A Assembleia de Deus, a Lei e o Sábado – Parte 4
Mais um exemplo de desonestidade intelectual
Citações do livro “O despertar de um mandamento”
1) O que é a lei de Deus? O que são os dez mandamentos?
O Pr. Carlo Johansson, assembleiano responde da seguinte maneira:
“A lei é a vontade de Deus, no decálogo.”
Já o pastor Harold J. Brokke, também pentecostal, afirma isto:
“A lei é uma parte vital do governo divino no mundo em nossos dias… a santa lei de Deus é um pré-requisito divino para uma experiência mais profunda da graça.”
Por sua vez, o Pr. Myer Pearlman, professor de muitos pastores, inclusive do Pr. N. Lawrence Olson, que foi por muitos anos o orador do Programa de Rádio “A Voz das Assembléias de Deus”, assim se expressou:
“Os mandamentos representam e expressão décupla da vontade de Jeová e a norma pela qual governa os Seus súditos.”
Conforme foi visto acima, estes pastores pentecostais têm a Lei de Deus, os Dez Mandamentos, numa alta estima. E o conselho bíblico é que se deve obedecer aos pastores que falam a PALAVRA DE DEUS.
Refutação da Primeira Parte
A nossa resposta não poderia ser outra a não ser um sonoro: e daí? O que essas citações provam? Absolutamente nada! Mas a indução sutil dos comentários do autor do livro pretende uma alquimia indevida, senão impossível. Qualquer cristão de conhecimento mediano sabe que a lei foi dada por Deus e para o seu governo e, claro, a lei é a vontade de Deus no decálogo. No frigir dos ovos, todos os esforços dos autores do livro em expor esses amontoados de citações sobre a lei, pretende chegar a uma única finalidade: induzir o leitor a pensar na validade da guarda do sábado para o cristão. Essa é a obsessão dos autores e de resto de todos os adventistas.
Como o tema da lei não é tão caro à tradição pentecostal, sendo comentado de forma bem pontual, aqui e ali, quando a ocasião a exige[1], eles precisam empregar um esforço descomunal para pinçar trechos despretensiosos sobre a lei e o sábado, transformando tais declarações em uma pretensa “defesa da lei”. O pacote é engenhosamente embalado e os estudiosos pentecostais vendidos ao público leigo como verdadeiros paladinos da lei mosaica. Isso é desonestidade!
O que os nossos próceres pentecostais disseram em outras partes das obras mencionadas sobre a lei? Vamos dar primeiro a palavra ao estudioso Myer Pearlman.
Após referir-se aos mandamentos como a “expressão décupla da vontade de Jeová e a norma pela qual governa os Seus súditos.”, ele faz a seguinte pergunta elucidadora; “Sob qual lei está o cristão?” e cita Gl. 6.2 “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.” e Jo 15.12, “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.”. Isso não parece nem um pouco com o decálogo!
E mais, “Salvação é ser liberto da lei e estar morto para a lei; não é ter prazer na lei ou obedecer à lei.” (p. 152)
“Da mesma maneira, a lei de Moisés, muitas vezes violada pelo convertido, não o pode ‘prender’, pois, em virtude de sua experiência com Cristo, ele está ‘morto’.” (p.166)
No livro “Conhecendo as doutrinas da Bíblia” (1999), traduzido por Lawrence Olson, Pearlman, como fazem todos os estudiosos sérios, não menospreza, nem exalta a lei, antes a coloca em seu devido lugar. Ela é santa, justa e boa e continuará tendo uma função pedagógica para o incrédulo. Quanto ao crente, Pearlman é da opinião de que “Quando a pessoa [crente] “está sob a lei, não pode estar sob a graça” (p. 152)
O sistema argumentativo frankensteiniano criado pelos adventistas, feito às pressas, por meio de juntar pedaços aqui e acolá de pequenas citações descontextualizadas, carece de uma alma para dar vida à criatura e é justamente esse o maior problema deste monstrengo: ele já surgiu natimorto, pois a alma do monstro, o cerne da questão, que no caso seria uma citação clara, direta e inequívoca destes autores admitindo a validade do sábado na Nova Aliança, simplesmente não existe. Definitivamente a teologia equilibrada dos estudiosos pentecostais sobre a lei não comporta a visão adventista.
Para lavrar de vez a certidão de óbito deste defunto, observe o que o pastor Brokke, citado muitas vezes no livro adventista, acredita quanto a validade do sábado:
“Cremos que Israel teve o sábado do sétimo dia como seu sinal peculiar, mas não era necessariamente obrigatório para a prática cristã. O sábado no sétimo dia é um sinal especial para Israel, conforme declara Êxodo 31.13,16-17” (p. 66)
“Na Igreja, porém, o primeiro dia da semana tem sido o dia sagrado, em preferencia ao sétimo, para muitos cristãos.” (ibdem)
O nome de Nels Lawrence Olson também foi exaltado como grande personagem no meio assembleiano. Vejamos então o que Olson tem a dizer sobre a lei e o sábado em seu livro “O plano divino através dos séculos” à página 83:
“A dispensação da lei é exclusivamente a dispensação do povo de Israel. Ex 19.3; 20.2. As provisões dessa aliança com seus mandamentos e promessas concernem somente a Israel. A instituição do sábado era uma instituição exclusivamente judaica, a qual foi dada como ‘sinal’ entre Jeová e Israel (Ex 31.13-17), tal qual o arco-íris era o sinal da Aliança com Noé e a circuncisão sinal da aliança com Abraão.” (p.83)
Parece que o professor Pearlman ensinou muito bem ao seu aluno Lawrence Olson sobre a validade restrita da lei e o sábado!
Aliás, Olson nunca concebeu a ideia de que os cristãos estivessem debaixo do decálogo. Não. Para ele, devemos guardar os mandamentos de Jesus e, por mandamentos (e que isso fique bem claro), entendia a lei do amor. É essa a interpretação que o mesmo faz de I João 2.3 “E nisto sabemos que o conhecemos; se guardamos os seus mandamentos.”, na Lição Bíblica Intitulada “O que entendemos por guardar os seus mandamentos” no tópico 3 “O Velho e o Novo Testamentos”. Totalmente diferente da interpretação tacanha dos adventistas e bem mais próximo do que ensinava Myer Pearlman. Interessante que na página 10 desta lição ele nos alerta contra os falsos mestres sabatistas dizendo:
“O mesmo perigo se oferece hoje pelas pregações falsas dos Testemunhas de Jeová, da Ciência Cristã, do Sabatismo, do Espiritismo, dos Unitários, etc. Não podemos aceitar nenhuma doutrina que não tenha base nos ensinos de Jesus” (Lições Bíblicas, Lição 2 de 11/01/1970, p, 10 – destaque nosso)
À pouco nosso interlocutor adventista nos alertou dando o seguinte conselho: “e o conselho bíblico é que se deve obedecer aos pastores que falam a Palavra de Deus.” De fato o conselho é muito oportuno e nós de bom grado o acataremos seguindo o ensinamento exposto por Lawrence Olson linhas acima, quanto à validade da lei e do sábado! O legalismo adventista não tem base nos ensinos de Jesus!
[1] Exceção feita ao recente livro do pastor e teólogo pentecostal Esequias Soares, “Os Dez Mandamentos: valores divinos para uma sociedade em constante mudança. CPAD, 2014”
Leia as demais matérias sobre o tema:
A Assembleia de Deus a Lei e o Sábado Parte 3
A Assembléia de Deus, a Lei e o sábado Parte 5
Boa noite Dario, acho que você está generalizando e julgando a parte pelo todo, comparando o povo evangélico a Eduardo Cunha. Em todas as religiões existem pessoas com a moral questionável!
O que se encontra aqui neste site é o que tem em qualquer site de apologética, isto é, defesa de fé, doutrinas, idéias fundamentadas a partir das escrituras. Não vida pessoal e particular de A ou B!
Sr. Dario, “santo” quer dizer SEPARADO, o que o próprio povo de Deus deve ser também.
Agora, Jesus nunca disse para prestar culto aos apóstolos, nem para se fazer imagens deles.
O catolicismo extrapolou o que é ser “santo”.
A própria chamada do artigo diz q a igreja era “regional”, ou seja, de uma região da alemanha. Uma parte de uma denominação.
Já a católica apoiou o nazismo em bloco, totalmente, o próprio papa, chefe geral.
Ótima defesa, esse artigo!!!1
O artigo é oportuno e necessário . Gostei.
É verdade!!