Muitos estão estudando o espiritismo, suas práticas, suas doutrinas, seus fenômenos. E quem o examina com cuidado à luz da razão, da história e, principalmente, da Bíblia, a Palavra de Deus, vai descobrir que há muita coisa lá, como fenômenos estranhos, obras sociais, poderes mentais, milagres demoníacos, fraudes, e outras coisas mais. Porém lá não existe a verdade divina da Bíblia. O que há de mais fundamental na Bíblia, os espíritas negam. Os alicerces doutrinários da fé cristã são negados por eles. A obra expiatória de Cristo na cruz, que é o âmago do cristianismo, o coração do Evangelho de Cristo, é uma loucura para os espíritas, que a trocam pela reencarnação, doutrina ocultista, condenada pela Bíblia, como vamos ver no capítulo seguinte.
Os espíritas têm a pretensão de mostrar aos ateus e materialistas do mundo que existe uma dimensão espiritual, e que a alma subsiste depois da morte. Ora, estas duas verdades importantes, até o próprio Satanás conhece. Mas como os espíritas estão tratando a alma? Como encaram o seu futuro espiritual? Qual é o seu relacionamento com Deus e com o Seu Filho, Jesus Cristo? Como estão eles tratando a Bíblia, a Palavra de Deus, a Sua revelação especial ao homem? As bases fundamentais do Cristianismo não estão sendo trocadas pelas revelações mediúnicas? Não estão eles desprezando a Bíblia, dizendo que é melhor receber as verdades por via dos espíritos dos próprios profetas e apóstolos? Não estão eles deixando a Bíblia de lado, sob pretexto de que é melhor ir diretamente à fonte, que são os espíritos dos autores da Bíblia? Haveria um engano com consequências mais tristes do que este? É assim que eles dizem ter uma mensagem para o mundo materialista e ateu! É preciso que nos lembremos de que ateu não é apenas o homem que nega a existência de Deus na teoria. É ateu também quem o nega na prática, vivendo como se Deus não existisse, tratando a Bíblia como se ela não fosse a verdade divina, a Palavra de Deus, para o homem crer e obedecer. Ninguém pode julgar um livro se não julgar o seu autor. Quem julga a Bíblia e a mutila, também julga e mutila o que há de mais importante na pessoa de Deus, que é a Sua Palavra, a Sua integridade e personalidade. Não podemos eliminar da Bíblia o que não nos interessa, e deixar apenas aquilo que achamos não contrariar as nossas ideias humanas.
Negar as verdades bíblicas é praticar ateísmo. Dizer que Deus está se revelando hoje por meio dos espíritos dos mortos, trazendo doutrinas contrárias às da Bíblia, é chamá-Lo de Deus contraditório. Como iria Ele ensinar hoje as doutrinas e práticas que Ele condenou no passado, conforme lemos na Bíblia? Deus não Se contradiz, e a Sua verdade é eterna. Deus é fiel e imutável. Imutável é a Sua Palavra. Se mudasse deixaria de ser Deus. Chamá-Lo de mutável e inconsistente é negá-Lo, é confessar ateísmo.
A verdade é que esses espíritos “reveladores” dos espíritas procedem de outro reino, que não é o de Deus. As Sagradas Escrituras, que são perfeitas e infalíveis, já previram o perigo desses espíritos, e por isso nos dizem: “O Espírito (isto é, o Espírito Santo) afirma expressamente que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios” (I Timóteo 4:1). Aqui temos a explicação para o corpo de doutrinas espíritas, tão contrárias às doutrinas santas da Palavra de Deus. Aqui temos a razão por que as verdades mais preciosas e santas da Bíblia são mutiladas pelos espíritas. Eles recebem os seus ensinos desses espíritos “enganadores”. São “ensinos de demônios”.
A preocupação do diabo sempre foi a de lançar dúvida no que Deus diz e contradizer a Sua Palavra. Tem sido assim desde o início da História. Deus disse a Adão no Éden, com referência à árvore do conhecimento do bem e do mal: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2:17). Mas Satanás veio como anjo de luz, embora na figura de uma serpente, talvez o animal que mais atraísse a mulher, e disse a Eva: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? É certo que não morrereis” (Gênesis 3:1).
Estamos vendo aqui a missão de Satanás no mundo: confundir a mente humana, contradizendo o que Deus diz na Sua Palavra. O inimigo descobriu desde o início que esta é a melhor tática, e até hoje nunca a abandonou. Foi assim que ele afastou os nossos primeiros pais de Deus, e com eles, toda a humanidade. E por este mesmo subterfúgio, procura-nos manter afastados de Deus.
Muitos não sabem que o espiritismo, nas suas diversas modalidades, acata mais a palavra do diabo do que a Palavra de Deus. Para eles, o tentador não é só um irmão aliado, mas uma espécie de deus que merece reverência e adoração. Muitos o estão adorando. É o culto a Satanás. Sobre ele, a conceituada revista espírita PLANETA diz o seguinte: “Satã é o poder contrastante que nos permite enxergar e caminhar de volta, por isso é o Lúcifer, o portador do facho de luz” (PLANETA, fevereiro de 1974, n.° 18, pág. 130). Já citamos o apóstolo Paulo, dizendo que Satanás se transforma em anjo de luz e os seus anjos em ministros de justiça para enganar os que estão cegos pela incredulidade.
Com este conceito de Satanás, e consultando os supostos espíritos dos mortos, que na verdade são demônios disfarçados, os espíritas afirmam que o espiritismo é a Terceira Revelação, e que o espiritismo é o próprio Espírito Santo da promessa, que veio para consolar e revelar a verdade. Nada mais blasfemo e escarnecedor do que isto. O Espírito Santo de Deus que inspirou os profetas, os apóstolos, assim bem como os demais oráculos de Deus, isto é, inspirou a todos os autores da Bíblia, não pode ser confundido com uma religião que é a negação de tudo quanto encontramos neste Livro vivo e atual, cujo autor, de fato e de verdade, é o próprio Espírito Santo de Deus. Os espíritas, para atribuírem ao Espírito Santo as suas doutrinas psicografadas e sopradas pelos espíritos do além, terão antes de provar que o Espírito Santo se retratou de tudo quanto ensinou por meio da Bíblia. De outra forma, estarão chamando o Espírito Santo de contraditório e incoerente, o que seria uma blasfêmia contra o próprio Espírito Santo de Deus. O apóstolo Paulo, por isto, chama estas doutrinas espíritas de “ensino dos demônios”, como já vimos. E procurando mostrar por inspiração do Espírito de Deus a total e completa impossibilidade de haver uma outra revelação de Deus aos homens, que seja diferente daquela transmitida pelos oráculos de Deus, tal qual encontramos na Bíblia, o apóstolo Paulo diz: “Mas ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu, vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gálatas 1:8). Mas, o que significa anátema? No dicionário de Orlando Mendes de Morais e de Leonam de Azeredo Pena, quer dizer: Maldição, opróbrio, reprovação. Agora veja você: se um outro evangelho vindo do céu por meio de um anjo deve ser considerado assim, quanto mais um evangelho vindo do inferno por meio de um anjo caído, por meio de um demônio! É em face do perigo desse Evangelho segundo Allan Kardec e segundo outros médiuns e feiticeiros, que devemos nos lembrar desta exortação da Palavra de Deus: “Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos” (Hebreus 2:1).
LIVRO: O ESPIRITISMO E A BÍBLIA – RTM EDITORA S/C, REVERENDO DAVI NUNES DOS SANTOS