Há duas palavras gregas comumente traduzidas por “soberano” no Novo Testamento. Uma é dunastes, que, de acordo com a Concordância de Strong, significa: “príncipe, potentado; cortesão, alto oficial, ministro real de grande autoridade” (1414), e a outra é despotes, que significa: “mestre, Senhor” (1203). É digno de nota que não há nenhum léxico que inclua determinar cada ação como um sinônimo ou mesmo um atributo necessário para essa soberania. São coisas diferentes. Ser soberano é ser senhor sobre tudo, é ter controle e domínio sobre todas as coisas; determinismo, por outro lado, é determinar cada ato do indivíduo, o que vai muito além do conceito básico de soberania.
Fatalismo e Predestinação: Existe uma linha tênue entre Fatalismo e Predestinação. Predestinação só não é Fatalismo quando levado em consideração a presciência de Deus. Se Deus não age e interage mediante a fé prévia de suas criaturas, então o fatalismo está estabelecido. Qualquer coisa fora disso é fugir dos fatos e da realidade bíblica e filosófica.
O Fatalismo sempre foi heresia aos olhos da Igreja de Jesus: A definição do fatalismo como heresia foi dado no concílio de Orange em 529 – pra igreja primitiva, a ideia de salvação monergística, era uma cosmovisão pagã e estoica (veja, são os documentos históricos que dizem isso). A salvação para ser bíblica, tinha que haver a ação de Deus e a interação do homem – Paulo disse muito claramente: “Como cooperadores de Deus, insistimos com vocês para não receberem em vão a graça de Deus” (2ª Coríntios 6.1)… A Igreja primitiva era radical nisso, tanto que no concílio de Orange faltou muito pouco até mesmo para Santo Agostinho entrar na categoria de herege… Aliás, muitos bispos o acusava de tal pecado e de pagão infiltrado (Confira na obra de Peter Brown sobre a Biografia de Agostinho, Record)… é pra isso que os fatos apontam.