“E se Deus, querendo mostrar a sua ira e tornar conhecido o seu poder, suportou com grande paciência os vasos de sua ira, preparados para a destruição?” Isso não indica que Deus predestinou alguns para a condenação? Muitos calvinistas radicais creem ser esse o caso. O puritano predestinacionista William Ames escreve: “Ha duas espécies de predestinação: a eleição e a rejeição (ou reprobatio)”. E acrescenta: “A reprovação e a predestinação de certas pessoas, de forma que a gloria da justiça de Deus possa ser mostrada para eles”.
Resposta Apologética
Como já foi indicado, essa passagem sugere que os “vasos de ira” são objeto da ira porque se recusam a se arrepender. Eles não estão desejosos de trazer honra a Deus, de forma que se tornam objeto da ira de Deus. Isso e evidente pelo fato de que são suportados por Deus com grande paciência (Rm 9.22). Isso sugere que Deus estava esperando pacientemente por seu arrependimento. Como disse Pedro: “O Senhor […] e paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2Pe 3.9).
Além disso, tomando Paulo como o melhor comentador dos próprios escritos, bem no começo de Romanos ele observa que a ira de Deus vem sobre os ímpios por causa da própria e deliberada desobediência.
Ele escreveu: “Por causa da sua teimosia e do seu coração obstinado, você esta acumulando ira contra si mesmo, para o dia da ira de Deus, quando se revelara o seu justo julgamento” (Rm 2.5).
Não ha, absolutamente, razão alguma para crer, como fazem os calvinistas extremados, que aqui ou em outro lugar da Escritura Deus predestina certas pessoas para o inferno, a parte da própria livre escolha delas.
Extraído do livro “Eleitos, Mas Livres” de Norman Geisler