O site Geniza diz o seguinte sobre algumas das elucubrações ou conjecturas estranhas do reformador:
“Em minha opinião, sua (de Calvino) grande falha lógica está aqui: ‘Onde ouves menção da glória de Deus, aí deves pensar em sua justiça. Ora, o que merece louvor tem de ser justo. Portanto, o homem cai porque assim o ordenou a providência de Deus; no entanto, cai por falha sua. […] Logo, por sua própria malignidade o homem corrompeu a natureza pura que havia recebido do Senhor, e em sua ruína arrastou consigo à ruína toda a posteridade’ (As Institutas, Livro III, cap. XXIII, seção 8). Para Calvino, o homem peca porque Deus assim decretou, mas ainda assim é responsável por seus atos maus. Tal ‘decreto espantoso’ não possui explicação e não cabe ao homem questioná-lo. Surge uma nova pergunta: E Adão, o primeiro homem, também agiu de acordo com os propósitos divinos? Calvino explica: ‘O primeiro homem, pois, caiu porque o Senhor assim julgara ser conveniente. Por que ele assim o julgou nos é oculto. Entretanto, é certo que ele não o julgou de outro modo, senão porque via daí ser, com razão, iluminada a glória de seu nome’ (As Institutas, Livro III, cap. XXIII, seção 8). Para fechar, uma última declaração de Calvino (prepare-se): ‘Eu concedo mais: os ladrões e os homicidas e os demais malfeitores são instrumentos da divina providência, dos quais o próprio Senhor se utiliza para executar os juízos que ele mesmo determinou. Nego, no entanto, que daí se deva permitir-lhes qualquer escusa por seus maus feitos’. (As Institutas, Livro I, Capítulo XVII, seção 5)” (Em: <www.genizahvirtual.com>. Acesso em 30 maio 2014).
Alguns filósofos acreditam que a crença no destino fatalista nega radicalmente a liberdade humana e é maléfica para a sociedade: pois, se o nosso destino já está predeterminado, para que educar para o trânsito? Para que exigir das autoridades a solução das enchentes? Para que lutar por justiça? Para que reivindicar o fim das opressões? Se somos determinados pelo destino, não há como responsabilizar os desonestos, os opressores, os exploradores, os ladrões e os assassinos, pois seriam, todos eles, vítimas do destino […]. Os adeptos do fatalismo ignoram que os homens é que constroem e destroem cidades, criam culturas, erguem civilizações, arquitetam guerras e promovem a paz. Apesar dos condicionamentos, o homem se define pela liberdade e pela responsabilidade.
“[…] Decerto tem havido calvinistas à moda deles mesmos, que dão pouco valor à responsabilidade humana, mas o motivo disto jaz na incoerência deles.” (KUIPE, R. B. Evangelização Teocêntrica. 1999, p. 45).
Norman Geisler fecha nossa conclusão com a seguinte assertiva:
“Os fatalistas e os deterministas tem tentado, em vão, negar a liberdade humana — e isso eles têm feito sem que ninguém os force! O fato é que a liberdade é inegável. Porque, se cada coisa fosse determinada, os deterministas seriam determinados a crer que não somos livres. Mas os deterministas creem que o determinismo é verdadeiro e que o não-determinismo é falso. Além disso, creem que todos os não-deterministas deveriam mudar sua posição e se tornarem deterministas […]. Todavia, isso implica que os não-deterministas são livres para mudar sua opinião — o que é contrário ao determinismo! Assim, segue-se que o determinismo é falso, visto ser contraditório.” (Eleitos, Mas Livres, GEISLER, 2001, p. 33 ).
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