Algumas pessoas pensam que a apologética não é bíblica. Elas dizem que você deve apenas pregar o evangelho e deixar que o Espírito Santo faça a sua parte! No entanto, acredito que o exemplo de Jesus e dos apóstolos afirma o valor da apologética. Jesus apelava para milagres e cumprimento das profecias para provar que suas alegações eram verdadeiras (Lc 25.25—27; Jo 14.11). E os apóstolos? Ao falar para outros judeus, eles apelavam para o cumprimento das profecias, para os milagres de Jesus e especialmente para a ressurreição a fim de provar que Jesus era o Messias. Tomemos, por exemplo, o sermão de Pedro no dia de Pentecostes, registrado no segundo capítulo de Atos. No versículo 22, ele apela para os milagres de Jesus. Nos versículos 25-31, ele apela para o cumprimento da profecia. No versículo 32, ele apela para a ressurreição de Cristo. Por meio desses argumentos os apóstolos procuravam mostrar aos outros judeus que o cristianismo era verdadeiro.
Ao falar para os que não eram judeus, os apóstolos procuravam demonstrar a existência de Deus por meio da sua obra na natureza (At 14.17). Em Romanos 1, Paulo afirma que apenas com base na natureza todo homem pode saber que Deus existe (Rm 1.20). Paulo também apelava para as palavras de testemunhas oculares da ressurreição de Jesus para mais uma prova de que o cristianismo era verdadeiro (I Co 15.3-8). Fica, portanto, claro que tanto Jesus quanto os apóstolos não temiam dar evidências em favor da verdade daquilo que proclamavam. Isso não quer dizer que eles não confiavam no Espírito Santo para trazer as pessoas a Cristo. Antes, confiavam que o Espírito usava os argumentos e as evidências deles para fazer isso. (CRAIG, 2012, pp. 15-16)
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Extraído do livro: Em Guarda “Defenda a fé cristã com razão e precisão” de William Lane Craig.
Por Nivaldo Gomes.