“Como cooperadores de Deus, insistimos com vocês para não receberem em vão a graça de Deus” (2ª Coríntios 6:1)
Este texto nos mostra que receber a graça de Deus não basta, é preciso permanecer nela. Se é possível receber a graça em vão, é porque, logicamente, é possível perdê-la, de modo que não se desfrute de seus efeitos. Mas se o efeito da graça – que é a salvação – continuasse em vigência mesmo assim, seria incorreto dizer que ela foi recebida “em vão”, já que seu maior efeito permanece. Para que a graça fosse recebida “em vão”, ou seja, “inutilmente”, é necessário que seu efeito (a salvação) cesse. Somente assim a frase teria sentido e a graça recebida seria realmente em vão.
O original grego traz a palavra kenoo, que significa “privar de força, tornar vão, inútil, sem efeito”[1]. Admitindo-se que o maior efeito da graça é a salvação, é lógico que esse efeito é anulado na vida daquelas pessoas. Portanto, a garantia eterna da salvação não existe, pois há a possibilidade do efeito da graça ser anulado pela própria pessoa, o que, como consequencia lógica, implica na perda da salvação.
[1] De acordo com a Concordância de Strong, 2758.
Extraído do livro “Calvinismo X Arminianismo: quem está com a razão?”, Biazoli, cedido pela comunidade de arminianos do Facebook