Quando falamos em obter a salvação, a maioria das pessoas reconhece existirem duas maneiras pelas quais conseguí-la: a maneira de Deus, pela graça livre e imerecida; a maneira do homem, pelas obras. Os mórmons ensinam que o caminho da salvação é pelas obras.
Os mórmons dividem a salvação em duas partes: (1) salvação geral ou incondicional, (2) salvação individual ou condicional; McConkie acrescenta uma terceira, a exaltação ou vida eterna, pela divisão da salvação “individual”.
Salvação geral
A teologia mórmon afirma que a morte de Cristo na cruz resgatou os homens dos efeitos da Queda (veja McConkie Mormon Doctrine, p. 62; também 669, 670) com exceção dos incorrigíveis “filhos da perdição” (os que caíram com Lúcifer). A humanidade toda receberá afinal a “salvação geral”, o que levará todo mundo, pelo menos, ao mais baixo dos três céus ou graus de glória.
Stephen L. Richards, em seu planfeto, Contributions of Joseph Smith, afirma que esta salvação é equivalente à ressureição, pois todos os homens ressurgirão — ateus, pagãos, incrédulos, etc.(1) É difícil encaixar esta crença em João 3:18: “Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”
João 3:36 diz não haver salvação de espécie alguma para os que não crêem, somente condenação: “Por isso quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.”
A ressureição não pode ser equacionada com a salvação ensinada pela Bíblia. Todos os homens ressuscitarão: “Os [mortos] que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo (João 5:29). Dizer que todos os homens são salvos porque todos ressuscitarão é contradizer diretamente a Palavra de Deus.
Todos ressuscitarão, mas os que crêem em Cristo e foram salvos ressurgirão 1.000 anos antes dos ímpios mortos. Ninguém desta primeira ressurreição está perdido. Todos estes foram salvos mediante o recebimento de Jesus como seu Senhor e Salvador pessoal. Os ímpios mortos ressuscitarão 1.000 anos mais tarde. Nenhum dos salvos estará na segunda ressurreição. Todos os que participarem da segunda ressurreição terão rejeitado a Cristo e sua salvação e estarão perdidos (veja Apocalipse 20:5, 6). A Bíblia ensina claramente que há duas ressurreições. Na primeira todos são salvos! Na segunda, 1.000 anos mais tarde, todos estão perdidos!
Salvação pessoal
A segunda parte da salvação mórmon é a salvação pessoal, às vezes chamada de salvação individual, condicional ou exaltação. Esta salvação é conseguida pela graça, mais batismo, mais obras.
Talmage diz nas Regras de Fé: “A redenção dos pecados pessoais somente pode ser obtida mediante a obediência aos requisitos do evangelho, e uma vida de boas obras.”(2)
Pode você imaginar a reação do ladrão na cruz se isto lhe tivesse sido dito então, quando morria? Graças a Deus que quem estava lá era Cristo e não o Sr. Talmage, ou então o ladrão estaria perdido para sempre.
Temos perguntado aos mórmons e a outros adeptos da salvação pelas obras, quantas boas obras temos de fazer para termos certeza de nossa salvação. Ninguém sabe. Certamente, se as obras fossem necessárias, Deus teria feito uma lista de quantas, quais, e nos teria garantido a certeza da salvação ao termos finalizado todas. Esta não é a maneira de Deus. Quando os judeus religiosos pensaram que podiam ser salvos, ou ajudar a si mesmos a ser salvos mediante boas obras, perguntaram a Jesus: “Que faremos para realizar as obras de Deus? Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta, que creiais naquele que por Ele foi enviado” ( João 6:28,29). Obra alguma ou quantidade alguma de obras jamais trará a salvação.
A pessoa pode guardar 1.000 leis durante a vida e jamais quebrar uma delas. Além disso poder fazer 1.000 boas obras. Entretanto, se quebrar uma lei apenas, não importa quão insignificante seja, deve pagar por ela. O salva-vidas pode salvar 20 vidas por certo período de tempo, mas se ele deliberada e maliciosamente assassinar uma pessoa, deve encarar a pena de seu crime. As vidas que ele salvou de modo algum pagam pela vida que ele tirou.
Imagine que alguém avance um sinal vermelho e o guarda resolve pará-lo. E essa pessoa diz:
— Ora, seu guarda, você não pode fazer nada por eu ter avançado o sinal vermelho!
O guarda suspira, leva a mão à cabeça, empurra o boné para trás e indaga a si mesmo se este vai ser um daqueles dias.
– Oh, sim? — responde ele, com indiferença. — Por que não? – Porque tenho passado de carro por aqui antes pelo menos um milhão de vezes e sempre parei neste sinal. Guardei a lei mil vezes e a quebrei somente uma. Minhas boas obras excedem minhas más obras de 1.000 a 1. Na verdade você devia me dar um prêmio! Não há nada que você possa fazer!
Oh, não? Tente fazer isso alguma vez e veja até onde vais. A lei aceitaria esse argumento jocoso? Nem Deus tampouco!
A salvação de Deus
Em primerio lugar, Deus não pode aceitar boas obras de uma fonte impura. E declara ele que todos os homens são pecadores, e portanto, perdidos: “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23). Não é uma questão de quão destituído cada indivíduo se tornou, mas que todos pecaram e carecem da glória de Deus.
Se alguns estivessem tentando pular um abismo de 30 metros de largura com uma altura de 3.000 metros e lá embaixo rochas afiadas, seria puramente acadêmico argüir que distância alguns poderiam ter pulado, e quão lamentáveis teriam sido os esforços dos outros. Todos falhariam e estariam condenados porque ficariam aquém do marco, e esse é o argumento de Deus.
Não somente isso, mas também as boas obras que procedem de um coração não arrependido estão contaminadas, e Deus não as considera boas de modo algum. De fato, Isaías diz: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia” (64:6). Se todas as nossas justiças são como trapo de imundícia a Deus, que insulto não deve ser para ele quando tentamos comprar nossa salvação com esses trapos! Muitos trapos de imundícia seriam ainda mais insultantes do que alguns poucos.
Deus mandou que Jesus morresse em agonia sangrenta na cruz para pagar totalmente por todos os nossos pecados. Como deve ferí-lo ao insistirmos em pendurar os trapos de imundícia de nossas boas obras na cruz para “ajudá-lo a nos salvar” em vez de aceitarmos esse grande dom da salvação.
O problema, entretanto, é mais profundo do que simplesmente os pecados que cometemos. O verdadeiro problema é a natureza pecaminosa que todo ser humano herdou de Adão. A natureza pecaminosa é a fábrica de pecado que continua a fabricar pecado. Nem todas as fábricas produzem o mesmo tipo de pecado. Nem todas as fábricas produzem a mesma quantidade de pecados. Alguns pecados são indecentes, outros são socialmente aceitáveis, e até mesmo altamente respeitados em alguns círculos. Entretanto, todos são abomináveis para Deus. Se representássemos por garrafas o pecado produzido por essas fábricas de pecado, passaríamos a vida toda quebrando as garrafas num esforço inútil. A fábrica ainda está ativa, e embora em certa ocasião possa mudar a forma e a marca do produto ou diminuir ou aumentar a produção, ainda é a mesma velha fábrica de pecados.
Deus diz em João 1:12, que o problema é nào sermos filhos de Deus. Os homens, por natureza, não são filhos de Deus! “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu nome.” Ora, Deus não iria pedir que nos tornássemos seus filhos se já o fôssemos. Ele diz claramente que temos de receber Jesus a fim de nos tornarmos filhos de Deus. Disse Ele a Nicodemos, que era religioso mas perdido: “Importa-vos nascer de novo” (João 3:7).
Nascemos de novo na família de Deus ao recebermos Jesus Cristo como nosso Salvador e Senhor pessoal. Clamamos a ele, com fé, que nos perdoe os pecados, que entre em nosso coração e vida e nos torne filhos de Deus. Ele espera por esse convite pessoal. Então Ele imediatamente entra em nossa vida, lava nossos pecados em seu sangue derramado, e nos dá o dom gratuito da vida eterna.
Ao mesmo tempo ele nos dá uma nova natureza de filhos de Deus, e começa a viver sua vida mediante a nossa, assegurando-nos uma vida modificada. Então, e somente então, depois de sermos salvos, têm nossas boas obras qualquer valor para Deus. Então, e somente então, depois de sermos salvos, pela primeira vez Deus verdadeiramente torna-se nosso Pai. Ele não é Pai de todos os homens. Ele somente é Pai dos salvos, dos que nasceram de novo na família de Deus pela aceitação de Cristo. Dos não salvos, diz Deus: “Vós sois do diabo, que é vosso pai” (João 8:44). (Veja 1 João 3:8.)
Pode você imaginar um porco tentando deseperadamente tonar-se uma ovelha imitando esta? Suponha que o porco tenha ficado chateado com a sua condição de porco e tenha visto uma ovelha perambulando por um pasto verde e bonito, comendo coisas secas e limpas em vez de lavagem. O porco consegue fugir do chiqueiro, e então encontra uma ovelha morta e veste-se com sua lã. O porco aprende a comer alimento de ovelhas, e lentamente, com agonia, aprende a balir ou a falar como as ovelhas: “Oink, Bloink, Blá-a, Báa-a, Bée!”
Seria o porco agora uma ovelha? Estaria ele pelo menos mais perto de se tornar ovelha? Será que todo esse esforço mudaria sua natureza básica de porco? Teria a menor importância ele ser um porco “bom” ou um porco “mau”, pelos padrões dos porcos? Certamente que todos podemos entender que o porco não pode tornar-se em ovelha ao agir como ovelha.
Da mesma forma, ninguém pode tornar-se cristão, simplesmente agindo como cristão. Não importa quantas “boas” obras ou imitação de obras cristãs possamos fazer; somente podemos nos tornar filhos de Deus ao recebermos pessoalmente a Cristo e nascermos de novo na família de Deus. O agir como cristão, o realizar trabalho religioso e outras obras, é inútil para a salvação. Devemos nascer de novo, e receber nova natureza de Deus como filhos dele. Então, faremos boas obras para Deus, não a fim de nos tornarmos cristãos, mas porque já o somos! (Veja Efésios 2:10.)
Fé versus obras
Outro problema óbvio em trabalhar por nossa salvação em qualquer grau é que Deus diz de todos os homens (a menos que aceitem a Cristo e recebam a vida mediante ele) que estão “mortos nos vossos delitos e pecados” (Efésios 2:1). Afinal de contas, quanta boa obra pode uma pessoa morta fazer?
É verdade que em Cristo, e somente em Cristo, as pessoas têm vida. Os que estão em Cristo foram feitos novas criaturas, com natureza nova, vida nova, desejos novos, poder novo: “E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5:17).
Os mórmons afirmam que a fim de podermos reivindicar a salvação pessoal devemos ter fé no Senhor Jesus Cristo, testemunhar que José Smith foi profeta de Deus, arrepender-nos, ser batizados na igreja mórmon (a única igreja verdadeira), submeter-nos à imposição de mãos e guardar os mandamentos. Entretanto, mesmo depois de obedecer a todos estes requisitos, e crer que há três céus e quase nenhum inferno, muitos mórmons ainda estão temerosos e incertos. Admitem não saber ao certo para onde irão quando morrerem!
A Bíblia ensina que há somente uma salvação, e Deus diz que esta jamais é recebida mediante obras. O primeiro passo que qualquer pessoa dá para a salvação é o arrependimento do pecado: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos” (Isaías 53:6). Arrependimento no grego é metanoia, que simplesmente significa mudança de atitude acerca do pecado, de si mesmo e do Salvador; desistir de seguir o nosso próprio caminho e seguir o caminho de Deus. O arrependimento ocorre simultaneamente com a salvação quando a pessoa se volta do pecado para o Salvador.
O pecado é basicamente seguir nossa velha natureza pecaminosa, e ir em nosso próprio caminho, ser autocentralizados em vez de Cristocêntricos. É ser o Deus, o Senhor, o chefe de nossa própria vida. É gerenciar nossos próprios negócios em vez de submeter o controle a Deus. Deus não pode permitir deuses rivais, não importa quão benevolentes possam eles parecer à primeira vista, em lugar algum de seu universo. O resultado último seria rebelião e caos. A salvação consiste em receber a Jesus pela fé e seguir o caminho de Deus em vez do nosso próprio.
Efésios 2:8, 9 torna-o claro como cristal: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (itálicos do autor).
Somos salvos, não pelas obras, não pelas obras, não pelas obras!
A resposta mórmon é no sentido de tentar anular esta afirmativa clara e inegável. Voltam-se rapidamente para Tiago 2:20: “Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante?” É verdade! Os demônios têm crença intelectual e estão para sempre no inferno (veja Tiago 2:19). É preciso crer com o coração (o centro do ser humano que governa, rege e escolhe; veja Romanos 10:9, 10) para que o homem seja salvo. A fé salvadora sempre produz boas obras, não a fim de sermos salvos, mas como prova de que já fomos salvos. A fé sem as obras jamais viveu!
Tiago 2:18 diz que devemos mostrar nossa fé por nossas obras. Não podemos mostrar algo que ainda não temos, e se temos fé já fomos salvos. Tiago está mostrando que toda a conversa acerca de fé é inútil se a pessoa não tiver uma vida mudada que prove que verdadeiramente foi salva. Diz-nos para mostrarmos nossa salvação.
Tiago continua dizendo acerca de Abraão e de como foi justificado pelas obras (v. 21), mas ele creu em Deus e foi-lhe imputado como justiça (v. 25; veja também Gênesis 15:6). Qual é a resposta? Abraão foi justificado à vista de Deus por sua fé. À vista dos homens foi justificado por suas obras. Os homens não podem ver a fé; podem somente ver as obras que a fé salvadora produz.
Catorze anos depois de Abraão ter crido em Deus foi circuncidado como sinal externo da aliança que já tinha com Deus. Ele havia sido salvo catorze anos antes de ser circuncidado (veja Gênesis 17:9-11).
Então, cerca de 40 anos depois de ter crido em Deus e ter sido salvo (muitos anos antes do nascimento de Isaque) Abraão provou sua fé perante os homens. Ele demonstrou sua salvação, como Tiago afirma, ao oferecer seu filho Isaque no altar (veja Gênesis 22). Aqui vemos que a fé que não produz mudança de vida é morta. A fé que não produz obra que justifique nossas reivindicações de salvação não é de forma alguma a fé salvadora.
A propósito, a transformação dramática de caráter e de vida é a norma no cristianismo evangélico. Mel Trotter foi alcoólatra. Todas as suas promessas e esforços desesperados para deixar a bebida provaram ser em vão.
Num dia triste e pesaroso, seu precioso filhinho morreu. Em seu pesar, o desejo insaciável de uísque encheu-lhe o ser, e Mel estava terrivelmente quebrantado. Por fim, em desespero abjeto, e enojado de si mesmo, foi até ao caixão onde jazia o corpo frio de seu bebezinho. Seus dedos tremiam enquanto tirava os sapatos dos pezinhos do filho. Então arrastou-se para fora a fim de vender os sapatos e conseguir dinheiro para comprar bebida.
Algum tempo mais tarde, Mel aceitou Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal e foi mudado instantaneamente e para sempre. Tornou-se um cristão devotado; sua sede fora satisfeita pelo Salvador. Nos anos seguintes fundou ele mais de 60 missões com o propósito de pregar Cristo aos homens e mulheres necessitados.
A propósito, onde os mórmons possuem missões para os desprezados da sociedade? Onde estão os alcoólatras, as prostitutas, os assassinos, os viciados em droga, que podem testemunhar ter sido instantaneamente salvos e mudados pelo mormonismo? É claro, todo programa, quer seja religioso ou secular, educacional ou reabilitatório, pode reivindicar resultados favoráveis na reabilitação dessas pessoas necessitadas, mas estamos falando acerca da mundança que ocorre em alguns poucos minutos, que dura para sempre e que somente Cristo pode operar. Tenho visto essa transformação vezes sem conta, em poucos segundos, à medida que as pessoas recembem a Cristo. Mudanças de hábitos, de vida, de disposição, de atitude, de temperamento, uma certeza repentina e imperecível acerca da salvação, da morte e do céu. Um influxo súbito de amor e interesse pelos outros, quer seja em psicólogos, advogados, homens de negócio, prostitutas, alcoólatras, fazendeiros, viciados em droga, pescadores, mineiros, professores, donas-de-casa, ou quem quer que seja.
Trabalhar por nossa salvação, portanto, insulta a Deus e nos endivida ainda mais. Ele deseja que demonstremos nossa salvação, depois de termos sido salvos. (Veja Filipenses 2;12).
É difícil ver como palavras referentes às obras para a salvação poderiam ser mais claras do que estas que Deus nos deixou em Romanos 11:5, 6: “Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça. E se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça.”
A graça bíblia é o amor imerecido e a salvação estendida aos totalmente indignos, sem obras. Olhe para o ladrão na cruz outra vez — não tinha igreja, nem batismo, nem boas obras, só pecado, pecado, pecado. Então este desgraçado sem esperança clama a Jesus Cristo: “Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23:42, 43). Salvação instantânea! Completa e gratuita! Sem obras, sem igreja, sem batismo, nada a não ser a fé, o pedir e o crer em Jesus! Sem dúvida, o ladrão teria tido uma vida mudada se pudesse ter descido da cruz, mas como resultado, e não como meio de sua salvação.
Contraste, isto com o ensino mórmon sobre a graça. A graça dos mórmons consiste, em parte, em fazer boas obras religiosas, para a igreja e o templo e desta forma o indivíduo se torna a si mesmo digno da graça de Deus. Leia de novo a afirmativa citada previamente neste capítulo das Regras de Fé de Talmage: “A redenção dos pecados pessoais somente pode ser obtida mediante a obediência aos requisitos do evangelho e uma vida de boas obras.”
Eis aqui por que a graça mórmon é falsa e por que as obras jamais podem levar ninguém ao céu: “Porque se Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diferente de Deus. Pois, que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, isso lhe foi imputado para justiça. Ora, ao que trabalha [pela salvação], o salário não é considerado como favor, e, sim, como dívida. Mas ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica ao ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça” (Romanos 4:2-5).
Sentimos que devemos repetir com convicção total: a religião mórmon é uma doutrina elaborada de obras, que nega que Cristo somente é suficiente para salvar.
Cristo, mais nada, conserva-nos salvos (uma vez que nos rendemos totalmente a ele, pela fé, para a salvação). Tudo o mais, declara a Bíblia ser heresia. As obras seguem a salvação como prova de uma salvação real e para a glorificação de Cristo.
Lidando Com a Ilusão Mórmon
Os mórmons reagem de várias maneiras quando confrontados com a evidência irrefutável de que o mormonismo é falso. Alguns voltam-se do Jesus mórmon para o Jesus bíblico e sendo salvos deixam o mormonismo. Alguns são convencidos mentalmente mas se apegam emocionalmente ao mormonismo por causa de laços familiares, temor, etc. Alguns denunciam toda a evidência como mentiras, material usado fora do contexto, perseguição antimórmon, etc. Muitos, simplesmente ignoram os fatos, e apegam-se ao “testemunho” que o “Espírito Santo” lhes deu.
É interessante, mas de quebrar o coração, notar que mesmo depois de Jim Jones e a Igreja do Povo terem sido totalmente expostos, mesmo depois do massacre de Jonestown, depois de Jones ter sido desmascarado como moralmente depravado, depois de seu afastamento do Jesus bíblico ter sido revelado, algumas pessoas ainda criam nele, e ainda eram leais ao Templo do Povo. Alguns ainda estavam dispostos a morrer por ele e por seu culto.
Alguns mórmons radicais evidentemente têm feito sua escolha de modo irrevogável e, infelizmente, para a eternidade, e podem estar completamente impenetráveis aos fatos. Seu “testemunho” do “Espírito Santo” de que o mormonismo é verdadeiro, de que José Smith é profeta de Deus, de que seu Jesus mórmon é verdadeiro, e que todas as outras igrejas, a não ser a deles, são apóstatas, é suficiente para eles.
Não importa do que e de quem os mórmons recebem seu “testemunho”, mas certamente não é do Espírito Santo da Bíblia. Os mórmons afirmam que o Espírito Santo, juntamente com o Pai e o Filho, é um dos personagens da divindade. Na teologia mórmon isso significa três deuses separados e individuais, um somente em propósito, o que contradiz a Bíblia e revela que os mórmons são politeístas. Entretanto, os mórmons admitem que o Espírito Santo é um “personagem do espírito” que não tem corpo de carne e ossos, um dos requisitos para ser Deus. O Espírito Santo dos mórmons só pode estar em um lugar de cada vez. Quando a Bíblia diz que o Espírito Santo enche muitas pessoas diferentes ao mesmo tempo, e que habita em todos os cristãos verdadeiros em todos os lugares, os mórmons interpretam como sendo “os poderes e influências que emanam de Deus”. (Graça a Deus por nosso confortador pessoal, o Espírito Santo bíblico, uma pessoa viva que habita em cada um de nós que fomos verdadeiramente salvos).
É claro que o que quer que esteja dando aos mórmons o testemunho da “verdade” do mormonismo, não é o Espírito Santo de Deus!
__________
Notas
1) Stephen L. Richards, Contributions of Joseph Smith (Salt Lake City: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos do Últimos Dias).
2) Talmage, Articles of Faith, pp. 85, 87, 478, 479.
Extraído do Livro “A Ilusão Mórmon”, Editora Vida