Para algumas igrejas, a mensagem do evangelho na sua pureza, tal como anunciado por Jesus e igreja primitiva, já não serve para transformar vidas. Há uma enorme diferença entre o discurso de Pedro, logo após o pentecostes (Atos 2.14-36), e o de alguns profetas dos tempos atuais.
Para esses, as Boas Novas envelheceram, caducaram. Precisam de enfeites. A fé estaria precisando de imagens novas, cores mais vivas, argumentos mais criativos. Os meios justificariam os fins.
Ao longo dos anos, criativos “profetas” “enriqueceram” suas mensagens com penduricalhos diversos:
(1) Para que nossos pecados sejam apagados, há um meio prático que dispensa arrependimento: cada ovelha escreve seus pecados num papel e, no último dia da campanha com esse fim os pecados são queimados num fogareiro ou numa fornalha ardente.
(2) “As Muralhas de Jericó vão cair” – Nome sugestivo para uma campanha destinada a derrubar a pobreza e as dificuldades todas da vida. No dia e hora determinados, todos trocam as trombetas, e ruflam os tambores, e as muralhas vão abaixo.
(3) Os nomes das pessoas enfermas (filhos, pais, irmãos, amigos) devem ser escritas num papel e colocadas numa urna. Todas as semanas o pastor intercede por elas. Deus só atende dessa forma. Também devem colocar aos pés do pastor peças do vestuário ou objetos pessoais do enfermo (camisa, calça, lenço, cueca, meia, dentadura, caneta.). Um pouco de feitiçaria nunca é demais.
(4) Periodicamente, os filhos de Deus, pelos quais Jesus se fez maldição na cruz, deverão entrar na fila para que suas maldições hereditárias sejam quebradas.
(5) Para que fiquem ricos, todos os filhos de Deus devem receber do pastor a “Unção da Prosperidade”, em campanha específica. Que cada um não se esqueça de fazer um voto de sacrifício com uma generosa oferta.
(6) Para purificação espiritual, todas as ovelhas, uma vez por semana, tomarão um copo de água ungida pelo pastor.
Muitas ovelhas não conhecem outro evangelho, senão o da oferta, da riqueza, das intermináveis campanhas, dos púlpitos festivos, barulhentos, porém vazios de manifestações legítimas do Espírito.
Autor: Pr. Airton Evangelista da Costa do site palavradaverdade.com/