados, Então o homem que se deitou com ela dará ao pai da moça cinquenta peças de prata; e porquanto a humilhou, lhe será por mulher; não a poderá despedir em todos os seus dias. Deuteronômio 22:28,29
Onde se encontra a confusão? A confusão está no fato do Sr Kiviyz nos acusar de não sabermos ler a Bíblia, quando ele mesmo comete um erro extramente grosseiro e descabido. Vou mostrar adiante.
Kivitz afirma que estes versos oferecem uma clara evidência de que a Bíblia chancela e tolera o estupro. Por isso ele propõe “atualizar a bíblia”!
No entanto com uma boa leitura do texto facilmente podemos ver que a Bíblia não sanciona, tolera ou aprova o estupro. As línguas originais deixam isso claro. Apesar de que o contexto do capítulo 22, sim trata-se de estupro, nestes versos específicos (27-28) não se trata de ESTUPRO, a Bíblia não sanciona que o estuprador se case com sua vítima, como sugerido.
As palavras hebraicas em questão são “taphas” e “shakab”. No caso de “taphas” o significado tem o mesmo sentido do Português brasileiro: “se um cara conquistar uma garota” – “se o cara ganhar a garota”.
Estes versos de Deuteronômio 22.27-28 estão muito relacionados a Êxodos 22, onde encontramos os seguintes versos:
“Se um homem seduzir (pathah) uma virgem que ainda não tenha compromisso de casamento e deitar-se (shakab) com ela, terá que pagar o preço do seu dote, e ela será sua mulher. Mas se o pai recusar-se a entregá-la, ainda assim o homem terá que pagar o equivalente ao dote das virgens”. Êxodo 22.16,17
A palavra pathah é usada no lugar de taphas. Ou seja, seduzir, ganhar, conquistar a mulher são sinônimos nestes versos.
Esta claro que a passagem de Êxodo se refere a um homem que seduziu uma mulher e eles consumaram o ato sexual. A mulher neste caso consentiu com o ato sexual. Ela não foi forcada, mas talvez foi iludida pelas promessas de casamento e amor do indivíduo. Neste caso, não houve estupro, porém o castigo seria pagar pela humilhação da mulher ou/e se casar com ela sem a possibilidade de divórcio.
No caso da palavra “shakab” o significa é geralmente “se deitar com alguém” no sentido sexual, mas também pode ser usada em outros sentidos: dormir ou descansar. A palavra shakab não implica necessariamente que a relação sexual tenha sido forçada. A expressão é usada em conexão a relação consensual.
“…. Quando a mulher de alguém se desviar, e transgredir contra ele, De maneira que algum homem se tenha deitado (shakab) com ela…” Números 5.12,13
A palavra shakab aqui se refere a relação sexual consensual e voluntaria. Ambos decidem cometer adultério. A mulher não foi forçada ao ato sexual.
O verso 25 de Dt 22, fala sobre FORÇAR um intercurso. Claramente se percebe que houve um estupro neste caso. “E se algum homem no campo achar uma moça desposada, e o homem a forçar (chazaq), e se deitar (shakab) com ela, então morrerá só o homem que se deitou com ela” Deuteronômio 22.25
A palavra chazaq aqui claramente se refere ao estupro. O texto mostra que a mulher foi abusada sexualmente, ela foi forcada a um ato sexual contra a sua vontade. A punição seria a morte do homem, mas não da mulher. O estuprador receberia a pena capital e não o casamento, como Kivitz quis arrazoar.
Esta então provado que os textos que estudamos não falam absolutamente NADA sobre uma mulher ter que se casar com o homem que a estuprou – ou seja, quem estuprou o texto foi o pastor marxista. Ele deveria ler a Bíblia com mais cuidado e menos malícia, em vez de querer “atualizar” o texto sagrado.
Julio Quirino via facebook
convenção BATISTA TOME VERGONHA NA CARA
Gostaria de aprender mas sobre a palavra de Jesus Cristo.
O versículo 22 fala de mulher desposada, enquanto o versículo 28 de não desposada. Ou seja, só fala em morte para o caso da mulher ser comprometida, pois humilhou a mulher do seu próximo.
Não estou defendendo o estupro, mas essa interpretação do texto está equivocada.