A alma sobrevive à morte do corpo?

sepulcro vazio

INTRODUÇÃO

Os adventistas do sétimo dia negam a sobrevivência da alma por ocasião da morte do corpo. Dizem. “A Morte é um Sono. Morte não é aniquilação completa; é apenas um estado temporário de inconsciência enquanto a pessoa aguarda a ressurreição. A Bíblia identifica repetidamente esse estado intermediário como um sono” (NISTO CREMOS, p. 457, 1ª edição, CPB).

Dizem mais: “Para o cristão a morte não é mais que um sono, um momento de silêncio e escuridão” (Subtilezas do Erro, 1ª edição, p. 272, Arnaldo Christianini, CPB).

Na tentativa de salvaguardar sua doutrina da inconsciência da alma, os adventistas se valem de tudo. Vejamos o que disse o escritor Arnaldo Christianini com relação a Lc 16.19-31, onde Jesus falou da consciência da alma após a morte física tanto de Lázaro, no paraíso, em estado de consolo consciente; como do rico, em estado de tormento consciente no Hades.

“Fosse real, não conteria enredo eivado de ideias pagãs… Eram ideias populares nos dias de Jesus, mas não eram conceitos bíblicos…. Jesus, como recurso didático, serviu-Se de ideias populares, embora errôneas, para chegar a conclusões corretas” (Subtilezas do Erro, p. 255, 1ª edição, CPB, Arnaldo Christianini).

Imaginem só: Jesus se utilizou-se de enredo eivado de ideias pagãs, de ideias populares, embora errôneas, mas não eram conceitos bíblicos. Atribuir isso a Jesus é o cúmulo da blasfêmia e só pode admitir tal conceito quem está transtornado por ideias preconcebidas sem apoio bíblico. Ajustam-se tais pessoas ao que disse o profeta Ezequiel quando o modo de pensar de um grupo religioso não está apoiado na Bíblia, se insurgem com ensinos estapafúrdios admitindo que, como recurso didático, Jesus usasse de enredo de ideias pagãs.

Declara o profeta Ezequiel: “No entanto, dizeis: O caminho do Senhor não é direito. Ouvi, agora ó casa de Israel: Porventura não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos tortuosos?” (18.25). Senhores adventistas: o ensino do sono da alma apregoado por Ellen G. White não é direito, não obstante a cultura religiosa de quem escreveu o livro Subtilezas do Erro.

 

1 – O SENTIDO DA PALAVRA MORTE

A palavra morte não tem o sentido de inconsciência. A palavra morte é a tradução da palavra grega thanatos e tem o sentido de separação. Embora discordem dessa opinião, declaram com relação ao pecado de Adão e Eva, quando no Éden desobedeceram a Deus tomando do fruto proibido. Afirmam os adventistas: “Mas depois de haverem transgredido a ordem divina, Adão e Eva descobriram que o salário do pecado é realmente a morte” (NISTO CREMOS, p. 457, CPB). Morreram Adão e Eva no sentido em que os adventistas interpretam a palavra morte – ‘um estado temporário de inconsciência enquanto a pessoa aguarda a ressurreição’? Ou eles mesmos reconhecem que não ocorreu a morte nesse sentido de inconsciência?

Dizem: “Foi tão-somente a misericórdia de Deus que protegeu Adão e Eva da morte imediata” (NISTO CREMOS, p. 457. CPB). Mas Deus não havia dito que “no dia em que dela comeres, certamente morrerás?” (Gn 2.17). Ocorreu realmente a morte física do casal? Não! Deus mentiu? Não! O que realmente ocorreu? Morreram sim, naquele mesmo dia, pois foram postos fora da comunhão com Deus (Gn. 3:8.9) e fora do Jardim do Eden (Gn.3.24). Fisicamente, Adão veio morrer com 930 anos (Gn. 5.5). Logo, a palavra morte pode ser empregada como separação e esta separação de Deus ocorreu naquele mesmo dia. Esta morte é a que tem passado a toda humanidade. Mesmo o homem vivendo fisicamente, até o dia em que venha a morrer fisicamente.

 

2 – O EMPREGO DA PALAVRA MORTE

Vejamos o emprego da palavra morte no sentido de separação espiritual de Deus:

“Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me. Deixa aos mortos, sepultar os seus mortos” (Mt.8.22);

“Porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado” (Lc. 15.24);

“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados” (Ef 2.1);

“Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef. 2.5);

“A que se entrega aos prazeres, mesmo viva, está morta” (1Tm. 5.6);

“Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte” (1 Jo 3.14);

“Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto” (Ap.3.1)

 

3 – O SENTIDO DA PALAVRA ALMA

O conceito dos adventistas acerca da natureza da alma é tão grave que se dão ao luxo de afirmar: “O que o homem possui é o ‘fôlego de vida’ ou ‘vida’ (o que dá animação ao corpo) que lhe é retirado por Deus, quando expira. E o fôlego é reintegrado no ar, por Deus. Mas não é entidade consciente ou o homem real como querem os imortalistas” (Subtilezas do Erro, p. 249, 1ª edição, Arnaldo Christianini, CPB).

Entretanto, a palavra alma é a tradução da palavra hebraica nephesh, e da palavra grega psyche, usada em vários sentidos na Bíblia. É como a palavra leite. Há pelo menos três sentidos em que se emprega a palavra leite na Bíblia.

1) a palavra leite em seu sentido literal como alimento liquido, branco: “Tomou também coalhada e leite…” (Gn. 18.8);

2) a palavra leite em sentido de bênção material: “Se o Senhor se agradar de nós, então nos porá nesta terra e no-la dará, terra que mana leite e mel” (Nm. 14.8).

3) a palavra leite em sentido de alimento espiritual: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo” (1Pe. 2.2).

Do mesmo modo, a palavra alma é empregada com vários sentidos: um sentido literal e dois sentidos ou mais figurados:

1) a palavra alma é mpregada com o sentido literal de entidade consciente e inteligente e que sobrevive à morte do corpo:

2) a palavra alma empregada com o sentido figurado de pessoa: Todas as pessoas (almas) da casa de Jacó, que vieram para o Egito, foram setenta” (Gn. 46.27); “Todas as pessoas (almas), pois, que descenderam de Jacó foram setenta” (Ex. 1.5); “Estávamos no navio duzentas e setenta e seis pessoas (almas) ao todo” (At. 27. 37).

3) a palavra alma empregada com o sentido figurado de vida: “E certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas” (Gn.9.5); “Escapa-te por tua vida” (Gn. 19.17)

Entretanto, alma e vida são expressões distintas: “Para desviar a sua alma da cova, e a sua vida de passar pela espada” (Jó 33.18); “E a sua alma se vai chegando à cova, e a sua vida ao que traz morte” (Jó 33.22).

 

4 – O SENTIDO DA PALAVRA DORMIR

A palavra dormir é a tradução da palavra grega koimaomai é usada em três sentidos:

1) para referir-se ao sono natural do corpo. “Dizei: vieram de noite os seus discípulos e, dormindo nós o furtaram” (Mt. 28.13). “E, levantando-se da oração, veio para os seus discípulos e achou-os dormindo de tristeza” (Lc. 22.45).

2) para referir-se à morte do corpo: “E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados” (Mt 27.52). “Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono” (Jo 11.11); “Lázaro está morto” (Jo. 11.14); “Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal,, porque é já de quatro dias” (Jo 11.39).

3) A palavra dormir no Senhor é empregada apenas para os cristãos: “Não quero porém irmãos que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais que não têm esperança, porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele” (1Ts. 4.13,14).

4) A palavra chave para o entendimento de 1Ts. 4.13,14 está na preposição grega sun (com) no verso 14. Declara que Deus os tornará a trazer com ele (sun auto), isto é, com Jesus na sua vinda, os que já provaram a morte física. Seus corpos são descritos como dormindo, uma linguagem de metáfora comum no Novo testamento para referir-se ao corpo nunca ao espírito e alma (Mt 27.52). A segunda vez que se usa sun (com) é no verso 17, referindo-se aos que sobrevivem até à vinda de Cristo e serão arrebatados juntamente com eles (sun autois). Isto é, com os mortos em Cristo (oi nekron en Christo) a encontrar o Senhor nos ares. Aqui, de novo, sun(com) não tem outro sentido senão juntamente com. A última vez que se usa a preposição sun é encontrada ainda no verso 17 e “assim estaremos sempre com o Senhor (sun Kurio)”. É óbvio pois que aqueles que partiram estão com Cristo (Fp 1.21-23) retornarão com ele, “na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os seus santos” (1Ts. 3.13). Com isso, se dará a ressurreição de seus corpos imortalizados e incorruptíveis. Esses corpos, descritos como dormindo, serão instantaneamente metamorfoseados. Os primitivos cristãos se utilizaram da palavra koimaterion, usada como sinônimo de casa de repouso para estrangeiros para indicar o lugar de repouso dos que já tinham morrido (cemitério ou dormitório), onde os corpos jaziam.

5 – A ESPERANÇA DOS ADVENTISTAS NO ESTADO INTERMEDIÁRIO

“Para o cristão a morte não é mais que um sono, um momento de silêncio e escuridão” (Subtilezas do Erro, 1ª edição, p. 272, CPB). Repetimos o que afirmam: “um momento de silêncio e escuridão”. Dizemos nós, um momento que pode durar centenas ou milhares de anos. Diante disso, por acaso preciso crer:

1. Que os redimidos no céu estão experimentando fartura de alegrias e delícias perpetuamente, enquanto dormem? “Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente” (Sl.16.11).

2. Que o homem rico, depois de sua morte, estava em tormentos, clamava, rogava (Lc. 16.23), dormindo? “E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio”. E que Lázaro era CONSOLADO enquanto dormia? “Disse porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado…” (v.25), enquanto dormiam?

3. Que “logo que nos ausentamos do corpo estaremos presentes com o Senhor, deleitando-nos com uma maravilhosa comunhão com ele. Enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor, mas-temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor” (2 Co 5.6,8), enquanto dormimos?

4. Que a morte, para nós, os cristãos, será lucro e muito melhor do que qualquer coisa que tenhamos experimentado aqui na terra: “Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é ganho… tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda melhor…’ (Fp 1.21-23), embora estejamos adormecidos?

5. Que a congregação dos primogênitos inscritos no céu “a universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus…” (Hb 12.23) é uma igreja de adormecidos?

6. Que as almas, debaixo do altar, clamam com alta voz, Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra…” (Ap. 6.10), embora estejam dormindo?

 

6 – QUANDO RECEBEMOS VIDA ETERNA?

Vida eterna – dádiva de Deus para os homens não deve ser confundida com as palavras imortalidade ou incorruptibilidade. Vida eterna é uma possessão presente, enquanto imortalidade e incorruptibilidade são possessões futuras: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24).

Por meio de Cristo somos tornados filhos de Deus: “a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome” (Jo 1.12). Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus…” (1Jo. 5.1); somos justificados pela fé: “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm. 5.1) e já não existe nenhuma condenação: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus…” (Rm 8.1); temos salvação e gozamos de vida eterna: “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de deus, para que saibais que tendes a vida eterna…” (1 Jo 5.11-13).

O homem pode ter existência física e não possuir vida eterna. Vida eterna é uma condição de vida de comunhão com Deus que não sofre solução de continuidade quando ocorre a morte física. A vida eterna nos é concedida como resultado da aceitação de Cristo como Salvador único e pessoal.

7 – IMORTALIDADE E INCORRUPTIBILIDADE

Imortalidade é definida pelos adventistas da seguinte forma: “Imortalidade é o estado ou qualidade daquilo que não está sujeito à morte. Os tradutores das Escrituras usaram a palavra imortalidade para traduzir os termos gregos athanasia, ‘ausência de morte’, e aphtharsia ‘incorruptibilidadé” (NISTO CREMOS, p. 454, CPB).

Essa imortalidade e incorruptibilidadé, nós a receberemos na ocasião da vinda de Jesus, como se lê em 1 Co 15.51-53: “Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidadé, e que isto queo é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidadé, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória”.

Assim, hoje já desfrutamos de vida eterna. Vida eterna hoje e futuramente gozaremos de imortalidade e incorruptibilidadé quando se der o arrebatamento da igreja em ocasião não conhecida.

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