Pedro perguntou a Jesus: “Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra mim? Sete vezes? Jesus respondeu: Não, não te digo que deves perdoar sete vezes, mas setenta vezes sete”. Em algum momento da vida, todos já sofremos injustiças, ofensas e pecados. Como devemos reagir quando tais ofensas acontecem? De acordo com a Bíblia, devemos perdoar. Efésios 4.32 declara: “Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”.
Da mesma forma, Colossenses 3.13 proclama: “Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também”. A chave nos dois versículos das Escrituras é que devemos perdoar aos outros, como Deus nos perdoou. Por que perdoamos? Porque já fomos perdoados!
O perdão seria simples se nós tivéssemos que concedê-lo somente àqueles que vêm pedir com tristeza e arrependimento. A Bíblia nos diz que devemos perdoar incondicionalmente àqueles que pecaram contra nós. Recusar-se verdadeiramente a perdoar uma pessoa demonstra ressentimento, amargura e raiva: e nenhuma dessas características são próprias de um cristão. Na oração do Pai Nosso, pedimos a Deus que nos perdoe de nossos pecados, assim como perdoamos aos nossos devedores (Mateus 6.12). Jesus disse em Mateus 6.14-15: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas”. À luz de outras Escrituras que falam do perdão de Deus, compreende-se melhor Mateus 6.14-15 dizendo que as pessoas que se recusam a perdoar ainda não experimentaram, elas mesmas, o perdão de Deus.
Sempre que falhamos, desobedecendo a um dos mandamentos de Deus, contra Ele pecamos. Todas as vezes que fazemos mal a outra pessoa, pecamos não somente contra ela, mas também contra Deus. Quando olhamos a vastidão da misericórdia de Deus em nos perdoar de TODAS as nossas transgressões, nos damos conta que nós não temos o direito de reter esta graça para com os outros. Pecamos contra Deus infinitamente mais do que qualquer pessoa poderia algum dia pecar contra nós. Se Deus nos perdoa de tanto, como podemos recusar perdão a outros por tão pouco? A parábola de Jesus em Mateus 18.23-35 é uma poderosa ilustração desta verdade. Deus promete que quando viermos a Ele pedindo perdão, Ele livremente o concede (IJoão 1.9). O perdão que estendemos não deve ter limites, da mesma forma que o perdão de Deus é ilimitado: “Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: arrependo-me; perdoa-lhe“ (Lc 17.3-4). Sugerimos os seguintes passos:
- Verifique em oração, diante de Deus, se existe alguém cujo perdão você tem retido;
- Se você identificar pessoas ou situações, peça a Deus que lhe dê coragem e estratégias vindas da parte dEle para resolver a situação;
- Dirija-se a essa pessoa na primeira oportunidade e peça-lhe perdão. Se estiver longe escreva uma carta, e-mail ou use o telefone, mas lembre-se: “Não é um simples pedido de desculpas. É pedir perdão de coração”. Não é hora de fazer discursos. Não é hora de se aproveitar da situação para achar erros na pessoa em questão. É hora de resolver os problemas com o SEU pedido de perdão;
- Ore junto com essa pessoa. Agradeça a Deus por estarem tentando se entenderem novamente diante de Deus.
Você talvez possa perguntar: E se a pessoa não lhe der o perdão? Então você estará liberado diante de Deus, pois tentou fazer a sua parte e você poderá ter agora a sua consciência livre de culpa.