“Não extingais o Espírito” (1ª Tessalonicenses 5:19)
A palavra aqui usada no grego foi sbennumi, que significa “extinguir, apagar”[1]. Apague o fogo e não há mais fogo. Extinga qualquer coisa que ela cessa de existir. A linguagem não denota apenas uma operação menor da parte do Espírito, mas a completa cessação dele na vida da pessoa. Em outras palavras, o Espírito é apagado da mesma forma que o fogo é apagado – não há mais fogo, não há mais Espírito.
Para que o Espírito Santo deixasse de habitar em uma pessoa, é porque essa pessoa já foi habitada por ele. Se ela já foi habitação do Espírito Santo, é porque em algum momento ela tinha sido salva, pois o Espírito só habita naqueles que são filhos de Deus, como diz a Bíblia em todo lugar (Jo 14.17; Rm 8.15,16). Em contrapartida, o Espírito não deixa de habitar em alguém a não ser que se perca a salvação, pois ele não deixa um salvo sem sua presença. Todos os salvos possuem o Espírito Santo, e os que não são salvos não o possuem (Jo 14.17; 1Co 2.14).
Assim sendo, a lógica nos diz que é possível que alguém seja salvo (possua o Espírito Santo) e deixe de ser salvo (apague o Espírito Santo). Se a presença ou a falta de presença do Espírito implica em alguém ser filho de Deus ou não ser filho dele, é impossível escapar ao fato de que a possibilidade de se perder a salvação está aberta.
Para evitar isso, os calvinistas teriam que inventar uma teologia onde alguém pode ter o Espírito sem ser salvo, ou ser salvo sem tê-lo. Ou, em última hipótese, que é possível apagar o Espírito e o Espírito ainda estar ali, o que é tão antilógico quanto alguém apagar o fogo e ainda haver fogo. De qualquer forma, teriam que reconstruir a teologia com algo antibíblico e antilógico.
[1] De acordo com a Concordância de Strong, 4570.
Extraído do livro “Calvinismo X Arminianismo”, cedido pela comunidade de arminianos do Facebook