O ano era 1893. O lugar, Chicago. Budistas haviam chegado do Oriente para o início do Parlamento Mundial de Religiões. Embora seu contingente fosse de tamanho considerável, eram superados em número por pessoas do Ocidente que criam na Bíblia. Um século mais tarde, na comemoração do centenário do Parlamento original, os budistas excediam a quantidade de batistas e as vestes laranjas eram mais comuns do que as roupas de líderes cristãos. Dado esse impacto crescente, é importante compreender crenças budistas básicas e usá-las como ponte para partilhar a verdade libertadora do evangelho.
Primeiro, o budismo, ramificação histórica do Hinduísmo, ensina seus adeptos a buscar refúgio nas Três Jóias: Buda, Dhanna e Sangha. Compreender essa pedra preciosa tripla é encontrar refúgio em Buda, que se tornou “o iluminado” para essa geração durante um estado de meditação profunda sob uma árvore de Bodhi; encontrar refúgio nos ensinamentos de Buda — dharma; e encontrar refúgio na comunidade de monges budistas — sangha—que orienta os devotos ao longo do caminho de iluminação.
Além disso, a essência do budismo é resumida nas Quatro Verdades Nobres: 1) Toda a vida é sofrimento (dukkha); 2) A fonte de sofrimento é desejo de afeto, porque tudo é inconstante; 3) A libertação do sofrimento é encontrada na eliminação do desejo; 4) O desejo é eliminado seguindo o caminho óctuplo.
Em nítido contraste com o ensinamento budista, que devemos eliminar o desejo, a Bíblia ensina que devemos praticar a disciplina a fim de transformar nossos desejos.
Por fim, o caminho óctuplo consiste no entendimento correto, pensamento correto, discurso correto, ação correta, vida correta, esforço correto, consciência correta e meditação correta. Seguindo esse caminho por meio de diversas reencarnações, os budistas esperam eliminar a dívida cármica e alcançar a realização nirvânica da “ausência do eu”, consequentemente atingindo a libertação do sofrimento e escapando do incessante ciclo de vida, morte e renascimento (samsara).
Em nítido contraste com o ensinamento budista de que devemos eliminar o desejo, a Bíblia ensina que devemos praticar a disciplina a fim de transformar nossos desejos (Romanos 6.17-19). Enfim, o sofrimento não é superado por meio da anulação do “eu”, mas pelo sacrifício abnegado de um Salvador sem pecado.
“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Romanos 5-1-5).
Pr.Hank Hanegraaff