A Justiça egípcia decidiu congelar neste domingo os bens de 14 lideranças islamitas, incluindo Mohamed Badie, guia supremo da Irmandade Muçulmana, movimento ao qual pertence o presidente deposto Mohammed Mursi, indicaram fontes judiciais.
Esta decisão do procurador-geral Hicham Barakat atinge nove dirigentes da Irmandade Muçulmana, indicaram essas fontes.
Ela foi tomada como parte de uma investigação a respeito de vários confrontos sangrentos, registrados principalmente no dia 8 de julho, que causaram a morte de 53 pessoas no Cairo.
A Justiça também começou a interrogar neste domingo Mursi e outros membros da Irmandade Muçulmana sobre as circunstâncias da sua fuga da prisão durante a revolta de 2011, informaram fontes judiciais.
A investigação é uma resposta às acusações de que Mursi e outros altos funcionários escaparam da prisão de Wadi Natrun (noroeste do Cairo), durante a insurreição de janeiro de 2011, e pretende apurar se a Irmandade teve a ajuda de grupos estrangeiros, como o Hezbollah libanês ou Hamas palestino, segundo as mesmas fontes.
O interrogatório acontece em um local secreto, indicaram.
No sábado, fontes judiciais informaram que o novo procurador-geral analisava queixas contra Mohamed Mursi e a Irmandade Muçulmana por “espionagem”, “incitação ao assassinato de manifestantes” e “má gestão econômica”.
Esta análise poderia levar à abertura oficial de uma investigação.
O Exército egípcio depôs Mursi após manifestações em massa exigindo a sua saída. Seus partidários continuam a protestar contra o golpe militar e a tensão prossegue em todo o país.
Segundo as autoridades, Mursi está “seguro” e é tratado “com dignidade”.
Extraído da Folha em 14/07/2013