Um aplicativo promete conectar igrejas evangélicas e fiéis 24 horas por dia ao fornecer serviços como bate-papo direto com o pastor de preferência e pagamento online do dízimo. O “iFé” começará a ser oferecido aos seguidores de sete denominações pentecostais e neopentecostais a partir de setembro, afirmou ao G1 um de seus criadores, Júlio Marcelino.
Se você leu “iFé”, pensou ser algo criado pela Apple e pronunciou “Aifé”, errou. “É a tecnologia próxima da fé”, explica Marcelino, para quem o nome do app não tem chance de ser colocado ao lado de iPhone, iPad, iPod, iTunes e outras marcas dos serviços da empresa norte-americana. “Acredito que não há esse risco, mesmo porque essa empresa está num universo pequeno e não é todo mundo que tem condições de adquirir os equipamentos que você abordou.”
Eu Tô Aqui, Irmão
Algo como um “Swarn religioso”, o “Eu Tô Aqui, Irmão” serve para os fiéis avisarem onde estão às pessoas de sua congregação, e vale não só para indicar que esteve no culto. Ela replica o tradicional “check in”, criado pelo app “Foursquare”. Mas não só. A função mostra aos evangélicos se há nos arredores templos de sua denominação.
Eu Contribuo
Já o “Eu Contribuo” leva para o mundo dos smartphones o dízimo entregue durante os cultos. As transferências podem ser feitas via cartão de crédito, débito em conta e boleto. Marcelino conta estar nos planos incluir outras opções, como um tipo de arranjo de pagamento digital.
O iFé foi apresentado durante o 4º Salão Internacional Gospel, que ocorreu em São Paulo no começo de agosto. Segundo Marcelino, as primeiras igrejas a aderirem ao projeto estão cadastrando informações no app, como a inclusão dos endereços de todos seus templos no Brasil e no mundo (há denominações com atuação no exterior) e a criação de perfis hierárquicos para pastores. Por isso, ele ainda não revela quais são elas, mas diz que as sete possuem ao todo quase 300 igrejas.
Engajamento evangélico
Os fiéis só poderão se cadastrar quando esse processo for encerrado. Quando for liberado, o iFé sairá para iOS e Android. Quando selecionar no aplicativo ser membro de alguma igreja, como Universal do Reino de Deus, Deus é Amor ou Assembleia de Deus, por exemplo, o religioso passará a receber apenas atualizações de sua congregação. As mensagens que circularem ali não poderão ser compartilhadas em outras plataformas, como Facebook ou Twitter, diz Marcelino.
O iFé é outro serviço de nicho que mira evangélicos a surgir em 2015. Durante a Marcha para Jesus, que aconteceu em São Paulo, a rede social FaceGlória foi lançada para ser uma opção ao Facebook.
Católico, o engenheiro Julio Marcelino diz que passou a admirar o mundo dos evangélicos enquanto trabalhava no aplicativo e que a escolha por mirá-los “foi uma decisão que a gente tomou pelas características de engajamento deles”. Ele lista a participação maciça em eventos gospel, o contato com músicos desse gênero e com programas de vídeo. “A gente teria que fazer um estudo para saber se é adequado a outros segmentos, nichos de mercado.”
Extraído do G1 em 24/08/2015