O arcebispo zambiano Emmanuel Milingo, de 71 anos, curandeiro, exorcista e cantor, cujo casamento se realiza este domingo em Nova York em uma cerimônia organizada pela seita Mooon, continua surpreendendo e pondo o Vaticano em uma situação embaraçosa
CIDADE DO VATICANO – O arcebispo zambiano Emmanuel Milingo, de 71 anos, curandeiro, exorcista e cantor, cujo casamento se realiza este domingo em Nova York em uma cerimônia organizada pela seita Mooon, continua surpreendendo e pondo o Vaticano em uma situação embaraçosa. Nascido em Mnukwa, um povoado do Leste de Zâmbia, analfabeto até os 12 anos, monsenhor Milingo era tão pobre que só pôde calçar seus primeiros sapatos aos 18 anos de idade, segundo conta. Foi ordenado sacerdote aos 28, após estudos de teologia, filosofia e ciências sociais. Muito conhecido na África por ter apresentado programas de rádio, o prelado zambiano foi nomeado arcebispo de Lusaka aos 39 anos de idade. Catorze anos depois foi obrigado a renunciar, a pedido de João Paulo II: suas atividades de curandeiro e caçador de demônios eram incompatíveis com seu cargo eclesiástico. Em sua autobiografia, “O curandeiro de almas”, acusou as autoridades religiosas romanas de tê-lo literalmente “sequestrado” e obrigado a viver durante muitas semanas como “numa prisão”, em um convento. Posteriormente, o Vaticano lhe encontrou um emprego: vice-presidente de um órgão encarregado da pastoral do turismo, onde vivia uma espécie de exílio desde 1983.
Entretanto, continuou exercendo como nunca suas atividades de curandeiro, primeiro em Roma e depois em toda a Itália, Europa e no mundo inteiro. Milhares de “possuídos” pelos demônios e enfermos o procuram. Alguns bispos o rejeitam, outros o acolhem. Em 1995, monsenhor Milingo tornou-se famoso na Itália. Jornais e televisão lhe dedicaram muito espaço: com camisas floridas e um boné de beisebol, acompanhado por instrumentos musicais tradicionais de seu país, o ex-arcebispo de Lusaka apresentou seu disco “Gubudu Gubudu”, com canções compostas por ele em línguas cicewa e cinsenga, inspiradas na cultura zulu. Para seus superiores, ele desrespeitou tudo, além ainda de manter contatos com a seita Moon. Assim, foi despojado de suas funções, perdendo seu apartamento de trabalho no Vaticano e tendo de viver em um povoado nos arredores de Roma, de onde viaja para o resto do mundo.
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