RESPOSTAS ÀS DEZ RAZÕES DA SUPERIORIDADE ADVENTISTA SOBRE AS DEMAIS IGREJAS CRISTÃS
Prezados irmãos internautas!
Ao abrir nossos e-mails como de costume, com o fito de auxiliar à comunidade evangélica no tocante à questões teológicas e apologéticas, deparei com um estudo que está sendo enviado pela internet tendo como alvo principal, segundo palavras do próprio autor do texto, os ex-adventistas. É claro que por tabela tal artigo vai atingir em cheio a massa evangélica em geral. O tratado foi intitulado de , “10 PONTOS DE SUPERIORIDADE DA MENSAGEM ADVENTISTA SOBRE OS ENSINOS DE OUTRAS CORPORAÇÕES RELIGIOSAS”, de autoria do polêmico Azenilto G. Brito. Convêm lembrar que tal personagem é o mesmo que à tempos atrás engajou-se numa luta desesperada com a pretensa esperança de impor sua teologia sabatista ao povo evangélico. Como muitos irmãos estavam pedindo esclarecimento do caso, o CACP, na pessoa de seu vice-presidente, Paulo Cristiano da Silva, elaborou um pequeno manifesto de repúdio às heresias on-line propaladas por este senhor, o que gerou sua revolta contra nossa instituição.
É preciso ressaltar que este tal senhor, lamentavelmente, trabalha com uma ética no mínimo suspeita, comprometedora até, posto que ao mesmo tempo que se coloca ao lado da comunidade evangélica, como veremos no fim deste nosso trabalho com citações dele mesmo, tenta direcionar a mente dos internautas em direção às doutrinas adventistas. O título do estudo citado acima é a maneira mais sutil dele demonstrar isso.
Permita-nos reforçar, que o CACP já havia alertado sobre as atividades camalísticas deste senhor. Seu trabalho junto à comunidade evangélica é deveras suspeito. Lançando mão de subtilezas teológicas pinceladas com eufemismos ele vai passando sua mensagem subliminar distintivamente adventista. Seu último trabalho, supra citado, como era de se esperar, só vem confirmar o nosso ponto de vista neste aspecto.
Daremos a seguir a citação ipsis literis do tal professor e em baixo nossos comentários destacados em cor azul refutando às suas 10 razões. Para facilitar a leitura e não perder a linha de raciocínio subdividimos os tópicos.
1 – Uma História Sem os Traumas Comprometedores de Outras Denominações. Sem dúvida nos períodos formativos das igrejas houve problemas de entendimentos errados, atitudes imaturas de líderes e membros, falta de maior visão do futuro (o que se deu até com os apóstolos nos primeiros tempos–ver Atos 2: 6,7), e a Igreja Adventista teve também suas dificuldades nos primeiros tempos. Mas quando consideramos as origens e história de outros movimentos, como os anglicanos (que se iniciou por motivo do desejo do rei da Inglaterra em obter autorização para divorciar-se), os luteranos, com a evidente intolerância de Lutero contra os judeus, Calvino, fundador do presbiterianismo, responsável pela condenação à morte do cientista “herético” Miguel de Cervantes, as divisões entre presbiterianos brasileiros por causa do acolhimento de maçons em seu seio, os extremos dos primeiros tempos do movimento de línguas, a defesa da escravidão por grandes parcelas de protestantes americanos, a história do adventismo se apresenta em condições muito mais favoráveis, mesmo porque o movimento adventista surgiu como fruto de um reavivamento de uma doutrina negligenciada pelas demais igrejas–a ênfase sobre o Advento de Cristo.
Resposta: Logo de início já percebemos a subtilezas do erro na exposição de sua tese. É flagrante a tentativa desesperadora em salvar a imagem de sua denominação religiosa. A desonestidade para com os fatos transparece de maneira gritante ao tentar esconder por trás de eufemismos baratos do tipo ” falta de maior visão do futuro”, a comprometedora história dos pioneiros adventistas. Apelando para um discurso solto e sem nexo, tenta amenizar a problemática do tão famigerado e até mesmo por eles reconhecido e denominado episódio do “Grande Desapontamento”.
Ao abrirmos o livro “Fundadores da Mensagem” – Everett Dick. Logo de cara no prefácio lemos: “MOVIMENTO DO ADVENTO na América foi originado por homens que estavam desejosos de receber a verdade, quando esta a eles chegasse. Aceitaram-na sinceramente, e segundo a mesma viveram, esperando serem dentro em breve trasladados. Depois do grande desapontamento todos caíram em trevas.” Confissão sincera e honesta do que é a história do adventismo. Uma história cheia de traumas comprometedores. Não adianta pintar o adventismo com cores brilhantes. Ela sempre vai ser uma história ofuscada por falsas visões, falsas profecias e desastres teológicos.
Aproveitando o ensejo gostaria de citar uma nota que veio no rodapé deste estudo, que entre outras coisas diz o seguinte; “o segundo, terceiro e quarto parágrafos do item 1 são adaptados de uma entrevista com o teólogo adventista Desmond Ford.”. O irônico de tudo isso é que Desmond Ford é um teólogo dissidente adventista que escreveu um livro refutando justamente a teoria do santuário, o principal pilar doutrinário da IASD, a qual o senhor Azenilto tenta defender com frases bem colocadas.
Para aqueles que conhecem a história desta aberração teológica, sabe muito bem que toda essa defesa mal engendrada possui um único objetivo: tentar tapar os erros adventistas ou pelo menos amenizá-los para então se sobrepor sobre as demais denominações. Mas o pior é que nessa tentativa de defesa por ele forjada a ética e o bom senso ficaram do lado de fora, pois vale tudo, até mesmo usar episódios bíblicos para justificar os erros teológicos de sua denominação, imitando vergonhosamente o mesmo esforço malfadado das Testemunhas de Jeová em querer salvar do mesmo fiasco seu falso profeta e fundador Charles T. Russell. As TJs marcaram a volta de Cristo no mínimo 5 vezes: 1914, 1925, 1941, 1975 e 2000. (Veja nosso artigo “Flagrante Analogia” – uma comparação entre esses dois movimentos milenistas)
As justificativas usadas pelas TJs e adventistas para livrarem-se do estigma de falsos profetas são as mesmas, compare: Ellen White chega a usar 5 páginas tentando traçar um paralelo entre o desapontamento dos adventistas e um suposto desapontamento que os discípulos enfrentaram [O Conflito dos Séculos, páginas 343-352] enquanto as TJs também usaram a mesma tática em “Raciocínios à Base das Escrituras” página 162] e outras publicações.
Mesmo sendo forçado a admitir – pelo peso esmagador da evidência histórica – a tão conturbada origem dos adventistas, seus erros, imaturidades, problemas, fanatismos e heresias, tenta desviar a atenção dos leitores para os problemas das outras denominações. Com essa retórica enganadora pensa em livrar a cara do movimento adventista em relação às suas heresias do passado. Urge rememorar aqui as palavras de Jesus em Mateus 7:3, pois não se pode tirar o argueiro do próprio olho mostrando o argueiro no olho de seu próximo. Repudiamos completamente a maneira irresponsável do senhor Azenilto fazer apologética histórica.
Até mesmo porque sua admissão das imperfeições no movimento adventista colide frontalmente com o que disse a “profetisa” de sua igreja – Ellen G. White. Leiamos suas próprias palavras:
“De todos os movimentos religiosos, desde os dias dos apóstolos, nenhum foi mais livre de imperfeições humanas e dos enganos de Satanás do que o do outono de 1844.” [O Conflito dos Séculos pg. 400]
Cabe aqui uma pergunta: será que o senhor Azenilto ratificaria essa declaração in toto da senhora White?
Só mesmo quem não conhece o passado histórico dos adventistas cairia nessa dialética sofrível esposada por Azenilto Brito.
Em relação às supostas “provas” dos erros de Lutero, Calvino, presbiterianos, protestantes americanos e pentecostais, não quer dizer nada. Não vejo onde isso ajudaria a melhorar a imagem da IASD. Tudo que este senhor possa apontar levantando o dedo em riste rumo a essas denominações pode ser voltado contra os adventistas. Existiu racismo entre as denominações protestantes, sim, mas essa segregação racial transparece nos escritos de sua “profetisa”, mais especificamente na doutrina do amálgama e do casamento entre brancos e negros. Há também fortes indícios do envolvimento de adventistas com a Maçonaria, tanto é que um dos mais ardorosos ídolos teológicos do senhor Brito, o falecido, A.B Christianini, não escapa das suspeitas.
O fanatismo rolou solto nos primeiros tempos da formação dos adventistas, fatos esses que não podem ser omitidos quando comparados com muitos grupos pentecostais.
Ele tem todo o direito em dizer que “o movimento adventista surgiu como fruto de um reavivamento de uma doutrina negligenciada pelas demais igrejas”, mas também não é justo negligenciar o fato de que o movimento das igrejas protestantes também surgiram de um reavivamento de doutrinas negligenciadas. Qual a vantagem então? Por mais que procure não conseque-se ver nada que possa colocar os adventistas num patamar mais elevado!
Outrossim, gostaria de chamar a atenção quanto ao envolvimento de Calvino no suposto crime do cientista Serveto. É sabido que ele (Calvino) não mandou matar Serveto, e o senhor Azenilto o sabe muito bem, não foram poucos que já explicaram este fato de maneira sobeja ao senhor Brito. Isso basta como prova demonstrativa da falta de competência, em lidar com fatos históricos, onde a vontade de impor seu ponto de vista acaba levando o individuo a incorrer em sérios erros, chegando a passar até mesmo por cima da mais nobre qualidade de um historiador, qual seja, expor honestamente os fatos, e justamente isso falta no trabalho deste senhor.
Apesar de ser um pequeno detalhe, é interessante ressaltar que quando o senhor Azenilto referiu-se a Serveto, teve o cuidado de colocar o adjetivo “herético” entre aspas, por quê afinal? Será que ele não crê que Serveto era herético de fato? Mas qual a importância desse fato dentro do que estamos tratando? Tudo fica claro quando sabemos que Serveto foi condenado pelo fato de negar a doutrina da Trindade. Talvez isso não possa parecer importante no momento, mas no início da obra adventista, seus pioneiros eram arianos, não criam na Trindade, para eles Trindade era crença herdada do paganismo. Estaria o senhor Azenilto, de maneira disfarçada apoiando o arianismo dos pioneiros adventistas? Essa é uma incógnita que deixaremos para ele responder!
Ele coloca ainda o adventismo do sétimo dia como a força motriz do tal avivamento para a segunda vinda de Cristo, mas isto não é verdade!
A verdade é que Guilherme Miller foi mais um dos que se engajou neste assunto naquela época. Até mesmo Ellen White, atesta esse fato em seu livro G.C, citando vários nomes de eclesiásticos por todo o mundo que também pregava sobre este tema.
Entretanto, sempre é bom lembrarmos que uma coisa é ser despertado para a pregação da vinda do senhor e outra completamente diferente é inventar heresias em relação a esta vinda, como por exemplo a doutrina do Santuário Celestial, que foi nada mais que uma medida paliativa para camuflar o fiasco profético de 1844. A pergunta persiste: onde a superioridade da IASD em tudo isso? Tentar passar uma imagem positiva desse movimento em detrimento as demais denominações diante dos fartos fatos da história que depõe contra o passado dos adventistas é pura desonestidade.
Deus sem dúvida suscitou o movimento adventista e não temos que nos envergonhar de nosso passado milerita. Miller, aquele fazendeiro sem instrução, leu as Escrituras corretamente e reconheceu que elas previam o retorno pré-milenial de Cristo. Miller transcendeu a maioria dos eruditos estudiosos de seu tempo. Todos os principais comentário bíblicos usados nos lares americanos pela maior parte do século XIX ensinavam a vinda pós-milenial de Cristo. Quem se empolgaria com um evento pelo menos mil anos distante? Adam Clarke, o Bispo Barnes, e antes deles Matthew Henry, cometeram esse mesmo erro. Miller ajudou a causar uma reviravolta no mundo religioso a respeito dessa questão vital que ressoa por todo o texto do Novo Testamento–a vibração com a esperança do breve retorno de nosso Senhor. Abrigar essa esperança é apropriado, vivamos na era apostólica ou agora. Seguindo-se às duas guerras mundiais, quase todo o mundo religioso tem seguido a direção indicada por Miller. O fato de que estava errado em seguir a maior parte dos protestantes de seu tempo em seu empenho por fixar “datas proféticas” não diminui significativamente a sua estatura.
Resposta: Antes de tecer qualquer comentário sobre esse tópico é bom lembrar que o senhor Azenilto reconhece a ignorância de Miller taxando-o de “aquele fazendeiro sem instrução”. Este é outro detalhe muito interessante pois um dos seus mais respeitados ícones, desmente Azenilto e diz que Miller não era ignorante. No livro “Subtilezas do Erro, pág. 40”, Christianini refuta a idéia – agora admitida por Azenilto – de que Miller era um “fazendeiro ignorante”, sem instrução. É claro que o senhor Azenilto irá dizer que estou me apegando a fatos periféricos com o intuito de massacrar o adversário. Mas é bom ressaltar que há divergências de opiniões mesmo dentro da IASD, e isto é mais uma prova de que não existe essa utópica superioridade apregoada agora pelo senhor Azenilto. Parece que a tão almejada unidade doutrinária requerida por Ellen White na Conferencia de 1888 não conseguiu se consolidar até hoje!
Para piorar ainda mais esse remendo histórico na imagem adventista ele dispara: “Seguindo-se às duas guerras mundiais, quase todo o mundo religioso tem seguido a direção indicada por Miller.”. Direção indicada por Miller? Isso não passa de piada de muito mal gosto, não deve ser levada a sério. Não Miller, mas a Bíblia já ensinava sobre a vinda de Cristo a muito tempo. Se muitos teólogos da época não pregavam a parousia como indicada na Bíblia, isto não quer dizer que todos os cristãos iam nessa direção. Sim, Miller ajudou a causar uma reviravolta no mundo religioso de então, mas isto não foi devido ao fato de ter pregado a vinda de Jesus, mas por ter fixado datas arbitrária para ela. Então, sua contribuição não merece essa ênfase exagerada que o senhor Azenilto quer dar.
Quão apropriado foi a ocasião para a essência da mensagem ASD. Por exemplo, Darwin escreveu o seu primeiro esboço de A Origem das Espécies em 1844 e simultaneamente Deus reviveu a verdade do sábado para desafiar todas as teorias ateístas com respeito à origem da vida. O espiritismo moderno também emergiu nos anos da década iniciada em 1840 e foi contestado pela ênfase do adventismo na imortalidade condicional. Também foi por essa ocasião que Marx e Engels escreveram o Manifesto Comunista, afirmando que “lei, moralidade, e religião, são apenas preconceitos burgueses”. Desse modo, afirmo que Deus suscitou o movimento adventista para Seus propósitos nos últimos dias.
Resposta: Desculpe-nos o senhor Azenilto, mas dizer que Deus levantou o movimento adventista para combater o evolucionismo com base na doutrina do sábado é brincar com a inteligência das pessoas! O que tem a ver a teoria de Darwim, que por sinal não era ateísta, como tenta insinuar com muita dificuldade nosso amigo, com o sábado? No que a doutrina do sábado ajudaria no combate a teoria da evolução? Em nada absolutamente!
Qualquer pessoa que conhece o mínimo da história adventista saberia dizer que o sábado foi inserido no meio adventista devido ao costume de um de seus pioneiros, José Bates, já guardá-lo e não por que TODOS de maneira miraculosa descobriram nas escrituras de uma só vez. Bates fazia parte dos Discípulos de Cristo mas foi convencido por outra denominação de que o sábado era o dia do Senhor ao invés do domingo. Portanto, ele era dissidente de uma denominação que já guardava o sábado. É interessante acompanhar este pormenor pois revela algo curioso. Quando Bates veio fazer parte do movimento adventista ele não cria nas visões e profecias de Ellen White que por sua vez não aceitava a doutrina do sábado. cf. Vida e Ensinos pág. 84]. É preciso ressaltar que ela veio atestar com suas “revelações” a doutrina do sábado, somente depois que ele (Bates) aprovou suas visões como sendo de procedência divina. Logo após esta concessão feita por Bates ela teve uma visão da arca, do propiciatório e do 4º mandamento [ibdem página 92]. Daí em diante ela começou a pregar a doutrina sabatista. Isso não é no mínimo suspeito? Esse pequeno episódio também serve como uma deixa para mostrar que Ellen White usava e abusava de sua autoridade como profetisa no meio do movimento. A credibilidade dos leigos em suas supostas revelações, visões e profecias deram a ela a ferramenta ideal para controlar e rebater aqueles que lhe contestavam. Todas as vezes que alguém se opunha às suas opiniões religiosas, imediatamente ela “caia” em visões. O interessante disso tudo é que tais visões sempre confirmava seu ponto de vista na questão, até mesmo seu marido não escapou desta artimanha.
Podemos traçar uma flagrante comparação com outros líderes religiosos que arrogavam para si o cargo de profeta como por exemplo, Joseph Smith, fundador e profeta dos mórmons. Lendo o livro “Doutrina e Convênio” percebe-se a mesma técnica empregada pela srª. White para controlar o movimento debaixo de sua mão. Assim que surgia alguma contestação por parte da liderança, logo após, ele tinha suas revelações e profecias para autenticar com selo divino seu ponto de vista.
Lamentavelmente, a explicação daqueles que tentam defender este tipo de artimanha para salvar a imagem de seus pseudoprofetas, consentem muitas vezes, a antiga e inescrupulosa necessidade humana/pecaminosa de tais líderes religiosos explorar o mais leigo para dele tirar algum proveito.
As razões invocadas pelo senhor Azenilto no tocante à necessidade do surgimento do movimento adventista é no mínimo infantil.
Por exemplo, é sabido que a doutrina Espírita sempre existiu, não há a necessidade de ser aniquilacionista para contestá-la. Os que advogam a posição ortodoxa da imortalidade da alma já fazia muito bem este trabalho. Demais disso, não se pode corrigir um erro com base em outro erro.
Sendo assim, escoa pelo ralo a tese da suposta importância do surgimento adventismo no combate a essas heresias.
Entretanto, há algo curioso que não pode passar desapercebido em relação ao século XIX. Este século foi fértil no surgimento de muitas seitas pseudocristãs a saber: Mórmons 1830, Comunismo Marxista 1835 (?), Adventistas 1844-1860, Espíritas kardecistas 1848-1856, teoria da Evolução ou darwinismo 1859, Testemunhas de Jeová 1872, Teosofia 1875, Ciência Cristã 1879 e outros… Não é exagero dizer que sem dúvida este foi o século dos pseudoprofetas!!!
O movimento adventista teve a intenção divina de ser um prosseguimento da Reforma. Em Sua providência, Deus dirigiu a atenção dos adventistas para a arca e o propiciatório do lugar Santíssimo–a lei e a graça combinadas. Não pode haver um evangelho forte sem uma forte doutrina da lei. Isto é o que os adventistas tinham que oferecer ao mundo, com referência particular ao sábado, que está no próprio coração da lei que autentica o todo. É pelo fato de a lei e o evangelho procederem do Criador que têm validade e significado.
Resposta: Já vimos que essa tal “visão”, da arca e do propiciatório é no mínimo suspeita pelos fatos já expostos acima. É certo que não pode haver um forte evangelho sem uma forte doutrina da lei. Mas a questão não é se temos ou não temos lei, mas qual lei nos submetemos. É claro que isto vai dar novamente em questões e debates intermináveis em torno deste assunto, mas algo precisa ficar esclarecido: não precisamos da lei para nos guiar, salvar, restaurar, a graça faz tudo isso, Cristo o faz de maneira mais competente ainda. Estamos debaixo da lei de Cristo na qual o sábado não está mais em vigência. Aliás, é bom ressaltar que todo este esforço empregado pelos adventistas em torno da lei só tem um objetivo: a guarda do sábado. Os adventistas dão tanto ênfase a lei que por vezes sua teologia se apresenta deturpada em relação ao evangelho genuíno de Cristo. Tanto é verdade que Ellen White chega a insinuar que quem não guarda a lei não vai para o céu, veja:
“Todos quantos guardarem os mandamentos de Deus, entrarão na cidade pelas portas” e
“Alí (no céu) fomos bem vindos pois havíamos guardado os mandamentos de Deus”. [Vida e Ensinos págs. 95,107]
“…. verificando-se estar o seu caráter em harmonia com a Lei de Deus, seus pecados serão riscados, e eles próprios havidos por dignos de vida eterna” (G.C pág. 487, CPB-1971).
Por fim, esta enfase exagerada na lei levou-a a admitir que o sábado é necessário para a salvação, veja: “Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna” (Testemunhos Seletos, vol. III, pág. 23 – 2ª edição, 1956).
Seria esta a forte doutrina da lei alardeada por nosso amigo e pregada pelo resto do mundo adventista?
Não passa de uma idéia delirante de nosso amigo em ousar comparar este movimento com a reforma do século XVI. Ele arroga para si algo impossível de ser aceito por qualquer pessoa de mente mediana.
2 – Justificação Pela Fé: A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem uma clara e definida posição de salvação inteiramente pela graça, nunca pelas obras. Nos 27 pontos de doutrinas do documento oficial “Nisto Cremos” isso é muito claramente definido. Aliás, entre os evangélicos, prevalecem noções inteiramente confusas sobre a questão da lei e graça, fé e obras, justificação e santificação, defendendo-se teorias “dispensacionalistas” e “antinomistas”, com o que se chocam até com o que seus fundadores denominacionais e documentos históricos de Confissões de Fé sempre ensinaram. Além de freqüentemente deixarem a impressão de que no período do Velho Testamento, que seria a “dispensação da lei”, as pessoas se salvavam pela obediência à lei, sendo que agora, na “dispensação da graça”, a salvação é somente pela graça.
Resposta: É incrível a falta de honestidade neste trabalho que pretende ser uma recatequisação de ex-adventistas. Ele tenta passar a imagem da IASD como uma igreja imaculada, superior às demais.Quem lê sua historieta até pensa que a IASD sempre possuiu uma clara compreensão deste tema. Contudo, nada poderia estar mais longe da verdade! Como em todos os outros pontos neste estudo, este também sobre a justificação pela fé não foge às interpolações contextuais deste senhor. Em uma de suas mensagens internáuticas o senhor Azenilto fez a seguinte declaração sobre este tema no meio adventista: “Geoffrey Paxton, autor Protestante, especialista no tema da justificação pela fé, mostra como os adventistas se atrapalharam ao longo de sua história nos debates internos sobre o tema, e ainda parecem confusos a respeito.” e outra “Um artigo da Revista Adventista de junho de 1984, págs. 10 e 11 admite: “A obra de Paxton certamente ajudará também quantos queiram entender o pano de fundo dos debates sobre justificação pela fé e outros tópicos relacionados que têm empolgado e poralizado a igreja. . . . A pesquisa evidentemente bem intencionada de Geoffrey Paxton, pode ajudar aquele que a ler no espírito correto, a perceber a importância de uma compreensão mais profunda do tema da justificação pela fé.”
É bom ter em mente que um dos pontos mais belicosos na Conferencia de 1888 foi justamente sobre esse tema tão polêmico, A.T Jones e E. J. Waggoner, foram as vozes que trouxeram as controvérsias teológicas.
Veja ainda outro depoimento adventista sobre essa deficiência teológica dentro da IASD: “É na questão da justiça pela fé, a própria essência da salvação, que ocorreu a mais acentuada divisão de convicção na Igreja Adventista do Sétimo Dia na década de 1970. Basicamente, os adventistas estão agora divididos na questão de saber se é possível ou não a obediência completa quando uma pessoa tem o poder do Espírito Santo.” —Drs. Russel D. Standish e Collin D. Standish, Adventism Vindicated (Em Defesa do Adventistmo), pág. XI.
Ora, estas são palavras dos próprios adventistas! Se existe uma igreja que necessita de mais instrução neste tema da justificação pela fé, essa é a IASD. São os adventistas que vivem confundindo salvação pela fé com legalismo. Parece que para eles a fé somente não basta é necessário guardar a lei. É uma tremenda confusão! Pergunto: onde a superioridade sobre as demais igrejas?
Ou seja, ocorre um claro paradoxo: os adventistas são enquadrados num estereótipo de “legalistas” por acentuarem a importância de obediência à lei divina como norma de regra de vida (em harmonia com o que as mais representativas Confissões de Fé da cristandade protestante sempre ensinaram), mas ensinam que a salvação sempre foi pela graça. Os críticos dos adventistas, da linha dispensacionalista, ensinam que pela maior parte da história humana, a salvação era pela obediência à lei!
Resposta: Felizmente o senhor Azenilto admite que existe um paradoxo. Realmente se constitui um paradoxo essa doutrina confusa dos adventistas, posto que ao mesmo tempo que defendem a salvação pela graça, acrescentam também a guarda da lei. Isso é confusão teológica grave! Há uma grande colisão entre a crença e a prática no meio adventista.
Muitos ex-adventistas dão testemunhos de que não tinham a certeza da salvação quando ainda praticavam os ensinamentos mencionados pelo senhor Azenilto. Não é para menos, pois o legalismo nunca poderá trazer a certeza da salvação para o cristão. Um exemplo clássico é a Igreja Católica que professa a salvação pela fé, mas na prática depende das boas obras da lei para a salvação. Esse é o grande dilema das seitas: professar uma coisa e praticar outra!
3 – Natureza e Destino Humanos. Um motivo do grande empenho adventista com a “terminação da obra” (que discutiremos em maior detalhe no tópico seguinte) é a visão holística da natureza e destino humanos, que mais e mais evangélicos de gabarito têm acatado, como teólogos do maior destaque, entre os quais Oscar Cullmann, Clark Pinnock, John Stott e os comentaristas bíblicos do Comentário Bíblico de Broadman (batista). Eles têm acolhido a mesma visão de imortalidade condicional mantida há mais de um século pelos adventistas.
Resposta: Sim , mas isto prova alguma coisa? No máximo pode mostrar que tais estudiosos acataram um ponto de vista errôneo como por exemplo Stott que no final da sua vida tornou-se universalista. Por outro lado, é bom lembrar que existem muitos outros teólogos de igual gabarito que sustentam a doutrina ortodoxa tradicional da imortalidade da alam, crida e professada não há um século apenas, mas durante toda a história da igreja cristã. Na verdade um dos primeiros escritos de João Calvino foi um folheto contra tal doutrina, a qual nunca teve ampla aceitação na igreja. Superioridade, ONDE POR FAVOR?!
Para o adventista, somente a volta gloriosa de Jesus trará a eternidade. Em termos da visão da natureza e destino humanos, as igrejas protestantes NÃO TÊM NADA DE MELHOR a oferecer aos buscadores da verdade com sua visão corrupta de Deus, como um Ser implacável que lança no inferno os impenitentes, onde os preservará para sempre (Atos 17:28) em torturas. Além de que a visão holística acentua a justificação pela fé, pois somente em Cristo temos o dom da imortalidade.
Resposta: Ao contrário do que professa nosso amigo a Bíblia afirma em vários lugares que apesar da imortalidade ser entregue na ressurreição, nem por isso o homem deixa de existir quando expira seu fôlego de vida. Ele não é semelhante aos animais. A Bíblia mostra de maneira incontestável que o homem possui uma alma ou espírito que sobrevive após a morte do corpo terreno.
Talvez o senhor Azenilto não percebeu, mas suas pedradas contra a teologia ortodoxa evangélica, pode se voltar contra seus próprios postulados. Se esta “visão corrupta de Deus, como um Ser implacável que lança no inferno os impenitentes” como ele prefere denominar a visão teológica protestante tradicional, não possui nada de melhor a oferecer, imagine a concepção de um Deus que aniquila o ímpio! Dentro de um certo contexto tanto uma como a outra poderia ser taxada de injusta. Demais disso, para que Deus iria infringir ao ímpio um castigo momentâneo no inferno para somente depois então aniquilá-lo? Não seria mais coerente uma aniquilação imediata? E, qual a superior diferença nesta teoria , se os pecadores perecerão do mesmo jeito castigos horrorosos? Isso só demonstra uma coisa: A TEOLOGIA ADVENTISTA NÃO TEM NADA DE MELHOR A OFERECER aos sinceros cristãos.
4 – Inigualável Empenho Com a “Terminação da Obra”. Em contraste com o que se dá no mundo evangélico o adventismo tem uma visão extraordinária de evangelização mundial. Os adventistas são os que penetraram maior número de terras no mundo e que têm o maior número de missionários em proporção ao seu número de membros. Agora, por exemplo, está em fase final de planejamento a campanha “Semeando Um Bilhão”, em que um bilhão de um material de convite a estudo bíblico será distribuído por todo o mundo. Atualmente calcula-se que 2.600 almas sejam batizadas por dia na IASD por todo o mundo.
Sem falar no que temos no campo das comunicações, via-satélite, rádio, TV e o trabalho de clínicas, hospitais, ambulâncias e avionetas missionárias levando instrução sobre saúde, tratamentos e curas a milhares de pessoas em todo o mundo, graças à singular ênfase da mensagem adventista à saúde integral, inspirada em princípios bíblicos desconhecidos ou desprezados por outros religiosos.
Resposta: Esta talvez seja a mais frágil razão levantada pelo senhor Azenilto para tentar provar a suposta superioridade adventista. Embora concordo, e é até louvável que os adventistas possuem tudo isso, pergunto: onde está a alegada superioridade? Olhe para os Batistas, em termos de missão são os melhores, os pentecostais no início do século foi a ala protestante que mais se moveu no sentido de fazer missões. A Assembléia de Deus no Brasil, apesar de ter surgido no cenário mundial 60 anos depois da IASD, já é a maior igreja evangélica do Brasil e o maior movimento evangélico do mundo. A maior igreja protestante do mundo esta na Coréia e não é adventista, o ramo dentro do cristianismo que mais cresce são os pentecostais que por sinal não possui os mesmos pontos de vista antropológico e escatológico dos adventistas. Uma boa parte das igrejas tradicionais e pentecostais possuem rede de TV, rádio, hospitais, missionários, asilos, orfanatos etc…Novamente pergunto; SUPERIORIDADE, ONDE?
Mas nada do que foi listado acima pelo nosso amigo prova que são superiores, pois o mormonismo é a seita que mais investe em missões no mundo todo e nem por isso são superiores ás demais igrejas, são no mínimo uma seita bem organizada, só isso.
5 – Visão Mais Realista das Questões Escatológicas. Como uma coisa leva a outra, a visão “dispensacionalista”, que afeta o entendimento da questão da lei e graça também influencia a compreensão dos acontecimentos finais. Estão equivocados esses religiosos ao entenderem o papel de Israel nas profecias do tempo do fim, e a visão que desenvolvem inspira-se, na verdade, numa histórica teologia de desprezo aos judeus. Temos material muito bem detalhado demonstrando isso, como os artigos “Arrebatamento Secreto: Fato ou Ficção?”, “Desfazendo Mitos Sobre o Papel de Israel nas Profecias Finais” e “Israel e Armagedom” que disponibilizamos a quem queira estudar o tema. Aliás, os dispensacionalistas em suas constantes especulações escatológicas marcaram a data de 1988 para o “arrebatamento da Igreja”, no que temos outro paradoxo: o estereótipo de serem os adventistas marcadores de datas, quando os evangélicos é que estabeleceramo a referida predição. A verdade é que os adventistas, como igreja independente do milerismo, jamais aceitaram qualquer iniciativa nesse sentido.
Resposta: É realmente estapafurdia a declaração de nosso amigo! Chega às raias do cinismo esta ultima afirmação, “A verdade é que os adventistas, como igreja independente do milerismo, jamais aceitaram qualquer iniciativa nesse sentido.”
Ora, todos os líderes adventistas que deram origem a IASD faziam parte do movimento do advento americano liderado por Miller, veja só essa declaração bombástica da profetisa da IASD em relação aos cálculos proféticos de Miller:
“Na companhia de meus amigos, assisti a essas reuniões e ouviu o impressionante anúncio de que Cristo estava voltando em 1843, somente uns poucos anos no futuro. O Sr. Miller expôs as profecias com uma precisão que transmitia convicção aos corações de seus ouvintes. Ele demorava-se sobre os períodos proféticos, e apresentou muitas provas para fortalecer sua posição. “[Testemunhos, Vol. 1, p. 14]
“Deus dirigiu a mente de Guilherme Miller para as profecias e concedeu-lhe grande luz sobre o livro de Apocalipse”. “Anjos de Deus repetidamente visitaram aquele escolhido [Miller], para guiar sua mente e abrir ao seu entendimento profecias que sempre foram obscuras para o povo de Deus”.
Sim, os pioneiros adventistas creram nas falsas profecias de Miller. Ellen White chega a dizer que Deus e os anjos guiavam a mente de Miller naqueles cálculos que logo depois se mostraram errados . É claro que a marcação de datas para 1843/44 teve a plena aprovação de tais líderes.Isso o senhor Azenilto quer omitir ao público, mas vamos demonstrar de maneira sobeja logo abaixo.
É aquela velha história do “gato escaldado”…eles por certo tempo refrearam esse costume de marcar datas, por certo devido ao trauma comprometedor do fiasco de 1843-1844. Mas certa vez a senhora White não resistiu a tentação e teve uma recaída, então marcou a vinda de Jesus nos seguintes termos: “Foi-me mostrado o grupo presente à assembléia. Disse o anjo: ‘Alguns, pasto para os vermes, alguns sujeitos às sete últimas pragas, alguns estarão vivos e permanecerão na Terra para serem trasladados por ocasião da vinda de Jesus.” (O Testemunho de Jesus, p. 108). Ops! olha aí novamente a marcação de datas e isto depois que a IASD já estava oficialmente estabelecida. O caso é que estas pessoas morreram sem a tal profecia quanto a vinda de Jesus se cumprir. Em outra ocasião ela afirmou: “Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, a qual nos anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, em número de 144.000, reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios julgaram fôsse um trovão ou terremoto. Ao declarar Deus a hora, verteu sobre nós o Espírito Santo, e nosso rosto brilhou com esplendor da glória de Deus, como aconteceu com Moisés, na descida do monte Sinai.”(Primeiros Escritos, p. 15). Talvez se lembrando do fracasso de 1843 e 1844, achou mais conveniente negar tudo dizendo que depois da visão tinha esquecido, “Ouvi a hora proclamada, mas não tinha lembrança alguma daquela hora depois que saí da visão.”(Mensagens Escolhidas, vol, I p. 76).
Eis aí a tão cobiçada superioridade adventistas em assuntos escatológicos!
Também o entendimento do Apocalipse de parte dos adventistas faz muito mais sentido, no ensino sobre o Milênio e outras questões, e a respeito do que se tem ensinado historicamente sobre o “sinal da besta”. Quando, em meados do século XIX, ninguém imaginava o tremendo poder político, militar, religioso que os EUA exerceriam no presente, já José Bates, um dos maiores defensores do sábado entre os pioneiros adventistas do 7o. dia, definia a “besta que sobe da terra” como os EUA. E antes de a Igreja Católica emitir o documento papal Domini Dies, promovendo uma mais fiel observância do domingo, com incentivo a campanhas junto a legisladores para garantir a tradição dominical, já a observância do domingo era apontada como a “marca da besta” e o fator aglutinador das diversas confissões cristãs. Eu desconheço qualquer instituição mais “ecumênica” do que o feriado religioso do domingo.
Resposta: Para sermos coerentes com o bom senso, teremos que rechaçar toda a teologia escatológica dos adventistas como absurda. Veja por exemplo, o milênio: eles acreditam que no milênio a terra ficará deserta, será a prisão de Satanás e que será nessa época o sábado mencionado em Hebreus 4:9. Haveria teoria mais descabida do que essa? Sobre o sinal da Besta nem se fala! O caso é que a besta, o anticristo, sempre foi apontado pelos adventistas como sendo o papa, amparados por uma interpretação forçada dos textos bíblicos. Hoje muitos adventistas já não crêem mais nesta teoria, haja vista ela partir de uma exegese defeituosa. Os adventistas da promessa já não acreditam que o anticristo seja o papa, até mesmo o teólogo Samuelle Bachiochi, já mudou sua concepção sobre isso. Também pudera, ele fez sua tese dentro de uma instituição que os adventistas consideram como a besta do Apocalipse! Nos EUA muitos teólogos adventistas consideram os cristãos que guardam o domingo como sendo de Deus e não tendo a marca da besta. É sabido que ultimamente a IASD está se aproximando cada vez mais da Igreja católica, não levará muito tempo para muitos pastores adventistas mudarem sua concepção tradicional sobre a besta.
Quanto às previsões de Bates, isso não quer dizer nada, pois naquela época os EUA estava já em ascensão. As TJs na época de Russel também previam muitas coisas, que hoje aparentemente faz sentido, mas estarão elas corretas? Claro que não! Quanto ao domingo e a marca da besta, feriado dominical etc… não passa de especulações proféticas que o senhor Azenilto teima em defender. Cada vez mais está havendo uma mobilização de comerciantes e industriais para o funcionamento do comércio aos domingos, tanto no Brasil como no exterior. Só isto já derruba por terra a utópica “perseguição dominical” apregoada pelos adventistas. Na verdade o que está havendo é um desrespeito para com o dia do Senhor – o domingo e não o contrário.
6 – Empenho Com a Saúde Integral. Como percebem, uma coisa integra-se à outra. Vimos como a visão da imortalidade condicional tem tudo que ver com a justificação pela fé bíblica e com a pregação do evangelho numa visão de “terminação da obra”, bem como a ênfase sobre saúde tem que ver com a visão da validade e vigência da lei divina, tanto nos aspectos morais quanto sanitários. Os frutos dessa ênfase se percebem em publicações, do tipo da revista Prevention, de caráter secular, que publicou em tempos recentes um artigo mostrando que os adventistas vivem em média 5 a 6 anos mais do que os demais americanos, segundo uma pesquisa no campo da saúde pública, e as enfermidades que atacam a população em geral afetam os adventistas anos depois dos demais.
No meio evangélico o que existe é uma total confusão e contradição desses ensinos sobre os princípios bíblicos de saúde e alimentação. Alguns chegam até a declarar que as leis contra comidas tais como carne de porco seriam “cerimoniais”, mas fica-se a imaginar em que isso representaria em termos simbólicos prefigurativos? Indagamos isto num fórum evangélico e a resposta de um seminarista evangélico é que significariam exatamente os gentios, em contraste com os judeus, com base em Atos 10 (a “visão do lençol”). Mas isto é um absurdo, pois teríamos a Deus criando um conjunto de leis visando a promover a discriminação racial! Discutimos isso através do artigo “Textos Bíblicos Mal Compreendidos Sobre o Tema da Alimentação”.
Resposta: Este tópico como outros desta série não representa superioridade alguma, mesmo por que muitas religiões da nova era praticam este tipo de ensinamento, mas nem por isso elas possuem uma mensagem superior. A confusão é total no meio adventista quanto a isso. Os ASD restringe à sua mensagem dietética apenas à carne de porco, já os reformistas não comem carne nenhuma e até prega que para ganhar a salvação é necessário ser vegetariano, o que se constitui num tremendo absurdo e heresia. Há algum tempo lí em uma revista adventista que uma grande porcentagem dos adventistas estavam morrendo de câncer devido a sua alimentação e o comentarista da matéria lamentava que o povo adventista não está levando a serio ultimamente a doutrina sobre a alimentação. Conheço muitos adventistas que confessaram o consumo de carne suína.
Eu desafiaria o senhor Azenilto a provar que as leis dietéticas do antigo testamento ainda são vigentes para os cristãos gentios hoje em dia como norma religiosa.
Tanto não é verdade que Ellen G. White recomendou que “os que cultivam lúpulo e fumo e criam porcos entre nosso povo” não sejam importunados, pois ninguém tem o direito de “fazer destas coisas, em qualquer sentido, uma prova de comunhão”. Quanto ao consumo da carne de porco, ela censurou qualquer que propusesse fazer desse assunto uma prova de comunhão, e acrescentou: “Se Deus quiser que Seu povo se abstenha da carne de porco, Ele os convencerá a respeito desse assunto”.
Parece que a própria profetisa no começo não cria que esta lei vigente sanitária apregoada por Brito era para os cristãos. Até mesmo seu marido, Thiago White, havia repudiado tal idéia anos antes ao escrever:
“Alguns de nossos bons irmãos acrescentaram a ‘carne de porco’ à lista de coisas proibidas pelo Espírito Santo e pelos apóstolos e Anciãos reunidos em Jerusalém. Mas nós nos sentimos chamados a protestar contra essa decisão, por ser contrária ao claro ensino das Sagradas Escrituras. Poremos sobre os discípulos uma ‘carga’ maior do que pareceu bem ao Espírito Santo e aos santos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo? Deus não o permita. A decisão deles, sendo correta, decidiu a questão para eles, e foi causa de regozijo entre as igrejas, e deveria decidir a questão para nós para sempre.”
As escrituras encerra o assunto ensinando que pela oração é santificado o alimento, e Jesus deixou bem claro isso em Mc 7:19.
Mas qual seria a objeção dos adventistas quanto a abstinência à carne suína? Não comem carne de porco por que é um mandamento bíblico ou porque a carne suína não é saudável? Se for o primeiro caso a razão, então não precisam se preocupar, pois não existe base bíblica; quanto ao segundo, é necessário apenas alguns cuidados higiênicos neste sentido. Mas hoje devido ao avanço da ciência no campo da pecuária, já foi possível criar o porco Light, com teor de gordura abaixo do que é encontrado na carne de frango e o que é melhor, uma carne sem doenças, pois é desenvolvido com técnicas que oferecem este benefício. Veja que os dois argumentos levantados pelos adventistas quando analisados racionalmente não procedem.
Todavia, isto permanece uma questão pessoal, se alguém não quiser comer carne que não coma, mas fazer disso um cavalo de batalha de suposta superioridade contra as demais denominações é ir longe demais.
Creio que o apóstolo Paulo encerra o assunto sobre isso quando afirma: “Um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come só legumes.Quem come não despreze a quem não come; e quem não come não julgue a quem come; pois Deus o acolheu.” [Rom. 14:2-3] (cf. nossa matéria “É Pecado Comer Carne?)
7 – Empenho Com Aprimoramento Educacional. Conhecemos escolas batistas e de outras denominações, tanto da área secular como teológica, e, sinceramente, não vemos nenhuma superioridade dessas instituições em comparação com o sistema educacional adventista, que tem grande reconhecimento de autoridades por todo o mundo. Universidades adventistas preparam pessoas que servirão a nações em desenvolvimento e são grandes centros de pesquisa e progresso humano, como a altamente prestigiada Universidade de Loma Linda, EUA.
Resposta: Presumo que este tópico também foi criado para “provar” a superioridade da mensagem adventista. Mas cadê essa SUPERIORIDADE meu Deus?! O que o senhor Azenilto faz neste tópico é quase o inverso, é defender-se da superioridade das demais denominações nesta questão da educação. Quando diz: “sinceramente, não vemos nenhuma superioridade dessas instituições em comparação com o sistema educacional adventista”. Mas não são os adventistas que são postos como superiores aos demais? Temo que o senhor Azenilto esteja tropeçando nas armadilhas que ele mesmo criou!
Demais disso, este item também não constitui prova de superioridade, pois os mórmons tem um dos melhores trabalhos neste sentido e nem por isso são superiores aos demais. Mais uma prova que deu chabu!
Enquanto isso, no meio evangélico prevalece entre muitos a noção de que não se deve buscar obter conhecimento secular ou instrução teológica, pois tudo é “revelado” sobrenaturalmente. Há denominações que abertamente condenam qualquer busca por tal tipo de aprimoramento educacional, e o resultado disso é a tremenda mediocridade nas exposições teológicas, firmadas sobre idéias infundadas, preconceito, ignorância de temas teológicos básicos, e subjetivismo na prática religiosa, sobretudo nas alas “pentecostais”
Resposta: Talvez o senhor Azenilto não percebeu mas este argumento é um verdadeiro bumerangue. Prefiro acreditar que ele “esqueceu”, ao invés de ter omitido de propósito, o início do movimento adventista sobre esse quesito.
Porventura, Guilherme Miller – que é chamado pelo próprio Azenilto de “fazendeiro sem instrução” – tinha formação teológica quando começou a estudar o livro de Daniel? E Ellen G. White, tinha? Ela mesma chega a insinuar que não precisamos de instrução teológica ou secular para as coisas de Deus, veja: “A razão por que Ele não escolhe mais vezes homens de saber e alta posição para dirigir os movimentos da Reforma, é o confiarem eles em seus credos, teorias e sistemas teológicos…Homens que tem pouca instrução colegial são por vezes chamados para anunciar a verdade…” (O Grande Conflito pág. 455/6). Ela dizia isto para justificar seus resvalos teológicos e seu semi-analfabetismo, pois o método de estudarem a Bíblia não partia de uma exegese sadia, mas do fanatismo, superstições e crendices. Veja como os líderes adventistas estudavam a Bíblia: “Em algumas vezes o Espírito de Deus descia sobre mim, e porções difíceis eram esclarecidas pelo modo indicado por Deus…” E como isto se dava? Ela explica textualmente; “…e quando chegava a alguma passagem difícil, uníamo-nos em oração a Deus rogando a compreensão do verdadeiro sentido de sua palavra.” (Vida e Ensinos pág. 128/192). E mais, Muitos julgam ser essencial, como preparo para a obra cristã, adquirir amplos conhecimentos dos escritos históricos e teológicos. Supõem que esse conhecimento lhes será de utilidade no ensino do evangelho. Mas seu laborioso estudo das opiniões dos homens tende a enfraquecer-lhes o ministério, em vez de fortalecê-lo. Quando vejo bibliotecas cheias de alentados volumes de conhecimentos de História e Teologia, penso: Por que gastar dinheiro naquilo que não é pão?” (A Ciência do Bom Viver, pág. 441).
Como já expomos acima, as aberrações teológicas de Miller que mais tarde foi plenamente endossada pelos pioneiros adventistas começa com essa ignorância. Com apenas uma chave bíblica e nenhuma formação teológica, Miller começou a estudar o livro de Daniel e marcou a volta de Cristo para o ano de 1843. Como nada aconteceu, ele marcou outra data para 1844, sem contudo, a parousia acontecer. Finalmente, diante de tão descabida exegese ele abandonou o adventismo por reconhecer seu erro! Esse acontecimento é chamado pelos adventistas de “O Grande Desapontamento”. Muitos sabiamente abandonaram esse movimento. Entretanto, como um abismo chama outro abismo, os adventistas mais obstinados não deram o braço a torcer e interpretaram de outra maneira aquele cálculo profético das 2.300 tardes e manhãs, espiritualizando-o: o tabernáculo não era mais a terra, mas o céu. Essa nova interpretação desembocou na aberração teológica da doutrina do “Santuário”, do “Juízo Investigativo”, do “Bode Emissário” Ad Infinitum… E tudo isto debaixo de uma suposta visão que Hiram Edson teve após o “desapontamento”. Uma desculpa vergonhosa para tentar remendar o desastre teológico de Miller (como foi demonstrado sobejamente por Walter Martin). Querendo concertar um erro, acabaram piorando mais ainda as coisas. E lembre-se: eles não eram formados em teologia ou secularmente.
Bem diz o ditado popular: “Quem possui telhado de vidro não atire pedras no telhado dos outros”.
Ah! E por falar nisso, cadê a tão alardeada superioridade?
8 – Qualidade da Música Adventista. A ampla programação radiofônica da IASD supera a todas as demais promovidas por igrejas protestantes e os conjuntos, quartetos, solistas, corais da mais elevada qualidade destacam-se sobre o que se encontra no meio evangélico, numa cacofonia de ritmos estonteantes, rock’n’roll puro e simples, e até “sambas” evangélicos.
Resposta: Admito que atualmente há uma banalização na música sacra evangélica, mas isto não quer dizer que todos os evangélicos estão embolados neste meio. Há muitas igrejas que levam a sério este ministério, há muitos bons corais, orquestras de muito boa qualidade. Não se pode cair no erro de generalizar as coisas, pois isto seria passar uma falsa impressão do meio evangélico.
9 – Empenho Científico em Favor do Criacionismo. Os adventistas têm institutos de pesquisas dirigidas e operadas por grandes eruditos onde se produzem materiais do mais elevado gabarito defendendo o relato bíblico da criação por desígnio, quando em muitas denominações prevalecem dúvidas sobre a questão da criação/evolução, com alguns ensinando mesmo que os dias da semana da criação não eram períodos literais de 24 horas, mas eras de séculos ou milênios. Nesses períodos de incerta identificação é que a vida teria surgido e se desenvolvido, dentro de uma visão confusa e ambígua em que se dá trela às teses evolucionistas, materialistas e atéias. A própria observância do sábado é motivação mais do que suficiente para definirmos nossa posição em favor do ensino bíblico literal, sem acolhimento de teorias que rebaixam o relato escriturístico e as óbvias declarações de Cristo e dos apóstolos em favor da visão bíblica literal da criação de todos os irracionais por Deus e dos seres humanos a partir de um casal original.
Resposta: Neste ítem também não existe nenhuma superioridade, na verdade as igrejas evangélicas já vinha combatendo o evolucionismo muito antes dos adventistas. Existem hoje em dia muitos bons institutos de pesquisas para a criação que por sinal não é adventista. Quem lê tais disparates até pensa que os adventistas são os únicos no mundo a defender a teoria da criação. Essa falsa imagem é fruto de indivíduos que omitem os fatos, selecionando com cuidado aqueles que mais lhe convém expor.
Demais disso, a posição de muitos cristãos quanto aos dias de Gênesis, se era de 24h literais ou não, não diminui nem um pouco a força da teoria criacionista. O senhor Azenilto sabe muito bem que a interpretação que toma os dias do cap. 1 de Gênesis como dias literais enfrenta muita dificuldade textual. Uma delas é justamente sobre o sábado onde ele pretende se apoiar. Todos os dias criativos foram contados como tendo tarde e manhã, mas sobre o sétimo dia não diz que houve tarde e manhã, é um dia aberto. Portanto, o final de semana da criação não pode ser tomado como dia de 24h, e de quebra exclui a interpretação de mandamento divino do sábado neste incidente. O caso é que ali não existe nenhum mandamento, apenas diz que Deus descansou neste sétimo dia longo…
10 – Empenho Pela Liberdade Religiosa. Como nenhuma outra denominação, os adventistas são grandes batalhadores pela liberdade religiosa, tendo criado até instituições nacionais e internacionais nesse sentido, como a IRLA (sigla em inglês da Associação Internacional de Liberdade Religiosa). Tal entidade até já extrapolou os limites denominacionais, abrangendo pessoas das mais diferentes religiões, inclusive sendo o seu atual presidente de outra igreja. Essa entidade ocupa posição de destaque junto à própria Organização das Nações Unidas cumprindo importante papel consultivo, e a publicação Liberty, do Departamento de Liberdade Religiosa da IASD, já completou mais de 100 anos de existência, sendo divulgada junto a legisladores, ocupantes de cargos executivos e pessoas que ocupam posições de decisões e que são formadoras de opinião por todos os Estados Unidos e várias outras nações do mundo.
Resposta: Tudo isso é muito bom, mas…onde a superioridade? Porventura, muitos outros grupos religiosos não foram pioneiros nisto em outros países? Estava lendo uma revista das TJs onde eles abordavam o empenho dos seus líderes na batalha sobre liberdade religiosa. Pergunto: são superiores as TJs por causa disso? Não. Muitas entidades evangélicas também engajaram nessa luta.
Fica aqui uma dúvida: será que este empenho por liberdade religiosa a mais de 100 anos não seria por motivos particulares inerente aos problemas do adventismo? Por exemplo, é patente a síndrome de perseguição apregoada pelos adventistas desde suas origens. Eles acreditavam e ainda acreditam que haverá uma lei político/religiosa decretando normas para as pessoas descansarem aos domingos e não no sábado. Dizem que haverá uma perseguição total aos adventistas pelo governo. É interessante notar esse empenho dos adventistas nessa luta pela liberdade religiosa por esse prisma, tendo como pano de fundo suas doutrinas religiosas. Seja como for, é louvável mesmo assim este empenho, mas nem isso prova superioridade alguma.
Conclusão
Diante do exposto acima fica difícil acreditar nas palavras deste senhor quando elucida sobre os objetivos de seu ministério dizendo:
“Este é um ministério evangélico interconfessional e independente que não visa a promover doutrinas particulares de nenhuma denominação. Seu objetivo é oferecer à comunidade cristã evangélica temas bem pesquisados e apropriados para um aprofundamento no estudo da Palavra de Deus visando ao “crescimento na graça e conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.
Mas o que temos visto é totalmente o oposto, ele tenta mostrar uma suposta superioridade da IASD em detrimento às demais denominações evangélicas promovendo justamente doutrinas particulares dessa denominação. Apesar de todo esse esforço empregado na defesa do adventismo com o intuito de trazer de volta ex-adventistas, ele não conseguiu fazer jus ao título dado ao seu trabalho: “10 Pontos de Superioridade da Mensagem Adventista sobre os Ensinos de outras Corporações Religiosas”. Além de não ficar demonstrada superioridade alguma, o senhor Azenilto Brito desmascarou a si mesmo, caindo numa vergonhosa contradição de propósitos.
Portanto, repudiamos mais uma vez a propaganda religiosa sensacionalistas do senhor Azenilto em prol do adventismo.
Sobre o item 9, na realidade as principais organizações criacionistas do mundo não são adventistas, mas sim evangélicas (ex.: Creation Ministries International, Answers in Genesis). Na verdade, os adventistas têm algumas crenças opostas às da corrente criacionista de terra jovem principal.
Alguém pergunte a Jonathan Sarfati, Carl Wieland ou Ken Ham se eles acreditam em sono da alma, aniquilacionismo, sabatismo, juízo investigativo ou qualquer outra heresia adventista. A resposta obviamente será “não”. Estou citando alguns dos principais nomes do criacionismo da terra jovem.