A escritora Ayesha Jalal escreveu um livro bastante proveitoso para se divulgar, principalmente em países islâmicos (pois penso que lá eles precisam dessa leitura e reinterpretação teológica). Quem sabe os jihadistas gostem dessa obra – OS COMBATENTES DE ALÁ da editora Larousse (Edição de 2009) – recomendo a todos. Ela faz de tudo para mostrar o “pacifismo do islã”. Pra ela, os ocidentais que pensam ao contrário estão equivocados e mal intencionados. Seu tendenciosíssimo livro tenta mostrar que os muçulmanos são de fleuma extremada e que sempre ouve uma posição de pacifismo na doutrina de Maomé. Em um determinado momento ela chega a acusar os ocidentais imperialistas pela criação dos radicais islâmicos, que maldosamente, diante da crise imposta pelos mefistofélicos europeus, tornaram-se radicais. Lógico, apenas uma pequena parte – uma ínfima parte – não, alguns pouquíssimos radicais que entenderam errado o “islã de amor e de paz” e suas escrituras sagradas.
Claro que estou sendo irônico! Como eu não seria ao ler uma obra que tenta furtar da história os episódios factuais e sanguinolentos da hagiografia de Maomé! Mas penso, apesar de tudo, que essa obra pode ser útil em uma versão em Árabe. E realmente faço preces para que os milhares de “pacíficos” islâmicos leiam e concordem com ela. Assim, o mundo poderá se aliviar de seus preconceitos e viver sem medo do islã. Bandeiras dos EUA e de Israel não serão mais queimadas e o amor fluirá – que Deus nos ajude!
“Em épocas mais recentes, ela (o jihad) foi descrita ora como um aspecto da fé muçulmana, ora equiparada ao terrorismo. Despida de suas dimensões internas e reduzida à perpétua guerra contra os não muçulmanos, a jihad torna-se receita para o desequilíbrio e inversão de um conceito chave do islamismo… O conceito de guerra justa no hinduísmo, assim como na tradição judaico-cristão, ecoa a interpretação muçulmana da jihad como luta armada… Na ausência de uma igreja no islã, a autoridade do Estado secular não precisou se separar da religiosa”. (Pg. 23)
Aqui ela tenta mostrar que houve guerras no início da formação da religião do profeta. A ideia era que a guerra se formou devido aos conflitos de estado e não por uma ideologia religiosa. Para a autora que guerreou foi os seguidores do novo estado e não a religião. Belicoso teria sido o Estado formado por Maomé e não a religião. Ela defende que o Alcorão não ensina categoricamente o muçulmano a ser belicoso – “Se o Alcorão não se presta bem à noção de jihad como guerra santa e muito menos à ideia da guerra contínua contra os infiéis, como surgiu a discrepância entre o texto e as interpretações posteriores, baseadas na lei?… No primeiro século do islã, a seita extremista kharajita definia a jihad como violência legítima contra os inimigos do islã, tanto internos quanto externos, e declarou-a um pilar da fé. Na visão kharajita, os muçulmanos que se desviavam do Alcorão e da prática prescrita pelo Profeta não podiam continuar na comunidade. Uma jihad tinha de ser declarada contra os infiéis e os que associavam outros seres a deus…” (Pg. 20)
Apesar da tentativa de negar os fatos a autora acaba reconhecendo os fatos sobre a violência do islã: “A maioria das obras sobre a jihad, assinalando seu significado espiritual, a trata como prática muçulmana da guerra, tanto agressiva quanto defensiva. Contando com fontes históricas, jurídica e literárias. A raiz árabe da palavra da qual jihad deriva etimologicamente significa ‘lutar contra um adversário indesejável’ …” (pg. 19)
O fato é “A verdadeira fé exige que o amigo da humanidade empunhe a espada e não descanse enquanto os direitos da criação divina não forem restaurados” (Pg. 212). Mas ela acaba deixando claro o seu real propósito ao escrever o livro: “… pretendo recompor seu significado essencial, como luta ética para ser humano e assim combater mais efetivamente as forças de desequilíbrio que afligem o mundo atual” (Pg. 29). Que Deus lhe ajude a difundir o pacifismo islâmico.