(Resumo da palestra do Pr. Ronaldo Lidório – SEPAL – 10.05.2013)
Encerrando o 40º Encontro SEPAL com chave de ouro, o Pr. Ronaldo Lidório introduziu o tema proposto falando sobre os 7 maiores grupos étnicos e culturais não alcançados no Brasil:
1) Indígenas – são 121 etnias ainda sem nenhuma presença missionária;
2) Ribeirinhos – existem 35.000 comunidades (quase todas na Região Norte) sem a presença de uma igreja evangélica;
3) Ciganos – vivem em nosso país 700.000 ciganos (especialmente da etnia “calon”) que não conhecem o evangelho; apenas 14 missionários trabalham junto a esse grupo;
4) Quilombolas – os descendentes de antigos escravos estão espalhados por cerca de 3.500 comunidades registradas pelo IBGE, sendo que 2.000 não contam com igrejas evangélicas;
5) Sertanejos – há cerca de 2.000 assentamentos sertanejos (especialmente no Norte/Nordeste) sem a presença de nenhum crente;
6) Imigrantes – 100 países estão representados no Brasil, dos quais 27 são fechados à evangelização – os imigrantes estão concentradosem São Paulo, Rio, Distrito Federal e Foz do Iguaçu (PR);
7) Os mais ricos dos ricos (os milionários) e os mais pobres dos pobres (moradores de rua). Estas classes sociais são encontradas nas médias e grandes cidades – os ricos nos condomínios de luxo, e os miseráveis sob as pontes e viadutos.
Baseado em Romanos 1:16 (“Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu e também do grego”), apresentou poderosa mensagem sobre “Evangelho, Igreja e Missão”.
Nesse texto, podemos vislumbrar 4 aspectos: a natureza do evangelho, o conteúdo do evangelho, os resultados da sua proclamação e a missão da igreja.
1) Natureza – o evangelho é o poder de Deus; começa em Deus, que é o idealizador das boas-novas. Não é um plano da igreja para a salvação do mundo, mas é o plano de Deus para a salvação da igreja.
2) Conteúdo – é Jesus Cristo. Hoje em dia o evangelho passa por processos de ressignificação (triunfalismo, hedonismo e narcisismo) que deturpam o seu conteúdo. Evangelho não é igreja. O evangelho, de forma equivocada, é igualado à igreja no imaginário dos evangélicos brasileiros. Jesus é o poder de Deus, é capaz de salvar todo aquele que crê. Evangelho é uma pessoa e não uma teoria ou instituição. Proclamar a igreja não é evangelizar.
3) Resultado- O evangelho, biblicamente falando, é transformador. Sempre que o evangelho é pregado algo extraordinário deve acontecer. No caso de Paulo, transformou um perseguidorem perseguido. Oevangelho produz salvação, regeneração e santificação. Deus não está à procura de grandes nomes ou de pessoas famosas, mas sim de um coração quebrantado. Somente o evangelho pode mudar a face e o rumo de toda uma população.
4) Missão – O evangelho deve ser anunciado.Em I Coríntios1:17 Paulo considera que foi vocacionado para evangelizar, era uma obrigação pregar o evangelho. A resposta da igreja à missão de evangelizar pode ser resumida em dois aspectos que andam juntos, de mãos dadas:
-Kerygma (proclamação) – é traduzir a Palavra para uma linguagem inteligível a qualquer pessoa;
-Martyria (testemunho) – significa viver o evangelho, é influenciar com sua vida, mesmo de forma silenciosa, a fim de que as pessoas vejam Jesusem você. Tambémé ter uma vida piedosa de oração. Não basta encher igrejas e templos, é necessário ter santidade, vida exemplar no Senhor Jesus.
A igreja, portanto, deve ser “kerigmática” e “martírica”. O evangelho é simples – entender, viver e anunciar – a igreja é que o complica com muita burocracia, planos, projetos, relatórios, etc. Os três desvios atuais da missão da igreja são:
1-Paulo pregava para as pessoas de fora, nós pregamos para os de dentro.
2-Paulo investia em discipulado para formar crentes maduros, nós investimos na formação de líderes que influenciem as pessoas.
3-Paulo se considerava cada vez mais servo, nós nos julgamos cada vez maiores e mais importantes.
Que o Senhor possa nos mostrar, cada vez mais, a Sua Vontade para nossas vidas e para a Sua Igreja.