Orar ou não orar, eis a questão!
Em vez de apontarem evidências que autentiquem a suposta inspiração divina do Livro de Mórmon, os seguidores de Joseph Smith pedem que as pessoas o leiam e orem para saber se o livro é inspirado ou não por Deus. O Livro de Mórmon diz: “E, quando receberdes estas coisas, eu vos exorto a perguntardes a Deus, o Pai Eterno, em nome de Cristo, se estas coisas não são verdadeiras; e, se perguntardes com um coração sincero e com real intenção, tendo fé em Cristo, ele vos manifestará sua verdade disso pelo poder do Espírito Santo” (Moroni 10:4). Citam ainda o texto de Tiago 1.5 para apoiar esta prática: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada”.
Baseados na prática desse conselho, a grande maioria dos mórmons reivindica ter sentido um “ardor no peito” como um testemunho do Espírito Santo de que o Livro de Mórmon é inspirado.
Mas seria esse espírito o Espírito Santo? Como podemos testar os espíritos? É de vital importância aplicar os testes apropriados para avaliar esses tipos de reivindicações espirituais. Pois a Bíblia alerta que: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte” (Pv 14.12).
Embora sejamos exortados a orar sem cessar (1Ts 5.17), a Bíblia não ensina em nenhum lugar que a oração seja um teste para avaliar a verdade. Mas alguém pode indagar: “Então, o que o texto de Tiago 1.5 quer dizer?”. No contexto do primeiro capítulo vemos que Tiago se refere à prova da fé por meio das tentações (Veja Tg 1.2,3,12,13). Se nos falta sabedoria, somos exortados a pedi-la ao Senhor para que possamos enfrentar as provas e tentações com um comportamento aprazível a Deus.
O apóstolo Paulo foi claro ao advertir os crentes da Galácia a não escutarem ninguém que ensinasse outro evangelho (Gl 1.6-8). Sabemos que há muitos falsos mestres pregando falsos evangelhos, falsos Jesus, e, obviamente, todas essas heresias são propagadas por intermédio de espíritos profanos (2Co 11.3,4,13,14). A oração seria o único método para identificarmos o que é o verdadeiro? Como poderíamos saber?
O perigo em orar para identificar a verdade é que é difícil distinguir a veracidade dos testemunhos espirituais, bem como sua procedência. Não podemos confiar nos sentimentos dos nossos corações (Pv 28.26; Jr 17.9), nem podemos confiar em qualquer testemunho espiritual. Atentemos para o que diz a Bíblia: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1Jo 4.1; grifo do autor).
Não queremos aqui desestimular a oração, muito pelo contrário. Contudo, devemos aliar a oração ao exame diário das Escrituras, assim como os crentes de Beréia: “…examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (At 17.11). Este é o método mais preciso para avaliar se o que o mormonismo ensina é a verdade. O teste bíblico deve estar focado na Palavra de Deus (2Tm 3.15-17). E o testemunho do Espírito Santo jamais contradirá a si próprio, pois a Bíblia afirma que “os escritores bíblicos falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21; grifo do autor).
Diante de tudo isso, perguntamos: orar ou não orar?
Finalizamos conscientes de que devemos orar sim, mas para que o nosso poderoso Deus nos abençoe ricamente e nos ajude a destruir os conselhos e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo (2Co 10.5).
Por Por Kevin James Bywater (Tradução: Elvis Brassaroto Aleixo)