Quando se diz que “a igreja é a cara do pastor”, isso tem um lado muito positivo, mas pode ser diametralmente negativo e até diabólico! Quando Paulo disse que ele devia ser imitado, o que daria “sua cara” aos seus imitadores, ele não o disse porque tomara o lugar de Jesus. Antes, ele somente o disse pelo fato de quem o imitasse estaria no mesmo caminho que o dele: o caminho de se parecer com Cristo: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” (1Co 11.1). Neste sentido é muito positivo que se reconheça no líder da igreja um seguidor/imitador de Cristo que facilita nossa caminhada rumo à sua semelhança. Não um substituto.
Com quem Jesus se pareceria hoje? Com um artista gospel? Com uma celebridade musical? Com um arrebatador de multidões? Ele criticou o farisaísmo, o legalismo, foi abandonado por multidões inteiras com seu “Duro … discurso; quem o pode ouvir?” (Jo 6.60). Deu atenção à pecadores discriminados, sem ser conivente com suas práticas! Contrariou a todas as expectativas quanto a ser um libertador político de sua gente sofrida. Antes, pregou o reino dos céus enquanto vivia o dia a dia antecipando a glória celestial por seu comportamento santo. Nisso, um pastor deve ser imitado, caso esteja imitando a Cristo.
Todavia, em Apocalipse, encontramos as sinagogas de Satanás (2.9; 3.9). Pessoas que pareciam igreja, mas eram dirigidos por Satanás, pois renunciavam a sã doutrina moldando-se ao mundo ao seu redor. Tinham a “cara” dos seus pastores, mas não eram “conforme a imagem do seu Filho [Jesus]” (Rm 8.29). Nestes casos, é diabólico quando a igreja tem a cara do seu pastor. É neste caso que Jesus fica do lado de fora batendo, esperando que alguém abra para que possa entrar NA IGREJA (Ap 3.20)!
O que leva igrejas passarem tanta dificuldade quando há sucessão pastoral? Jesus já deixou de ser o modelo delas há muito tempo! Se ele é o ponto de convergência de todo cristão e se há fidelidade em todo lugar a ele, essa dificuldade não ocorreria. Seria como Paulo disse: “De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.” (1Co 3.7).
Nós, pastores, temos facilitado que as ovelhas de Jesus a ele se assemelhem ou temos substituído o dono do rebanho? Pensemos nisso hoje!
Autor: Alex Moreira