Os kardecistas afirmam que Jeremias 1.5 é uma referência à preexistência da alma. Como explicar esse versículo?
Além dos kardecistas, outros movimentos ensinam a doutrina da reencarnação. Os mórmons e os membros do movimento Nova Era, por exemplo, creem que o versículo em pauta indica que Jeremias preexistiu como uma alma sem o corpo antes de ser encarnado.
Enquanto os reencarnacionistas creem que a alma está em uma espécie de peregrinação e após a morte volta em outro nascimento, aqueles que acreditam na preexistência da alma afirmam que existe uma espécie de pré-mundo ou mundo espiritual ou até mesmo um tipo de sala em que todas as almas foram primeiramente criadas por Deus e ali estão confinadas até o tempo apropriado para que possam encarnar. Essa é a diferença entre essas duas crenças.
O texto em estudo, no entanto, não fala de reencarnação e muito menos de preexistência da alma antes do nascimento. O foco aqui não está na alma de Jeremias, mas no fato de que Deus conhece, chama e separa Jeremias para o ministério profético. Ele foi escolhido por Deus da mesma forma que o oleiro escolhe o material para construir um vaso. Deus tem conhecimento cabal do futuro e da constituição do homem. Conhece até mesmo o feto que está sendo gerado (Sl 139.11-16). É dessa forma que, em sua sabedoria, Deus unge e designa alguém, antes mesmo que essa pessoa tenha nascido, para determinada obra, o que não significa que a alma dessa pessoa conheça, antes do nascimento, a tarefa para a qual fora escolhida pelo Senhor. Absolutamente. As Escrituras não indicam que a alma tenha qualquer existência antes de sua concepção, e muito menos que tenha qualquer qualidade própria. Mas Deus conhece todas as coisas.
Logo, esse versículo não fala da preexistência da alma antes da concepção. Ao contrário, afirma a preordenarão de Jeremias como vaso escolhido. Tudo isso se deve à soberania e onisciência de Deus.
Fonte: Revista DF