O quarto mandamento do Decálogo era moral e cerimonial ao mesmo tempo. O lado moral deste mandamento é a necessidade que todos temos de descansarmos periodicamente, para recuperarmos os desgastes do labor da vida. E o lado cerimonial é o fato desse descanso ter que ocorrer precisamente no sétimo dia da semana. Por que no sétimo? Se descansarmos ás quartas-feiras, não estaremos também nos repousando um dia, a cada sete?
A necessidade de cessarmos nossas atividades seculares pelo menos um dia por semana para, entre outras coisas, intensificarmos a adoração a Deus, é um princípio moral que, sem dúvida, está de pé. O cristão só não tem é a letra desse mandamento, pois além de constar de uma lei que a cruz de Cristo tornou obsoleta, não consta da Nova Aliança. Assim sendo, sempre que for possível, paremos com os nossos afazeres e rendamos culto ao nosso grande Deus. E ao fazermos isto, se possível, optemos pelo primeiro dia da semana, para comemorarmos a maravilha incomparavelmente superior à criação do Universo, a maravilha da ressurreição de Cristo, a qual nos justifica para com Deus (Rm 4.25). É evidente que o Deus que “descansou” com a conclusão da criação do Universo, “descansa” muito mais com o milagre que nos justifica para consigo; e assim sendo, é justo que façamos festa, ombreando-o nas comemorações. Porém, não nos sobrecarreguemos de regrinhas, transformando o domingo numa espécie de sábado. Lembremos que o Novo Testamento não manda guardar dia algum. O primeiro dia da semana tornou-se conhecido entre os cristãos pelo nome de “dia do Senhor”, porque os cristãos o observavam, e não por determinação divina.
Como já dissemos, permanece de pé o princípio moral de se descansar amiúde; mas, como já salientamos, não precisamos nos atazanar, caso isso fuja das nossas possibilidades, pois este tema não possui valor salvífico. Sim, pois como todos sabemos, precisamos não só de descanso semanal, mas diário também. Não obstante, já trabalhamos 35 horas consecutivas, e o fizemos sem nenhum peso de consciência, pois sabíamos que estávamos respaldados pela Bíblia (I Ts. 2.9; 2T 3.8).
Ora, assim como é certo e salutar dormimos pelo menos 8 horas a cada 24 horas, mas, se por uma razão qualquer isso não for possível, Deus não nos condenará por isso, se por um motivo qualquer, não nos for possível cultivarmos o merecido repouso semanal, não nos deixemos abater. Lembremo-nos que temos algo incomparavelmente superior ao descanso semanal, a saber, o descanso espiritual (do qual o sábado semanal era uma sombra, Cl. 2.16-17) nos braços eternos e onipotentes de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Mt 11.28). Este é o verdadeiro sábado e é ininterrupto.
Extraído do livro “IASD: Que Seita É Essa?” – Pr. Joel Santana